segunda-feira, junho 30, 2008

No reino dos Almeidas do Ministério da Educação

(recebido por mail)

É inacreditável aquilo que o EXECUTIVO do Agrupamento de Santa Marinha obriga os professores a fazer. Os professores além de dar as aulas têm de fazer de polícias e vigiar atentamente os docentes das AEC, para depois os acusar. Quem não fizer isto vai ter não satisfaz na sua avaliação.

Não acreditam? vejam o anexo com as perguntas que o Henrique Almeida brinda os professores.

Exmo. Senhor
Professor Titular de Turma

Atendendo a que as AEC visam contribuir para o enriquecimento dos alunos e
para a melhoria dos resultados e que tal só é viável se houver uma efectiva supervisão
das mesmas, venho por este meio solicitar que nos próximos 10 dias faça chegar um
relatório que inclua:

1° Número de reuniões marcadas com docentes das AEC (indicar datas e
horas das mesmas).
2° Número de reuniões realizadas com docentes das AEC ( indicar datas e horas
das mesmas)
3° Contactos com docentes das AEC ( indicar forma de contacto, data em que
ocorreu).
4° Decisões tomadas relativamente à alteração das planificações e data de
rectificação em conselho de docentes.
5° Estratégias definidas para articulação com os docentes das AEC
6° Reuniões com Encarregados de Educação em que estiveram presentes os
docentes das AEC
7° Reuniões com Encarregados de educação em que foram convocados ou
convidados os docentes das AEC.
8° Explicitação da forma de empenhamento que tem assumido no sentido de
contribuir para o sucesso dos alunos e das AEC.
9° Atendendo a que na referida exposição foi considerado existirem docentes das
AEC que não têm a formação adequada, refira indicando o nome do docente:
a) Exemplos de falta de profissionalismos dos docentes.
b) As faltas que cada.docente deu às reuniões para que foi convocado.
c) O incumprimento de decisões tomadas em reunião.
d) Faltas dos docentes às actividades sem que tenham sido substituídos
e) Erros científicos que tenham sido detectados
f) Erros pedagógicos detectados.

Vila Nova de Gaia, 28 de Maio de 2008
O Presidente do Conselho Executivo

Henrique Almeida

Ofício enviado ao SREC pelo SPRA

SPRA oficia SREC

Porque os docentes exigem respeito pela sua dignidade profissional, não estando dispostos a pactuar, de forma silenciosa, com a exploração do seu trabalho, o SPRA exige uma tomada de posição junto das escolas, para que ainda este ano e, sobretudo, no próximo ano lectivo, se tenha as reuniões em consideração, de modo a ser contabilizadas no tempo de permanência no estabelecimento, e se registe, apenas e só, no horário dos docentes, como ficou acordado com o SPRA, na base do entendimento que o Sr. Secretário tem sobre o assunto, os tempos da componente lectiva e as horas da componente não lectiva de estabelecimento, circunscrevendo-se a obrigatoriedade dos sumários e registos de ponto às funções inerentes à componente lectiva, incluindo, obviamente, as horas de entrada e saída no estabelecimento.

Leia o ofício enviado ao SREC aqui

Saudações Sindicais

quinta-feira, junho 12, 2008

Maria do Carmo Vieira - Intervenção no Encontro de 19/Abril da CDEP


É com muito prazer que venho a estes Encontros, pois são a possibilidade de manter um debate gratificante sobre situações relativas à Instrução e à Escola Pública, deixando a esperança de que os nossos actos constituam pegadas que outros retomarão a médio ou longo prazo.
Sendo a minha intervenção muito breve, aproveitá-la-ia para relatar uma situação em que foi protagonista um meu aluno, angolano, do Ensino Secundário Nocturno, trabalhador da construção civil. Uma turma, aliás, mosaico de culturas, numa comunhão ucraniana, brasileira, africana e portuguesa. Estudávamos, então, o Romantismo e o escritor Almeida Garrett (1ª metade do século XIX) que foi, precisamente, o introdutor do Romantismo em Portugal. No intuito de os consciencializar da importância do que se herda, foquei o facto de os românticos não terem hostilizado de todo os clássicos, mantendo, por exemplo, entre outros aspectos, o gosto pelas metáforas, nomeadamente a do livro e a da viagem, simbolizando, na cultura clássica, a vida humana. Daí a presença tão regular do livro esculpido sobre as campas de um cemitério, identificando a vida como um livro que se vai escrevendo e folheando até que a morte o feche em definitivo. Também o gosto pelas viagens a Itália, pátria do Renascimento clássico, se incluiu no percurso da maior parte dos artistas românticos.
Schubert, compositor alemão e romântico, que faleceu bastante jovem, num hospício, compôs a sua «Viagem Magnífica», que mais não é do que uma metáfora da vida, no misto de sentimentos que a preenche. Antes de relatar a situação, que me propus, gostaria que ouvissem um pouco do 3º andamento, proposta idêntica à que fiz aos meus alunos, pedindo-lhes que me dissessem, após a audição, o que haviam sentido. É chegado o momento de destacar a intervenção do Emanuel, que pela 1ª vez ouvia música clássica, tendo apontado a nostalgia e a melancolia como sentimentos-chave do extracto da composição ouvido. Uma precisão que foi felicitada e aproveitada para explicar a presença de dois sentimentos em nostalgia, a saudade e a tristeza, num testemunho de perda de algo que se teve, mas que se perdeu no tempo, ainda que se mantenha a recordação. À nostalgia se associa, aliás, a poesia de Fernando Pessoa, na sua constante saudade em sofrimento da infância, «pavorosamente perdida».
No final da aula, o Emanuel pediu-me o CD emprestado para o gravar, confessando-me dias depois que Schubert era agora seu companheiro das horas de almoço e de regresso a casa, pois a sua nostalgia, ainda que fruto de experiência diferente da de Schubert, incluía a saudade sofrida da sua pátria distante, dos familiares que lhe eram queridos e da natureza profundamente ligada à sua infância.
O belo nesta história verídica é a força da arte, o dom que tem de encantar e fazer simultaneamente reflectir. Cumpriram-se, no gesto do Emanuel, os versos do poeta norte-americano, Walt Whitman, referindo o poder de um livro, ou de qualquer obra de arte: «Camarada, isto não é um livro/ Quem isto toca, toca um homem». Um início de amizade que estou certa perdurará no tempo.
O facto de a Escola estar a subestimar a Literatura, em proveito dos Media, dos textos pragmáticos e da publicidade, muitos dos quais de qualidade medíocre, é uma situação que podemos exemplificar, utilizando a frase publicitária «Congela o tempo» e o verso de Ricardo Reis (o médico da heteronímia pessoana) «Cada coisa a seu tempo tem seu tempo». Não será difícil compreender qual dos dois exemplos encerra o carácter profundamente estético da língua e o convite a uma reflexão apaziguadora sobre a velhice, estádio natural a todo o ser humano. A frase publicitária é o exemplo do discurso alienador, a defesa do eternamente jovem, atitude em que nos mentimos e em que somos explorados hipocritamente por terceiros. Pelo contrário, com Ricardo Reis somos levados a encarar sem conflitualidade a passagem do tempo, estando implícito o convite a aproveitar o que cada idade nos oferece, «estação do ano» na metáfora clássica. A Primavera é diferente do Verão, este do Outono e ainda mais distanciado do Inverno. O importante não é fugir da velhice, mas descobri-la e aproveitá-la na sua descoberta.
Actualmente, é a 1ª mensagem que agora se privilegia na Escola e na sociedade globalizante em que vivemos. Por isso, já a pornografia tem entrada no trabalho escolar, como exemplo da linguagem publicitária, através da utilização de pequenos anúncios ilustrados, numa oferta de momentos de Relax, divulgados num jornal de referência diária, «O Diário de Notícias». Este pormenor foi, aliás, a justificação de que se serviu o aluno para apresentar, na sala de aula, o referido trabalho.
Atento a esta situação de apagamento da Cultura esteve o grande maestro e violonista Yehudi Menuhin, ao dirigir, em Fevereiro de 1999, uma carta à Comunidade Europeia, em que lamentava o facto de no seu programa nem uma palavra incidir sobre a necessidade de envolver os cidadãos europeus com a Arte e a Cultura. Menuhin viria a falecer, infelizmente, um mês depois, sem que tivesse obtido uma resposta. É em sua homenagem e porque também «o toco» e me «deixo tocar por ele», recuperando os versos de Whitman, que vos convido a ouvir um extracto da 6ª sinfonia de Tchaikowsky, denominada «Patética», dirigida pelo próprio Menuhin, lendo-vos seguidamente um extracto da carta acima referida:

«É a arte que pode estruturar a personalidade dos jovens cidadãos no sentido da abertura do espírito, do respeito pelo próximo, do desejo de paz.
É a cultura, de facto, que permite a cada pessoa enriquecer-se com o passado para participar na criação do futuro.
Só ela, ao unir a diversidade, nos oferecerá uma verdadeira consciência europeia, porque ela é a inclusão da diversidade das culturas que dá à Europa todo o seu esplendor e que através dos séculos apreende para nós o resto do mundo.
Ignorando de uma forma tão manifestamente cega a cultura, estão a construir uma torre de marfim assente em areias.»

Maria do Carmo Vieira
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SPRA exige uma tomada de posição em defesa do horário de trabalho

SPRA oficia SREC

Porque os docentes exigem respeito pela sua dignidade profissional, não estando dispostos a pactuar, de forma silenciosa, com a exploração do seu trabalho, o SPRA exige uma tomada de posição junto das escolas, para que ainda este ano e, sobretudo, no próximo ano lectivo, se tenha as reuniões em consideração, de modo a ser contabilizadas no tempo de permanência no estabelecimento, e se registe, apenas e só, no horário dos docentes, como ficou acordado com o SPRA, na base do entendimento que o Sr. Secretário tem sobre o assunto, os tempos da componente lectiva e as horas da componente não lectiva de estabelecimento, circunscrevendo-se a obrigatoriedade dos sumários e registos de ponto às funções inerentes à componente lectiva, incluindo, obviamente, as horas de entrada e saída no estabelecimento.

Leia o ofício enviado ao SREC aqui


Saudações Sindicais

Referendo Irlandês ao Tratado de Lisboa: SAY NO FOR ME

Queridos amigos irlandeses e amigos europeus,

Sou um cidadão de um estado membro da UE. No meu país não pudemos votar no futuro da Europa. Só vocês, amigos irlandeses, têm este direito e foram chamados a votar no "Tratado de Lisboa" a 12 de Junho.

Eu rejeito este Tratado por ser antidemocrático na concepção e no conteúdo. Por favor, votem NÃO por mim como um primeiro passo para a construção de uma Europa comum social, ecológica, democrática e pacífica.

Artigos do El País (Espanha)

É desta que a escola vai passar a regime de internato para alunos e professores!
Acordo dos vinte e sete para ampliar a semana laboral acima das 48 horas:
E os blogues que se comecem a cuidar!

Que avaliação? Comunicado conjunto

MOVIMENTO ESCOLA PÚBLICA
Igualdade e Democracia



Nesta Newsletter, divulgamos o debate "Avaliação de professores: Esta Não! Mas qual?", e o comunicado conjunto de três movimentos empenhados na luta dos professores.


Avaliação de professores:
Esta não! Mas qual?

Sessão pública com:

Olga Pombo (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)
Paulo Guinote (Professor do 2º CEB, autor do blog "A Educação do Meu Umbigo")
João Paulo Videira (Professor, Fenprof)
Manuel António Silva (Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho)


21 de Junho, 15h30, Associação 25 de Abril
(Rua da Misericórdia 95, Lisboa)


Sabemos que o Modelo de Avaliação de Desempenho que o Ministério da Educação está a impor nas escolas não serve nem professores nem alunos:

- é burocrático, assentando em papelada atrás de papelada
- absorve o tempo livre dos professores em sucessivas reuniões, em vez de os libertar para a preparação das aulas
-
coloca professores a vigiar professores em vez de contribuir para a melhoria pedagógica das aulas
-
assenta numa divisão artificial entre professores titulares e não titulares, sem garantir que os primeiros são os mais competentes
-
impede a atribuição a milhares de professores das notas de "excelente" e "muito bom", mesmo que as mereçam
Avaliar desta forma os professores em nada contribui para reduzir as taxas de insucesso e abandono escolares. Durante o próximo ano lectivo, este modelo estará aberto a críticas e alterações por parte de uma comissão paritária formada pelo ministério e por sindicatos. Mas o modelo de avaliação a aplicar no ano seguinte (2009/2010) vai depender da força da denúncia das injustiças da proposta do governo e, mais importante ainda, da capacidade dos professores e da sociedade civil em apresentar uma alternativa credível a este modelo, alternativa essa que possa contribuir para a melhoria das práticas pedagógicas e do sucesso escolar.

O Movimento Escola Pública convida todos e todas a participar neste desafio, em busca da alternativa.

Comunicado conjunto:


A APEDE - Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino, o Movimento Escola Pública, Igualdade e Democracia e o MUP - Movimento para a Mobilização e Unidade dos Professores, reunidos em 31 de Maio de 2008, depois de analisarem as políticas educativas empreendidas pelo actual Governo e a consequente resposta por parte dos professores, decidiram reiterar a sua oposição a essas políticas, designadamente as que estão patentes no Estatuto da Carreira Docente e nos decretos de Avaliação do Desempenho e de Gestão Escolar.

Apelam a todas as formas de resistência dos professores, individuais ou colectivas, que assumam uma dimensão de escola, agrupamento ou conjunto de escolas, exprimindo a rejeição destas política e declaram também, em consequência, o seu apoio activo e solidariedade a todos professores e a todas as escolas que decidam contrariar a sua aplicação.

Apelam, finalmente, a todos os professores, associações, sindicatos e outras entidades, para que dêem corpo a este esforço conjunto de contestação a estas gravosas medidas que, atentando contra a democracia na escola e perturbando o seu funcionamento, põem em causa a escola pública.


MUP - Movimento para a Mobilização e Unidade dos Professores
A APEDE - Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino
Movimento Escola Pública, Igualdade e Democracia

Projecto de Yann Bertrand :"6 Bilion Others"

VEJA AQUI

Discussão na Assembleia da República de petição (resultados)

A Petição Contra a Prova de Ingresso na Carreira Docente foi discutida em
plenário da Assembleia da República no passado dia 6 de Junho. Os resultados
da discussão em http://movimentodemocracia.blogspot.com/


Leiam com atenção pois afinal, pode ser que haja esperança num final feliz,
ou pelo menos, num final mais justo!

Cumprimentos,

A comissão coordenadora

Filipe Araújo
Goretti Moreira
Ricardo Santos
Nelson Vara
Ricardo Montes
Tiago Carneiro


http://movimentodemocracia.blogspot.com/

Inevitável colapso do sistema público de ensino [*]

[transcrevo apenas as conclusões deste estudo de Maria Helena Ramalho,
mas recomendo a leitura atenta de todo o conteúdo em:
http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=4EC424B24861721DE04400144F16FAAE&opsel=2&channelid=0
]

Resultados finais:
1. A curto prazo, por certo que as estatísticas do insucesso e do
abandono escolar vão apresentar valores mais reduzidos, não
necessariamente porque as aprendizagens venham a ser mais conseguidas
mas porque, a nível dos docentes, as ‘pressões' e o ‘instinto de
sobrevivência' falarão mais alto.

[*] 2. A médio e longo prazo, a implosão do sistema educativo e/ou a
explosão dos docentes será, infelizmente, o que se vislumbra. A
pressão de uma avaliação nestes moldes, feita em contínuo (ano após
ano, ao longo de toda uma carreira), irá exercer sobre todos os
envolvidos um desgaste incomportável; a missão dos docentes na escola
dificilmente será encarada com a alegria e a dedicação espontânea com
que muitos até agora (ou até há alguns anos) a viviam. Deixará de
haver uma missão por vocação para termos uma escravatura alienante.

Esperanças que ainda nos restam:
1. Antes de mais, que, a nível dos órgãos de gestão das escolas e dos
avaliadores em particular, haja (i) o sentido crítico necessário e a
assunção da responsabilidade que lhes cabe no denunciar (a instâncias
superiores) de problemas e incoerências do sistema, (ii) bom senso e
competência q.b. para não se cair na tentação de operacionalizar de
forma incomportável e ainda mais perversa o estabelecido pela tutela.

2. Que a equipa ministerial e todo o conjunto de órgãos que constituem
seus interlocutores directos e privilegiados, muitos dos quais com
especialistas na área da educação, encontrem o equilíbrio razoável
entre opções políticas para "respostas externas" a curto prazo e
opções educativas de fundo e internas, com efeitos a médio e longo
prazos (trata-se de algo muito sério - a educação de gerações dos
cidadãos do País).

Estado: Finaciamentos do Ensino Privado

Muitas pessoas não sabem que o Estado português financia fortemente o ensino dito privado.
Alguém se quer dar ao trabalho de fazer a soma das transferências efectuadas pelos organismos do Ministério da Educação no 2.º semestre de 2007 para o ensino privado?
Claro que todo este dinheiro é dispendido em prejuízo da escola pública onde todos nós sabemos as enormes dificuldades que as escolas enfrentam no dia a dia!

Governo Sócrates: a mais radical das reformas da UE

[do DN]
Reforma de Sócrates é "a mais radical" da União
Europeia

Carla Aguiar

A reforma das administrações públicas é um traço comum
a muitos países da União Europeia, mas a representante
da Federação Europeia dos Sindicatos da Função Pública
(EPSU), Nadja Salson, não hesita em classificar a que
está em curso em Portugal como "a mais radical". Em
declarações ao DN, aquela dirigente francesa - que
representa 215 sindicatos e 8 milhões de funcionários
- considera que "a simples ideia de colocar à força
milhares de trabalhadores numa lista de excedentários
com salário reduzido, seria impensável na França". E
pergunta: "Será que o resto dos portugueses aceitam
ter milhares de funcionários desemprego técnico e a
receber salário?"

Nadja Salson considera que a intenção do Governo
português só encontra algum paralelo no plano do Reino
Unido, que "pretende reduzir cerca de 50% dos
funcionários estatutários nos próximos cinco anos,
mas, ainda assim, com indemnizações negociadas".

Leitura semelhante faz o secretário nacional da
Confederação dos Sindicatos Cristãos, Jean-Paul Devos,
para quem o que está a acontecer em Portugal
"suscitaria uma revolução na Bélgica". Aquele
dirigente belga, "habituado a uma cultura de
discussão, negociação e compromisso", relata o modo
como foram feitos alguns ajustamentos na administração
pública do seu país. "Também tivemos uma situação de
excesso de pessoal no Estado, mas a solução encontrada
foi a das saídas voluntárias, em que os trabalhadores
ficavam com 90% do salário e mantinham o estatuto."
Sobre a figura dos chamados "supranumerários",
Jean-Paul Devos sublinha que essa possibilidade "está
prevista na lei belga desde 1937, mas nunca foi
aplicada".

O mesmo responsável faz ainda uma análise crítica do
sistema de "salário por mérito", segundo o qual uma
parte do salário tem a ver com o mérito. "Esse sistema
chegou a vigorar, mas em 2003 foi abandonado, porque
se concluiu que a avaliação diz respeito não apenas
aos indivíduos, mas também às organizações, não sendo
justo que apenas estes sejam penalizados por um
resultado de conjunto. Por outro lado, Jean-Paul Devos
sustenta que a análise à experiência da Dinamarca,
onde esse sistema vigora, mostra que "foram diminutos
os casos de salários que evoluíram por mérito". O
simples facto de a avaliação ter uma restrição
orçamental já faz com que não seja objectiva. Para a
EPSU "o principal combate é que se avalie não apenas a
performance económica do Estado , mas também a
social".

Governo Sócrates: a mais radical das reformas da UE

[do DN]
Reforma de Sócrates é "a mais radical" da União
Europeia

Carla Aguiar

A reforma das administrações públicas é um traço comum
a muitos países da União Europeia, mas a representante
da Federação Europeia dos Sindicatos da Função Pública
(EPSU), Nadja Salson, não hesita em classificar a que
está em curso em Portugal como "a mais radical". Em
declarações ao DN, aquela dirigente francesa - que
representa 215 sindicatos e 8 milhões de funcionários
- considera que "a simples ideia de colocar à força
milhares de trabalhadores numa lista de excedentários
com salário reduzido, seria impensável na França". E
pergunta: "Será que o resto dos portugueses aceitam
ter milhares de funcionários desemprego técnico e a
receber salário?"

Nadja Salson considera que a intenção do Governo
português só encontra algum paralelo no plano do Reino
Unido, que "pretende reduzir cerca de 50% dos
funcionários estatutários nos próximos cinco anos,
mas, ainda assim, com indemnizações negociadas".

Leitura semelhante faz o secretário nacional da
Confederação dos Sindicatos Cristãos, Jean-Paul Devos,
para quem o que está a acontecer em Portugal
"suscitaria uma revolução na Bélgica". Aquele
dirigente belga, "habituado a uma cultura de
discussão, negociação e compromisso", relata o modo
como foram feitos alguns ajustamentos na administração
pública do seu país. "Também tivemos uma situação de
excesso de pessoal no Estado, mas a solução encontrada
foi a das saídas voluntárias, em que os trabalhadores
ficavam com 90% do salário e mantinham o estatuto."
Sobre a figura dos chamados "supranumerários",
Jean-Paul Devos sublinha que essa possibilidade "está
prevista na lei belga desde 1937, mas nunca foi
aplicada".

O mesmo responsável faz ainda uma análise crítica do
sistema de "salário por mérito", segundo o qual uma
parte do salário tem a ver com o mérito. "Esse sistema
chegou a vigorar, mas em 2003 foi abandonado, porque
se concluiu que a avaliação diz respeito não apenas
aos indivíduos, mas também às organizações, não sendo
justo que apenas estes sejam penalizados por um
resultado de conjunto. Por outro lado, Jean-Paul Devos
sustenta que a análise à experiência da Dinamarca,
onde esse sistema vigora, mostra que "foram diminutos
os casos de salários que evoluíram por mérito". O
simples facto de a avaliação ter uma restrição
orçamental já faz com que não seja objectiva. Para a
EPSU "o principal combate é que se avalie não apenas a
performance económica do Estado , mas também a
social".

Estudo sobre as causas do descontentamento dos docentes

Professores descontentes com a profissão
Factores externos à escola pressionam docentes


Os resultados de um estudo realizado pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco revelou dados que explicitam o descontentamento dos professores com a sua situação profissional, pelo que, 43,6% dos inquiridos disse que não voltaria a fazer a mesma escolha profissional.

Os resultados estão à vista e demonstram que quase 44% dos professores garantem que não repetiriam a opção nem a aconselham a amigos.

A explicação encontrada não refere o mal-estar entre alunos nem o ambiente na sala de aulas, foram antes apontados factores exteriores à escola e à atribuição constante de funções que exercem pressão crescente entre os docentes.

Entre os dados referidos, 92,4% dos inquiridos revelaram ter preocupações relativas ao seu futuro profissional, a maioria afirmou não sentir reconhecimento pela sociedade e 81,1% considera que existe pouco interesse escolar por parte dos alunos.

O Instituto Superior fez o estudo a pedido da Associação Nacional de Professores para medir o grau de satisfação dos profissionais da área do ensino. A finalidade do inquérito era a análise da viabilidade da ideia de criar uma «ordem de professores».

Nesse sentido, 81,7% demonstraram-se a favor da iniciativa de criar uma «ordem de professores», 69,4 mostraram insatisfação para com os sindicatos e 77,1% foram a favor da coexistência entre ordem e sindicatos, informa a SIC Online.

O estudo contou com a participação de 352 inquiridos de educação de infância e ensino secundário e os dados foram recolhidos em 2006, antes da manifestação da plataforma nacional.

Veja-o aqui

http://www.saladosprofessores.com/forum/index.php?topic=13506.0

Atenciosamente,
A Equipa do Sala dos Professores.

Apenas adiar não é solução!

MAIS UMA ESCOLA A DAR UMA LIÇÃO

Mais uma escola a dar uma lição a um PCE com veleidades a directorzinho!

Sei, de fonte segura, que na escola Conde de Monsarraz, em Reguengos de Monsarraz, a Assembleia de Escola assumiu o seu papel enquanto órgão soberano legitimamente eleito. Quando o PCE apareceu com lista, calendarização e uma imensa vontade de pôr em prática mais esta aberração boa para aspirantes a ditadorzinhos, eis senão quando a AE em bloco rejeita as propostas de tão diligente chefinho e adia todo o processo de eleição do CG para o final de Setembro!!!

Ah, grandes COLEGAS!!!

Recebido por e-mail, devidamente identificado.

Publicada por ILÍDIO TRINDADE em mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com

Várias escolas sem listas docentes candidatas ao Conselho Geral Transitório



PROFESSORES DA ESCOLA SECUNDÁRIA DE SANTA MARIA DA FEIRA DIZEM NÃO AO NOVO MODELO DE DIRECÇÃO E GESTÃO DAS ESCOLAS


No âmbito do amplo debate democrático que o DIA D proporcionou, um grande número de professores da Escola S/3 de Santa Maria da Feira rejeitou os fundamentos, os termos e as intenções do novo modelo de gestão das escolas e comprometeu-se a não viabilizar o seu funcionamento, por via da não apresentação de candidaturas dos professores ao conselho geral transitório.

Com base neste compromisso, e na convicção de que era importante mostrar rapidamente que os professores podem, só por si, derrotar o modelo do ME, foi aberto concurso e os docentes não apresentaram candidaturas.

Se este exemplo se multiplicar e se conseguirmos, por esta via, evitar a constituição do conselho geral num número muito significativo de escolas, estaremos a impor uma importante derrota à equipa de Lurdes Rodrigues e a dar corpo à exigência de que a manutenção de um modelo democrático, colegial e electivo é, hoje, inseparável do combate à desprofissionalização e à descaracterização da profissão docente que os actuais responsáveis do ME, fiéis discípulos da ideologia neoliberal, por todos os meios pretendem impor.

Seguir o exemplo dos professores da Escola S/3 de Santa Maria da Feira e rejeitar um modelo marcado pelo centralismo, pelo autoritarismo e pelo seguidismo é também contribuir para a derrota de uma ideologia bacoca, mas perigosa, que pretende destruir a solidariedade e a igualdade e instalar no seu lugar o individualismo, a indiferença, a insegurança, a obediência e a submissão.


Santa Maria da Feira, Junho de 2008.

Além da Secundária António Nobre, mais dois agrupamentos sem listas docentes candidatas ao Conselho Geral Transitório
Como seria de esperar, os exemplos vão sendo conhecidos. Agora chegou ao conhecimento da Direcção do SPN que também nos agrupamentos Dr. Francisco Gonçalves Carneiro, em Chaves, e de Gualtar, em Braga, terminou o prazo para apresentação de listas candidatas ao Conselho Geral Transitório sem que tenha sido apresentada qualquer candidatura.

Escola Secundária António Nobre sem listas docentes candidatas ao Conselho Geral Transitório
Tal como vem acontecendo em várias escolas de todo o país, terminado o prazo aberto na Escola Secundária António Nobre, no Porto, para apresentação de listas candidatas ao Conselho Geral Transitório previsto no artigo 60.º do Decreto-Lei n.º 75/2008 de 22 de Abril, não teve lugar a apresentação de qualquer candidatura ao órgão em causa. Lembramos que, nos termos do disposto no citado decreto-lei, a não criação deste órgão impede, na prática, a aplicação do novo modelo de gestão, pois seria o Conselho Geral Transitório a promover os procedimentos que levariam à selecção do futuro director.

FENPROF: Petição ONLINE Para alterar decreto-lei sobre o novo modelo de "Gestão Escolar"

FENPROF lança petição contra ataque à democracia nas escolas
>> ASSINAR A PETIÇÃO

Parte superior do formulário



Parte inferior do formulário


A FENPROF lança (3/06/2008), nas escolas e on-line, uma Petição dirigida à Assembleia da República pela qual os signatários propõem que se proceda à alteração do modelo de gestão aprovado pelo Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de Abril, avaliando a sua conformidade legal e constitucional, assim como a adequação das soluções que impõe face à investigação realizada em Portugal nesta área, incluindo as conclusões dos principais estudos solicitados e editados pelo próprio Ministério da Educação.



No texto da Petição, releva-se o facto deste novo modelo de gestão ter sido aprovado sem se sustentar em qualquer avaliação prévia do regime em vigor e sem ter em conta as inúmeras críticas ao projecto formuladas por especialistas em administração escolar e pelo próprio Conselho Nacional de Educação.



A Petição considera, ainda, que se trata de um regime jurídico que configura um retrocesso no funcionamento democrático da Escola Pública, porque recentraliza poderes, impõe soluções únicas em áreas onde até agora as escolas podiam, autonomamente, decidir e põe em causa os princípios da elegibilidade, colegialidade e participação que são pilares de uma organização democrática da escola.



A Petição é hoje apresentada, pela primeira vez, aos professores e educadores em Plenários que decorrem na Guarda (a partir das 9.30 horas) e em Castelo Branco (a partir das 16 horas) e nos quais participará o Secretário-Geral da FENPROF.



Logo que estejam reunidas as 4.000 assinaturas exigidas, o que se prevê que aconteça rapidamente, a Petição será entregue ao Senhor Presidente da Assembleia da República.



>> ASSINAR A PETIÇÃO

O Secretariado Nacional da FENPROF
3/06/2008

Sistemas de avaliação docente: uma questão “conflituosa”

LEIA AQUI

terça-feira, junho 03, 2008

Reunião da CDEP: Ema Leandro - especialista em auto-avaliação das escolas


Caras(os),

A CDEP propõe-vos um encontro na próxima quarta-feira dia, 4 de Junho, pelas 17 horas, na Biblioteca Municipal de Algés, com uma técnica especialista em auto-avaliação das escolas. Trata-se da Engenheira Ema Leandro, mestre em Ciências da Educação.

Esta reunião poderá perspectivar a realização de um encontro mais largo e mais aberto, visando armar os docentes para melhor responderem à ofensiva com que estão confrontados no próximo ano lectivo, perante a aplicação do novo sistema de avaliação.

Um abraço

Carmelinda

Estudo: 7 concelhos limítrofes de Lisboa - Privação e infelicidade das nossas crianças

Andreia Sanches [O Público]:

maioria não faz refeições completas

ao jantar

nem vai ao médico

regularmente


Crianças acham que os pais têm dificuldades
financeiras


Inquérito mostra que maioria não faz refeições
completas ao jantar nem vai ao médico regularmente.
01/Junho/2008 - Dia Mundial da Criança


Geralmente sentem-se felizes, gostam da escola e do
bairro onde vivem. Mas quase metade (45,8 por cento)
das cinco mil crianças inquiridas em sete concelhos da
Grande Lisboa diz que sente que a família tem
dificuldades financeiras.
Apesar de serem raras as que afirmam que não têm
comida em casa quando têm fome (2,4 por cento), só uma
pequena parcela (12 por cento) costuma fazer uma
refeição completa de sopa, prato e fruta ao jantar. O
que, segundo um grupo de investigadores, indicia
"potenciais problemas ao nível da dieta alimentar".
Chama-se Um olhar sobre a pobreza infantil - Análise
das condições de vida das crianças e é um estudo de
Amélia Bastos, Graça Leão Fernandes e José Passos, do
Instituto Superior de Economia e Gestão, em Lisboa, e
de Maria João Malho, do Instituto de Apoio à Criança.
Um total de 5161 crianças da Amadora, Cascais, Lisboa,
Loures, Odivelas, Oeiras e Sintra foram entrevistadas
pessoalmente nos anos lectivos de 2004/2005 e
2005/2006. A média de idades é de nove anos. A amostra
é representativa das crianças que, naqueles concelhos,
frequentavam os 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo do ensino
público.

Pouco tempo para os filhos

Aos seus professores foi pedido que validassem os
resultados dos inquéritos. Amélia Bastos, uma das
autoras - com um doutoramento e vários trabalhos
publicados na área da pobreza infantil - diz que não
teme que desta validação resulte algum tipo de
adulteração das respostas das crianças. Procurou-se
antes de mais, dada a faixa etária dos alunos,
garantir que alguém que os conhece bem, como o
professor do 1.º ciclo, confirmasse algumas
informações, explica.

O livro com os resultados do estudo, publicado pela
Fundação Económicas (ed. Almedina), vai ser lançado na
terça-feira, no ISEG, em Lisboa. E aborda um tema que,
segundo Amélia Bastos, "é pouco estudado em Portugal"
- onde, segundo o Eurostat, se registam das taxas de
pobreza infantil mais elevadas da União Europeia (25
por cento em 2005).

Para os autores, a pobreza não se reduz, contudo, aos
rendimentos das famílias, que é o que o Eurostat
avalia. Optaram assim por "dar voz às crianças" de
forma a detectar, através de inquéritos, a "existência
de carências em áreas fulcrais do bem-estar".

Comer sopa, prato e fruta antes de deitar não é um
hábito enraizado entre os inquiridos e seis por cento
diz mesmo que o seu jantar costuma ser apenas "sopa e
pão" ou então "sopa, pão e fruta". Para a
investigadora, este é um dado preocupante: "Uma
refeição completa é o que é considerado essencial para
o desenvolvimento da criança, é o que qualquer cantina
de escola oferece".

10% ajudam no trabalho

As carências económicas não explicam tudo. "O que
muitas vezes acontece é que famílias que não são
consideradas carenciadas têm a sua vida organizada de
tal forma que não têm possibilidade de suprir todas as
necessidades que a criança tem. Por falta de tempo, de
informação e de cuidado."

Poucas são também as crianças (39,3 por cento) que vão
ao médico por rotina - "Significa que não vão lá para
aquelas consultas próprias de crianças desta idade,
ver como está a altura, o peso, ver se está tudo bem.
E, uma vez mais, isto não acontece necessariamente ou
apenas nas famílias carenciadas".

"Aliás, há um dado curioso. Perguntámos às crianças se
elas se sentiam felizes." Loures tem a maior taxa de
infelicidade (7,2). "Mas a proporção de crianças que
na Amadora diz ser infeliz [6,7 por cento das
crianças] é idêntica à de Oeiras [6,3 por cento]." A
curiosidade aqui é que Amadora e Loures são os
concelhos com maior percentagem de crianças com um
índice de privação acima da média. E Oeiras é o que
tem a menor percentagem de todos - "É o concelho onde
os pais têm maiores níveis de qualificação, mas onde,
se calhar, têm menos tempo para os filhos".

Como ajudas em casa? Esta era outra pergunta às
crianças: 27,5 por cento ajudam a tomar conta dos
irmãos e dez por cento dizem que ajudam os pais nas
respectivas profissões. Trabalho infantil? Amélia
Bastos não tem elementos para responder. Mas admite
que nalguns casos, se estas crianças gastarem muito
tempo a "ajudar o pai no café, por exemplo", poderão
estar a ser prejudicadas.

segunda-feira, junho 02, 2008

Quadros Interactivos

FNE - Rejeição do modelo das quotas no modelo de avaliação dos docentes

[Lusa]

A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) manifestou hoje [29/Maio]
a sua “completa rejeição” do despacho que estipula as quotas para as
classificações mais elevadas no âmbito da avaliação dos professores,
por não permitir uma “avaliação correcta” dos docentes.

“Para nós, é essencial que se respeite a avaliação sem que esta esteja
sujeita somente a um cariz administrativo e puramente económico que
não permite uma avaliação correcta dos professores”, disse à Lusa o
secretário-geral da FNE, João Dias da Silva.

Segundo a proposta de despacho conjunto do Ministério da Educação e
das Finanças, a que a Lusa teve acesso ontem, as escolas vão poder
atribuir um máximo de dez por cento de classificações de “Excelente” e
25 por cento de “Muito Bom”, mas só se tiverem nota máxima nos cinco
domínios que compõem a avaliação externa.

Na pior das hipóteses, com uma classificação de “Muito Bom” e quatro
de “Bom” ou duas classificações de “Muito Bom”, duas de “Bom” e uma de
“Suficiente”, as escolas poderão dar seis por cento de “Excelente” e
21 por cento de “Muito Bom” aos docentes avaliados.

Ambiente negativo nas escolas

As escolas cujos resultados na avaliação externa sejam diferentes dos
previstos no despacho, bem como as que não foram objecto de avaliação,
poderão aplicar um máximo de cinco por cento de “Excelente” e 20 por
cento de “Muito Bom”, as percentagens mais baixas que estão previstas.

“Estamos em total desacordo com o despacho e vamo-nos opor por
completo a esta proposta”, sublinhou João Dias da Silva.

Segundo o secretário-geral da FNE, a aplicação destas quotas afecta o
exercício da profissão dos docentes e resulta num ambiente negativo
nas escolas.

“Existe, por um lado, a nossa rejeição total desta proposta e, por
outro lado, achamos que a aplicação deste mecanismo vai introduzir um
mal-estar geral no local de trabalho dos professores”, afirmou.

"NÃO AO NOVO MODELO - ANTI-DEMOCRÁTICO - DE GESTÃO"

Para divulgar

"NÃO AO NOVO MODELO - ANTI-DEMOCRÁTICO - DE GESTÃO"

Mais um comentário pleno de pertinência do Luís Costa:

ESCOLA SECUNDÁRIA ANTÓNIO NOBRE

A minha vénia, para a Escola Secundária António Nobre, onde todos souberam dizer não a este “antigo regime” de gestão. Os nobres professores desta escola não escorregaram na tentação de candidaturas para fazer oposição a outras candidaturas da "ortodoxia”. Os nobres colegas desta escola compreenderam que essa é, não só uma atitude de castração, mas — e sobretudo — uma humilhante forma de adopção de um regime que instrumentaliza os professores, que os desprofissionaliza, que os desautoriza social e profissionalmente, que os transforma em meros aplicadores, sujeitos aos objectivos políticos dos interesses instalados, para os quais, amiúde, a escola pública não é uma alavanca de promoção social e cultural do indivíduo, mas uma fábrica que produz serviços mínimos para a mão-de-obra nacional.

Escola nobre. Esperemos que não fique !

Eu não me candidatarei a nada que tenha a ver com este “antigo regime” de gestão e, se houver alguma lista de “Judas”, não votarei. Levarei figos para a escola.

Luís Costa - dardomeu.blogspot.com

Lançamento de livro: «Os medos dos professores» por Luísa Cristina Fernandes

[Lusa]
O nível salarial, a desmotivação dos alunos e a
indisciplina são três dos maiores medos dos
professores portugueses, segundo um livro lançado hoje
e que resulta de uma tese de mestrado de uma docente.
Com o título "Os medos dos professores... e só
deles?", o livro de Luísa Cristina Fernandes faz uma
análise dos principais medos dos professores em
contexto escolar com base num estudo de campo com
entrevistas informais a uma amostra de 208 docentes de
vários níveis de ensino.
A ideia surgiu-lhe há dez anos quando foi orientadora
de estágio. "Queria ajudar os professores em início de
carreira a superar os seus medos e não sabia como, por
isso, decidi estudar o tema", explicou, em declarações
à agência Lusa.
Na sua investigação, Luísa Fernandes encontrou alguns
caminhos para enfrentar os medos sendo um deles a
partilha de experiências e de estratégias. "É possível
superar os medos se todos partilharmos, no sentido da
entreajuda", sublinha.
A autora apresenta os sete principais medos dos
professores, destacando-se como o maior o de cariz
económico, nomeadamente o medo do salário não permitir
satisfazer as necessidades pessoais e familiares, logo seguido
de um outro mais ao nível pedagógico e que se
prende com o receio do professor não saber lidar com a
desmotivação escolar dos jovens.
Os professores não entendem porque é que muitos dos
alunos não prestam atenção aos que lhes é ensinado nas
aulas e tal incompreensão fá-los temer não saber lidar
com a situação.
Para que os alunos se motivem, escreve a autora, os
professores também precisam de estar motivados
contribuindo assim para o seu sucesso pessoal e para a
sua realização profissional.
O terceiro medo com a média de respostas mais elevada
está relacionado com a indisciplina e é o medo de o
professor ter alunos violentos. Este medo constitui,
na actualidade, o principal factor de mal-estar para
muitos professores, uma vez que nos últimos anos tem
havido um aumento da frequência e da gravidade das
situações de violência nas escolas e de indisciplinados alunos na sala de aula.
O medo de ter alunosviolentos prender-se-á também a aspectos ligados ao
sexo do professor: uma professora poderá ter mais
inibições a este nível por questões físicas.
Segundo a autora, o quarto medo está relacionado com
assuntos mais específicos da gestão ministerial da
profissão, nomeadamente com a possibilidade de os
professores virem a dar aulas numa escola muito longe
de casa. Este medo está principalmente patente nos
professores em início de carreira ou que ainda não
conseguiram efectivar-se perto de casa. Associado a
este medo encontra-se a diminuição da comodidade do
professor e o aumento das suas despesas.
O quinto medo volta a ligar-se à temática da
indisciplina: os docentes receiam não saber lidar com
alunos violentos. O peso deste medo tem vindo a ser
destacado por vários estudos. Neste caso, escreve a
autora, já não é só o "ter" os alunos violentos, mas
saber lidar com essa mesma violência.
Segundo Luísa Cristina Fernandes, a superação do medo
da indisciplina e de alunos violentos, tendo tanta
importância para o bem-estar do corpo docente, poderia
ser mais efectiva através de uma formação adequada,
quer antes de o professor começar a leccionar, quer
durante o exercício das suas funções. A formação,
acrescenta, poderia contribuir para os professores
aprenderem a trabalhar em equipa e, assim, terem no
grupo profissional um suporte e um mecanismo de"coping" para as suas dificuldades.
Os docentes têm ainda medo de ter algum esgotamento
derivado da profissão e de lhes ser atribuído um
horário zero (sem componente lectiva). Este último
aspecto preocupa cada vez mais os professores
portugueses, uma vez que o número de adolescentes e
jovens tem vindo a diminuir na sociedade portuguesa.
Mesmo professores efectivos há muitos anos temem
acabar por ter de assumir funções de outra índole que
não pedagógica (como por exemplo funções
administrativas) por falta de alunos e de turmas para
leccionar.

MOÇÃO da Assembleia do Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão

A Assembleia do Agrupamento Vertical de Escolas de
Azeitão vem por esta forma manifestar a sua
preocupação e repúdio pelo rumo que a tutela tem vindo
a impor à escola pública em Portugal.

Porque queremos o melhor para o ensino, porque
entendemos que ainda é tempo de arrepiar caminho e
encontrar melhores soluções, em diálogo, porque
pretendemos clarificar a nossa actuação futura, por
transparência e frontalidade afirmamos:

À Assembleia, como órgão responsável pela
regulamentação base do funcionamento das escolas deste
agrupamento, caberá ratificar a consignação em
Regulamento Interno, dos diversos normativos legais
que nos últimos meses têm vindo a ser publicados na
área da educação.

Genericamente não concordamos com eles.

Na sua base doutrinária extremamente hostil perante os
professores enquanto profissionais.
Nos seus indisfarçáveis intuitos economicistas e
eleitoralistas em detrimento dos pedagógicos.

Concretamente e em resumo:

- O ECD, entre outras, pela forma como, gratuitamente,
sem nexo, sem justiça e sem qualquer valia pedagógica
se fractura a carreira docente em titulares e não
titulares.
- DL 3/08 - Ensino Especial - Pela negação dos
princípios da escola inclusiva de qualidade para
todos.
- O DL 2/08 - Avaliação de docentes - Pela sua
natureza excessivamente burocratizada, eivado de
incorrecções, com parâmetros vagos e, por isso,
potenciadora de injustiças.
- A Lei 3/08 - Estatuto do aluno - Pela letra e
conteúdo virtualmente impossível de colocar em RI, e
em prática, e por ser promotor do facilitismo escolar
e do desrespeito pelos docentes e não docentes.
- O DL 75/08 - Gestão - Pela imposição de um modelo de
gestão centralizador, não apoiado na realidade, pouco
respeitador dos princípios da democracia participada.
- Finalmente, e porque este é um documento da
Assembleia, pela forma desrespeitosa, por isso
intolerável, como é extinto, sem qualquer tipo de
avaliação, este órgão, que tem funcionado desde a sua
criação há 9 anos, no estrito cumprimento das suas
atribuições, utilizando para isso milhares de horas
não remuneradas dos seus elementos que souberam dar o
seu melhor para que a Assembleia fosse - e foi - um
espaço aberto a toda a comunidade educativa e em que
todos tiveram o seu lugar, a sua palavra, a sua
participação livre e justa. Fizemos um bom trabalho.
Seremos extintos, sem mais. Porém, não sem que nos
seja pedido que tudo coloquemos em prática, que tudo
vertamos em RI, que todos motivemos para o que de novo
se prepara para o ensino.
Constituímo-nos ao abrigo do DL 115-A. Cumprimos
sempre as atribuições aí consignadas. No passado dia
12/4, este diploma foi revogado. Enquanto Assembleia
incumbem-nos de tarefas relativas ao Regulamento
Interno e Conselho Geral Transitório, entre outras.
Como elementos responsáveis de um (ainda) órgão de
gestão, cumpriremos, pelos mínimos exigíveis, sem
qualquer entusiasmo, sob protesto (fundamentado no
atrás exposto) e até ao rigoroso dia em que cessarmos
funções, as tarefas que os novos normativos legais nos
impõem.
Esta escola pública não nos quer
Não é esta a escola pública que queremos

O Presidente da Assembleia
Jorge Freixial

Escola Secundária - Declaração sobre as recentes afirmações da Ministra

---- Em reacção às recentes declarações da Senhora Ministra da Educação, foi apresentada para discussão a seguinte declaração: --------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------- DECLARAÇÃO ---------------------------------------------
---- Relativamente às recentes declarações da Senhora Ministra da Educação, em que se mostrou preocupada com o insucesso escolar, afirmando que “os chumbos é que são facilitismo”, os professores do Departamento de Matemática da Escola Secundária de Tomás Cabreira, reunidos em 30 de Abril de 2008, declaram o seguinte: --------------------------------------- Denunciamos a distorção do conceito correspondente ao termo “facilitismo”, tendo em conta a realidade e a vivência concreta na maioria das escolas portuguesas, onde os professores são constantemente pressionados para passarem alunos que não atingem os objectivos mínimos das respectivas disciplinas. -------------------------------------------------------
---- Sublinhamos a explicitação, por parte da tutela, das verdadeiras razões que sustentam a preocupação com o insucesso, razões, quer de ordem economicista – chegando a argumentar com o preço de 3000 euros a que fica cada “chumbo” –, quer de ordem estatística – pretendendo comparar níveis de sucesso de países com realidades sociais que não são comparáveis; ---------------------------------------------------------------------------------------------------- Não obstante não enjeitarmos a responsabilidade que nos cabe na parte em que a Senhora Ministra afirma que não é com “chumbos”, mas com mais trabalho dos professores que se atinge o sucesso, não deixamos de lamentar que a tutela continue a enviar a falsa mensagem aos alunos e respectivas famílias de que os professores trabalham pouco, em vez do apelo, que vem tardando, de estudo, rigor, trabalho e disciplina nas aulas para a maioria dos alunos e maior acompanhamento e exigência, por parte de muitas famílias, no sentido de cumprirem plenamente o papel que lhes cabe na educação dos filhos; ----------------------------------------------- Atendendo ao momento em que foram proferidas – perto do final de ano lectivo –, classificamos de irresponsáveis as declarações da Senhora Ministra da Educação, pela pretensão de condicionamento dos professores no processo de avaliações que se avizinha. -----
---- Mais declaramos que a mensagem de desresponsabilização dos alunos e respectivas famílias, essa sim, hipoteca o futuro dos nossos jovens e do País num mundo global cada vez mais exigente. -----------------------------------------------------------------------------------------------
---- Depois de discutida, a declaração foi aprovada, por unanimidade, pelos professores do Departamento. ----------------------------------------------------------------------------------------------

“nova gestão escolar” está aí. Será que veio para ficar?

http://fjsantos.wordpress.com

A "nova gestão escolar" está aí. Será que veio para
ficar?Há quem imagine que veio para ficar. Há quem receie
que ela veio para ficar. Há quem tenha uma enorme
esperança e tenha investido tudo para que ele fique.
Mas há também quem saiba que ainda não chegámos ao fim
da História, pelo que este "novo modelo de gestão" só
irá mudar nas escolas aquilo que os actores quiserem
que mude.
No preâmbulo do DL 75/2008 e no discurso político que
justificou a sua publicação pode ler-se: <por isso, criar condições para que se afirmem boas
lideranças e lideranças eficazes, para que em cada
escola exista um rosto, um primeiro responsável,
dotado da autoridade necessária para desenvolver o
projecto educativo da escola e executar localmente as
medidas de política educativa.>>
Esta frase, de uma singeleza tão absoluta, constitui
todo um programa político e toda uma forma de entender
as organizações em geral e a organização-escola em
particular.
Para o governo do 1º ministro Pinto de Sousa liderar é
mandar. Por isso precisa de saber quem manda, para
poder cobrar a tal mandante a <medidas de política educativa>>.
Esta é uma visão da administração que nada tem a ver
com descentralização e autonomia. Pelo contrário,
trata-se de desconcentrar para a periferia a
responsabilidade pela execução das medidas que são
pensadas, planeadas e decididas centralmente. É sem
dúvida uma visão napoleónica, imperialista e
centralizadora. Que para ser aplicada com eficácia
necessita de recorrer a um sistema de prémios e
castigos, que mantenha sob controle toda e qualquer
tentiva de dissidência.
Foi esta visão que produziu casos como o caso DREN vs.
Charrua no Ministério da Educação, ou a substituição
na direcção num Centro de Saúde ocorrida no Ministério
da Saúde.
Mas ao contrário do que a cultura tecnocrática e pouco
sustentada do ponto de vista teórico do nosso 1º Pinto
de Sousa pode imaginar, as organização não podem ser
entendidas apenas como máquinas ou como burocracias
hierarquizadas. No caso específico das escolas, a
lógica de trabalho cooperativo que está subjacente à
função docente (no melhor interesse do aluno), está em
contradição absoluta com a ideia de hieraquização
organizacional. É por isso que a ideia de instituir um
"líder forte", a quem se imputam as responsabilidades
de fazer cumprir ordens exteriores à organização, está
condenada ao fracasso.
Numa sociedade democrática, em que os cidadãos têm
teoricamente o direito a ter opinião, tomar decisões e
a ser tratados como iguais, não se pode pedir a uma
classe profissional (ainda por cima quando esta tem
qualificações académicas de grau superior) que abdique
desses direitos e se mantenha de boca fechada, fazendo
exclusivamente o que lhe for ordenado e submetendo-se
às regras impostas pelo "líder forte". Não se pode
esperar que um grupo social que tem no seu seio,
exclusivamente, pessoas com formação ao nível de
licenciaturas ou estudos pós-graduados, se esqueçam de
exercer os seus direitos de cidadania durante 35 horas
por semana e continuem a trabalhar alegremente.
Quem assim pensa bem pode começar a preparar a
reconstrução da FNAT e dos serões para
trabalhadores!!!

domingo, junho 01, 2008

Somos professores. Porque nos havemos de candidatar ao Conselho Geral Transitório?

SEM LISTAS NA SECUNDÁRIA ANTÓNIO NOBRE

DIVULGUEM!DIVULGUEM!SEM LISTAS NA SECUNDÁRIA ANTÓNIO NOBRE

Escola Secundária António Nobre sem listas docentes candidatas ao Conselho Geral Transitório

Tal como vem acontecendo em várias escolas de todo o país, terminado o prazo aberto na Escola Secundária António Nobre, no Porto, para apresentação de listas candidatas ao Conselho Geral Transitório previsto no artigo 60.º do Decreto-Lei n.º 75/2008 de 22 de Abril, não teve lugar a apresentação de qualquer candidatura ao órgão em causa. Lembramos que, nos termos do disposto no citado decreto-lei, a não criação deste órgão impede, na prática, a aplicação do novo modelo de gestão, pois seria o Conselho Geral Transitório a promover os procedimentos que levariam à selecção do futuro director.O SPN, desde o início muito crítico deste novo modelo, saúda os docentes desta escola e aproveita para renovar o apelo a que em cada escola e agrupamento se evitem as precipitações e que sejam muito bem discutidas todas as implicações deste novo modelo, na certeza de que muitas mais decisões deste tipo irão, naturalmente, surgir.

mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com/
in http://terrasmuialtas.blogspot.com/2008/05/sem-listas-na-secundria-antnio-nobre.html

para quê um DIA MUNDIAL DA CRIANÇA se...

...A rua é das crianças

Ninguém sabe andar na rua como as crianças. Para elas é sempre uma novidade, é uma constante festa transpor umbrais. Sair à rua é para elas muito mais do que sair à rua. Vão com o vento. Não vão a nenhum sítio determinado, não se defendem dos olhares das outras -pessoas e nem sequer, em dias escuros, a tempestade se reduz, como para a gente crescida, a um obstáculo que se opõe ao guarda-chuva. Abrem-se à aragem. Não projectam sobre as pedras, sobre as árvores, sobre as outras pessoas que passam, cuidados que não têm. Vão com a mãe à loja, mas apesar disso vão sempre muito mais longe. E nem sequer sabem que são a alegria de quem as vê passar e desaparecer.


Ruy Belo, in Imagens Vindas dos Dias