Os professores e educadores portugueses reafirmam (na Marcha de 8 de Março) a sua profunda indignação e, por esse motivo, reafirmam, também, toda a sua determinação para prosseguirem a luta, caso as suas propostas não sejam tidas em conta, anunciando, desde já:
- Uma Semana Nacional de Luto nas Escolas na última semana de aulas deste segundo período, ou seja, a próxima, adoptando-se o luto nas escolas entre os dias 10 e 14 de Março. O vestuário escuro e a colocação de sinais visíveis de luto nas escolas - apelando-se à criatividade dos professores, que tão bons resultados tem dado nesta luta - será a forma de manifestarmos o nosso mais veemente protesto pelas actuais políticas educativas. Um luto que os professores adoptarão sempre que um membro do Governo se desloque à sua escola e da visita se tenha conhecimento prévio.
- A aprovação de "Tomadas de Posição" nas escolas, ao longo da Semana de Luto, que reafirmam a resolução que hoje aprovamos e serão enviadas ao Primeiro Ministro, à Ministra da Educação e à Comissão Parlamentar de Educação.
- A entrega ao Governo, no primeiro dia de aulas do 3º período, do Abaixo-Assinado que hoje (na Marcha) correu e correrá, ainda, nas escolas, em que se reafirmam, mais uma vez, as posições que iremos aprovar.
- A promoção, ao longo do 3º período, das "Segundas-feiras de Protesto", como forma de iniciar cada semana de trabalho. Os professores concentrar-se-ão em locais públicos, como têm feito, e manifestar-se-ão de acordo com o seguinte calendário: 7 de Abril - iniciativa para divulgação do calendário das acções e locais de concretização; 14 de Abril - protestos no Norte do País, em todas as suas capitais de distrito e em algumas das maiores cidades da região; 21 de Abril - protestos na região Centro; 28 de Abril - protestos na área da Grande Lisboa; 5 de Maio -protestos no Sul e nas Regiões Autónomas. Após esta ronda retomaremos o protesto pela mesma ordem.
- Marcação de um Dia D, de Debate, no 3º período, em que os professores, em todas as escolas e agrupamentos, tendencialmente no mesmo dia e à mesma hora, paralisarão a sua actividade para reflectirmos sobre as suas condições de trabalho e do exercício da profissão, para além de aprovarem posições que serão tornadas públicas.
- Promoção de uma Campanha em Defesa do Horário de Trabalho, com a distribuição de esclarecimentos e minutas para que seja requerido o pagamento do serviço extraordinário sempre que, em qualquer semana, sejam ultrapassados os limites legalmente estabelecidos , quer em actividade lectiva ou não lectiva, quer em reuniões.
Da intervenção de Mário Nogueira, no Terreiro do Paço
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