Colegas, a propósito das acções, penso que é tempo de se fazer chegar a todos os encarregados de educação informação esclarecedora sobre tudo o que se está a passar na educação de que os seus filhos, os nossos filhos, são as principais vitimas. Como sabemos, a luta dos 100 mil professores que estiveram na rua, não é uma questão laboral, mas uma questão fundadora do Estado português, plasmada na sua Constituição, a defesa da Escola Pública Democrática.
Não tenhamos ilusões que o que está na base das medidas impostas pela ministra, visam a privatização, com vista ao negócio, da Escola. O quadro legislativo: contratação, estatuto, avaliação e gestão fazem neste momento, da Escola uma empresa. Há pois, que rejeitar tal propósito denunciando que todas as medidas até agora implementadas, não visam termos uma melhor escola, mas tão só, desacreditá-la. Depois, o cheque-educação mais um bom marketing e " Adeus, Escola Pública, livre e democrática". Eis o modelo americano.
Aqui deixamos o nosso sentir relativamente aos aspectos que deverão ser contemplados, embora pensemos que o documento/carta deva surgir de dentro de cada Escola ou Agrupamento, reflectindo aquilo que é a preocupação de todo o cidadão:
1º Todas as Escolas são legítimas desde que surgidas das vontades de qualquer grupo ou minoria e por isso deverão ser acarinhadas por todo o cidadão cuja bandeira seja a liberdade.
2º Qualquer escola nascida como meio de negócio, tal é o caso dos inúmeros colégios que cresceram como cogumelos, nos últimos anos, no litoral onde serão rentáveis e portanto, com objectivo lucrativo, deverá ser pelos mesmos cidadãos, repudiada.
3ºManter a escola pública como elemento avançado do conhecimento e cultura de uma comunidade. Não podendo a Escola esperar que venham dizer-lhe o que fazer, mas seja a comunidade, professores, pais, alunos a decidirem o que para si querem e exigir as condições para que se cumpram os seus desígnios.
3ºA Escola Pública é a única que garante a defesa dos princípios da Declaração Universal dos Direitos do Homem, da Constituição da República Portuguesa e da Carta Europeia dos Direitos do Homem
4º A Escola Pública, é a única Instituição que garante a igualdade dos cidadãos no respeito pela suas diferenças, da liberdade de aprender pensar e agir e a única que permite que o crescimento das gerações se faça na riqueza da interacção humana com toda a sua diversidade e não, com gerações de costas voltadas criando grupos, guetos e focos de violência social, a exemplo de "Colombine" de que infelizmente, a sociedade americana é fértil.
Anabela Almeida Barros – Professora na Escola E.B António Bento Franco - Ericeira
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