Fenprof mantém: «Avaliação deve ser suspensa»
Mário Nogueira considera que processo deve funcionar primeiro a nível experimental
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou que só haverá acordo com o Ministério da Educação em matéria de avaliação de desempenho se o processo for suspenso este ano lectivo e aplicado a título experimental em 2008/09, informa a agência Lusa.
«Qualquer documento de natureza política que seja construído a partir da reunião de sexta-feira com o Ministério da Educação só terá a concordância da Fenprof se for inequívoca a suspensão da avaliação de desempenho este ano lectivo e que nenhum professor seja prejudicado por isso», afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, em conferência de imprensa.
A federação sindical exige ainda que o modelo de avaliação de desempenho proposto pela tutela seja aplicado a título experimental no próximo ano lectivo, havendo depois uma negociação com os sindicatos para eventuais alterações e correcções.
Por outro lado, a Fenprof considera que o ministério da Educação terá na sexta-feira «a última oportunidade» para demonstrar que tem capacidade para «negociar e dialogar».
«Entendemos que esta equipa ministerial não tem condições para continuar, porque não tem abertura para o diálogo, nem capacidade para negociar. Contudo, fica o desafio para nos surpreenderem na sexta-feira. Será a última oportunidade», sublinhou Mário Nogueira.
«Irresponsável»
«O que a ministra está a fazer é de uma irresponsabilidade absoluta. Não há condições para este processo ser aplicado este ano lectivo. Não se pode aplicar de forma diferenciada consoante cada escola», reagiu Mário Nogueira, quando confrontado com as declarações da ministra.
Assim, a Fenprof quer «deixar claro» na reunião de sexta-feira até onde o ministério pretende ir ou se a aparente abertura demonstrada pelo Governo na terça-feira não passa de uma «falsa abertura».
Na mesma reunião, a estrutura sindical irá exigir ainda a não aplicação este ano de qualquer procedimento que decorra do novo diploma sobre gestão escolar e a negociação das regras da organização pedagógica do próximo ano lectivo, designadamente horários de trabalho, tal como consta da resolução aprovada pelos cerca de 100 mil professores que participaram na «marcha da indignação» do último sábado.
«Se o ministério da Educação não aceitar estas exigências, então a partir daqui só discutiremos educação com o primeiro-ministro», garantiu Mário Nogueira, acrescentando que novas formas de luta poderão surgir.
[* parecendo uma posição de firmeza, na realidade é uma posição de recuo, pois os manifestantes do dia 8 queriam a legislação revogada, queriam que houvesse uma verdadeira negociação com os seus legítimos representantes, não queriam o adiamento.
O sindicalismo «de acompanhamento» faz destas: diz que defende os professores, mas está somente a ensinar o ME a «enfiar o supositório com mais glicerina»!
Manuel Baptista ]
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Publicada por Luta Social em Luta Social a 3/12/2008 10:51:00 PM
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Colectivo Anti-Autoritário e Anti-Capitalista
de Luta de Classes, baseado em Portugal
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quinta-feira, março 13, 2008
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