PLATAFORMA SINDICAL DOS PROFESSORES
quarta-feira, março 19, 2008
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UNIDOS EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA
PLATAFORMA SINDICAL DOS PROFESSORES
Fonte: Protesto Gráfico |
Pela defesa da escola pública
Não à perda do vínculo
Não ao director autocrático
Não às contratações precárias
Não à divisão dos professores
Sim à gestão democrática
Sim aos concursos nacionais
Sim à carreira única
Sim à estabilidade e justiça nas escolas
Sim às equipas educativas
Sim à valorização formativa de professores e alunos
Um comentário:
Chegou-nos este comentário esclarecedor:
"(...) este documento, presente
em várias páginas internet, é da responsabilidade das
direcções constituíndo a referida plataforma.
Para mim e para muita gente, não há estranheza nenhuma
em adoptarem este procedimento bastante engenhoso para
«tomarem o pulso» da profissão, sem se darem à
«trabalheira» de convocar reuniões sindicais nos
estabelecimentos de ensino.
Pretendem legitimar a sua actuação frouxa e
subserviente, através de uma espécie de
«votação-internet» (!!!) que é travestida em
«abaixo-assinado».
Esses abaixo-assinados e petições são realmente
eficazes em certas circunstâncias mas têm sido usados
e abusados por toda a gente, de forma tal que não
resta qualquer potencial de luta e de protesto por se
redigir e pôr a circular tais abaixo-assinados.
Isso sabem muito bem as direcções sindicais
envolvidas, mas o que elas não querem de todo é que as
estratégias e tácticas sindicais sejam discutidas
pelos membros dos seus próprios sindicatos, pelos
docentes, em geral.
O que seria Portugal se houvesse um sindicalismo
semelhante ao que ocorre em países europeus e latinos,
como Espanha, França ou Itália?
Se tais situações viessem a verificar-se nalgum desses
países, os sindicatos do ramo iriam logo (não agora,
tarde e a más horas) propor aos docentes, nos vários
ramos da educação e nos estabelecimentos, reuniões
plenárias (não como alguns sindicatos daqui, que fazem
reuniões-comício a nível distrital ou regional, a que
chamam «plenários» e que não discutem nada, pois são
apenas um meio para os dirigentes proclamarem o que já
foi decidido, apenas obtendo uma aprovação formal de
uma assembleia, nada representativa, aliás, e
sobretudo passivizada... outros sindicatos, nem isso
fazem).
Nessas reuniões feitas nas escolas, com todos os
docentes interessados [e não apenas com os docentes
pertencentes ao núcleo sindical que convocou o
referido plenário de professores de escola], os
problemas e as soluções eram debatidas por todos. Uma
comissão de luta formava-se para concretizar as
decisões tomadas nesse plenário.
O plenário voltava a reunir-se conforme as
necessidades, para fazer o balanço das acções
previstas e para programar a continuação da luta.
Imaginem um processo assim, envolvendo praticamente
todas as pessoas que «marcharam» em Lisboa, no passado
dia 8. Seria uma manifestação adulta e séria de
maturidade cívica, de espirito combativo e
responsável.
Mas isso está fora do horizonte de (todos,
infelizmente) os sindicatos portugueses, por causa de
«idiossincrasias» dos mesmos.
Os sindicatos são tidos, no caso português, como meros
palcos para várias tendências políticas manobrarem.
Assim, os sindicatos têm, por tabela, a mesma
desconfiança da cidadania em relação à política
partidária e ao parlmentarismo.
O que às vezes as pessoas não pecebem é que os
sindicatos, ou seja as suas direcções, restituem de
facto e em grande escala, a tal desconfiança por parte
da cidadania. Eles, das direcções, têm desconfiança
até em relação aos seus membros, aos que constituiriam
naturalmente a sua base de apoio.
Já para não falar nos muitos (cada vez mais,
jovens...) não sindicalizados.
Assim, eles não encaram sequer a hipótese de
mobilizações a partir de reuniões plenárias nas
escolas porque:
a) são demasiado burocráticos
b) estão demasiado seguros dos seus lugares nas
direcções respectivas
c) não têm interesse verdadeiro em impulsionar a luta,
mas apenas em fazer um simulacro
d) temem ser confrontados com professores lúcidos e
destemidos que ponham as assembleias a pensar
criticamente
e) sabem que não são eles que irão padecer do provável
fracasso de mais esta luta, serão os pobres dos
professores.
É tempo dos docentes deste país abrirem os olhos e de
verem que são como os outros trabalhadores!
É tempo de compreenderem que «a emancipação dos
trabalhadores será obra deles próprios!» (lema da 1ª
Internacional! com 150 anos!).
Enquanto delegarem noutros os vossos interesses, nada
sairá a vosso contento.
O único processo possível é a intervenção activa de
todos/as na luta, tendo alguns um mandato definido e
revogável em qualquer momento, pelas assembleias que
os mandataram. Doutra forma, ou seja, com as lutas a
serem decretadas desde o «alto», elas irão pela
enésima vez falhar miseravelmente.
Fica aqui o aviso de alguém com quase trinta anos de
docência, vinte e tal de actividade sindical e de
consciência política disperta desde antes do 25 de
Abril de 74.
Não me movem desejos de protagonismo ou de «ajuste de
contas» com ninguém. Porém, estou visceralmente
interessado em que esta política deseducativa seja
derrotada, tal como vós.
Por isso digo aos sindicatos: tenhai vergonha e fazei
o vosso dever, convocai o mais depressa possível
reuniões plenárias em TODAS AS ESCOLAS, para se
debater e aprovar um caderno reivindicativo comum e as
formas de luta adequadas, que poderão ter expressões
diferenciadas, numa campanha com objectivos comuns a
nível nacional.
Manuel Baptista"
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