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quinta-feira, abril 17, 2008

Documentação para o Encontro-Debate 19/Abril (CDEP)

Comissão de Defesa da Escola Pública

http://escolapublica2.blogspot.com escolapublicablog@gmail.com

Algés, 19 de Março de 2008

Depois do 8 de Março, o que fazer?

Na manifestação de 100 000 em Lisboa, os professores expressaram claramente a exigência de revogação das principais medidas da actual equipa do Ministério da Educação cujas consequências se traduzem em situações de trabalho e de desgaste insustentáveis:

Uma só carreira de professor – Revogação do ECD! Garantia das práticas democráticas nas escolas – Retirada do novo decreto de gestão!

Avaliação do trabalho docente, com o objectivo de melhorar e tornar mais eficiente a oferta educativa da Escola Pública – Retirada do decreto da avaliação do desempenho dos docentes, punitivo e de execução aberrante!

Garantia de condições para ensinar – Retirada da sobrecarga horária, imposta à maioria dos docentes! Reconhecimento dos diplomas dos docentes contratados!

Após esta manifestação realizaram-se novas reuniões entre os dirigentes sindicais e o Ministério da Educação, no passado dia 14 de Março de 2008.

De novo, estas reuniões foram inconclusivas, já que o ME nem sequer admitiu suspender a aplicação do decreto da avaliação do desempenho dos docentes, para permitir uma renegociação do mesmo.

Perante esta situação o que fazer?

Aceitar a posição do Governo e a aplicação destes decretos-lei – cujas consequências são infernais para todos os docentes e para as condições de aprendizagem dos alunos – ou, pelo contrário, exigir à maioria de deputados da Assembleia da República que intervenham nesta situação?

Os ministros dependem desta maioria. O Ministério da Educação depende desta maioria. Então, esta maioria que chame a si os decretos-lei da avaliação, da gestão e do ECD para os revogar.

Não será este o direito de cidadania que cabe aos professores e educadores assumir, em conjunto com as suas direcções sindicais?

Não é este o exercício de cidadania que permitirá criar as condições para refundar a Escola Pública, com base nas leis decorrentes do 25 de Abril: Lei de bases do Sistema Educativo e Constituição da República?

A Comissão de Defesa da Escola Pública considera que a resposta positiva às aspirações de todo o corpo docente que se manifestou no dia 8 de Março passa por exigir que a maioria da Assembleia da República tome as medidas favoráveis ao Ensino e aos seus agentes, que actue soberanamente em função dos interesses da Escola – e, portanto, de Portugal – em vez de aceitar a subordinação a ditames estranhos à Escola portuguesa.

Não será responsabilidade da plataforma dos sindicatos dos docentes fazer-se porta-voz desta exigência?


Encontro em defesa da Escola Pública

19 de Abril (sábado), das 15 às 19 horas - Teatro Amélia Rey Colaço em Algés

Rua Eduardo Augusto Pedroso,16-A

Em Julho de 2007, uma delegação da Comissão de Defesa da Escola Pública foi recebida por um deputado do PS, membro da Comissão de Educação na Assembleia da República. Na altura foi-lhe entregue uma Carta saída de um Encontro de docentes, sindicalistas e encarregados de educação (que tinha sido realizado por esta comissão em Abril de 2007), expressando a sua preocupação com o processo de destruição da Escola Pública, em consequência das políticas de sucessivos governos.

Este processo – que não tem senão subvertido e minado a Escola Pública assente nas leis do 25 de Abril – tinha, já há um ano, sido acelerado com as medidas da equipa ministerial dirigida por Maria de Lurdes Rodrigues, num esforço para cumprir as metas impostas pela “Agenda de 2010”, adoptadas pela União Europeia no seguimento da Cimeira de Lisboa, realizada em Março de 2000.

Esta delegação permitiu abrir a perspectiva de um Encontro mais largo, a realizar na Assembleia da República, em Outubro de 2007.

Tal iniciativa acabou por ser gorada, já que outros membros da Comissão de Educação do PS a consideraram contraproducente.

No entanto, debater qual o caminho positivo para uma escola com capacidade para responder a todos os alunos, que garanta a tranquilidade do trabalho dos docentes, na base de equipas multidisciplinares, com recursos e democracia, nunca foi tão premente. Esta necessidade conjuga-se com a exigência de responder positivamente ao profundo movimento iniciado pelos professores, em unidade com os seus sindicatos.

É assim que este Encontro que agora se convoca, agendado desde há alguns meses, se torna ainda mais actual.

Foram convidadas para participar várias personalidades ligadas ao sector do Ensino e já responderam que estarão presentes:

Carlos Chagas – Presidente da Federação Nacional do Ensino e Investigação (FENEI) e Secretário-geral do Sindicato Democrático dos Professores (SINDEP);

Luísa Mesquita – Deputada independente na Assembleia da República;

Maria de Lurdes Silva – Professora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação Lx.

Os pontos que queremos abordar são os seguintes:

Em que ponto se encontra a Escola Pública em Portugal?

Que Escola é necessária?

Qual o conteúdo do movimento de resistência dos professores?

De onde vêm as políticas a que este movimento se opõe?

O que é necessário fazer?

A Comissão Organizadora do Encontro

Adélia Gomes - Profª do Ensino Especial; Carmelinda Pereira - Profª 1º Ciclo do Ensino Básico; Carmo Vieira - Profª Esc. Sec. Marquês de Pombal; Cláudia Girelli – Enc. Educação; Conceição Rôlo - Coordenadora do Projecto Literatura e Literacia; Isabel Guerreiro – Profª EB2 João de Deus, Monte Estoril; Joaquim Pagarete - Prof. Universitário; La-Salette Silva - Profª Ensino Especial; Luís Mateus – Presidente da Associação República & Laicidade; Luísa Cintrão - Profª 1º Ciclo do Ensino Básico; Lourdes Coelho - Profª 1º Ciclo do Ensino Básico; Manuela Leitão - Educadora de Infância (JI "O Palhaço" de L-a-Velha); Paula Montez - Presidente da Assoc. de Pais da EBI Miraflores; Rosa Pereira - Profª 2º Ciclo do Ensino Básico.

CONTACTOS: carmelinda_pereira@hotmail.com (telem: 966368165); degomes@gmail.com (963262578); montez.paula@gmail.com (967636341)

sexta-feira, março 14, 2008

Súmula da reunião dos Movimentos ocorrida a 8/Março no Ateneu (Lisboa)

Caros colegas,
Junto enviamos uma resenha do que se passou na nossa reunião do passado dia 8 de Março, no Ateneu Comercial de Lisboa, esperando que ela possa constituir um elemento para poder fazer avançar os acordos para uma acção comum dos nossos movimentos.
Em relação à reunião que estava prevista para dia 15 de Março, a CDEP é favorável a que ela possa ter lugar - respondendo positivamente às sugestões de membros do Movimento Escola Pública (Igualdade e Democracia) e do Fórum de Discussão "Escola Pública" - e constituir uma forma de avançar na discussão que não houve condições para fazer no passado dia 8.
A CDEP irá tentar arranjar uma sala na zona de Lisboa, onde possa realizar-se essa reunião do dia 15 de Março (o começo às 15 h serve a toda a gente?).
Saudações solidárias
Pel'A CDEP
Joaquim Pagarete


Síntese dos pontos discutidos na reunião de 8 de Março


Nesta reunião participaram membros dos seguintes organismos:

- o Movimento Cívico em Defesa da Escola Pública (sedeado em Leiria)

- o Movimento Escola Pública - Igualdade e Democracia (sedeado em Lisboa)

- a Comissão de Defesa da Escola Pública (sedeada em Oeiras)

- o Fórum de Discussão “Escola Pública” (sedeado em Cascais?)

- o Movimento Quadros de Escola Desterrados (sedeado em Leiria?)

- a Associação Nacional de Professores em Defesa da Educação (sedeada nas Caldas)

- o Movimento Associativo de Pais (sedeado em Lisboa).

Após apresentação das perspectivas de acção de cada um destes organismos, foi apresentado um conjunto de pontos sobre os quais parecia existir consenso:

1 – Acabamos de participar na maior manifestação de sempre dos professores portugueses, expressando a sua exigência de retirada das medidas que desmantelam a Escola Pública (entre as quais se contam a Avaliação do desempenho docente, o Dec.-lei sobre a gestão escolar e o ECD).

Consideramos que esta enorme mobilização dos professores foi a resposta necessária à política do ME, para a qual a dinâmica gerada pelos nossos movimentos também deu a sua contribuição.

2 – Congratulamo-nos com a posição assumida pelos Conselhos Pedagógicos de várias escolas, espalhadas pelo país, que decidiram suspender o processo de avaliação dos colegas nos seus locais de trabalho.

3 – Existe uma petição à Assembleia da República sobre a Avaliação do desempenho docente, decidida pelo Encontro de professores realizado em Leiria, no passado dia 23 de Fevereiro, por iniciativa do Movimento Cívico em Defesa da Escola Pública, sedeado em Leiria. Apelamos para que todos os cidadãos assinem esta petição.

4 – Propomos a realização de um Encontro de todos os movimentos e comissões de defesa da Escola Pública (no próximo dia 15 de Março), para decidirmos como continuar a desenvolver o movimento conjunto que ajude a unificar a acção dos professores, dos pais e encarregados de educação – e de todos os restantes intervenientes no processo educativo – no sentido da (re)construção da Escola Pública democrática e de qualidade que defendemos.

Este Encontro deve ser preparado com base em documentos – com propostas concretas – elaborados e divulgados internamente entre os vários movimentos, a fim de nele poder ser adoptada uma Plataforma de acção conjunta das estruturas existentes de defesa da Escola Pública.

5 – Convidamos todos os outros movimentos de Defesa da Escola Pública e as Associações de Pais e Encarregados de Educação, que não participaram nesta reunião de Lisboa, a fazerem-se representar no Encontro de 15 de Março.

Além destes pontos, que pareciam consensuais, houve ainda a apresentação de posições particulares, sobre as quais não houve acordo e/ou tempo para aprofundar a discussão.

Carmelinda Pereira (da CDEP – Oeiras) defendeu que, em relação à petição mencionada no ponto 3, devia ser feito um apelo aos sindicatos dos docentes para apoiarem esta petição.

Maria José Vitorino (do Movimento Escola Pública - Igualdade e Democracia) propôs que, em relação ao ponto 5, se fizesse o convite à participação neste Encontro de todos os intervenientes no processo educativo (nomeadamente representantes das autarquias e das organizações sindicais dos docentes).

Manuel Baptista (do Fórum de Discussão “Escola Pública”) propôs que se fizesse um apelo a que os docentes realizassem reuniões nas escolas, das quais saíssem tomadas de posição e a organização de núcleos.

Súmula organizada por Carmelinda Pereira (membro da CDEP do Concelho de Oeiras)

Algés, 10 de Março de 2008

terça-feira, março 11, 2008

Partindo da marcha de 8/Março: Vamos continuar a luta!

Olá pessoal!

Tal como me foi solicitado, aqui envio algumas impressões sobre o dia
da Marcha e outras observações.
Um dia como o da Marcha da Indignação foi um dia tão especial quanto o
1.º de Maio de 1974! Foi a expressão de um sentir solidário e social
em pleno. No 1.º de Maio foi sem constrangimentos, o de 8 de Março,
foi cheio de incertezas sobre os resultados de tal acção! No 1.º de
Maio ainda estava a democracia por e para viver! No 8 de Março, já
está mais do que vivida e o problema é saber como vivê-la nestas
condições de derrapagem de princípios, tal como o direito à educação e
à formação de um cidadão com a segurança de que a escola pública lhe
fornecerá os alicerces para uma qualidade de vida em todas as suas
vertentes, assim como e para as suas fases de desenvolvimento!
São estas bases que estão a ser branqueadas por uma política
consciente, bem planeada e que não tem 'parança' cá em Portugal e
noutros países da Europa ou Ocidentalizados!
Não sei se com delicadeza, tal como tem sido tudo tratado até agora, o
leme vire de rumo!
Estudem os juristas se a responsabilidade que o ME nos impende de
baixar os níveis de abandono escolar, não é uma falácia que terá
primeiro o ME provar como é que os profs. são culpados por isso? O ME
Inverte assim o ónus da prova, comete inconstitucionalidades e nós
ficamos amordaçados!
Onde está um jurista competente que estude esta possibilidade?
Quem conseguir dar este passo, pode significar uma bomba! Mas têm de
ser os juristas e os competentes da praça para nos ajudar
definitivamente!
Eis aqui a minhas impressões!
Só a Marcha é pouco, é solidariedade, mas tem de haver tudo mais forte
e em marcha no dia-adia e nas escolas!
Vamos continuar a luta!
Até breve!

Ana Maria Fernandes

segunda-feira, março 10, 2008

Reportagem Fotográfica da Marcha da Indignação de 8/Março

Veja aqui uma reportagem fotográfica da Marcha da Indignação de 8/Março/2008


Sindicatos: A Luta Continua. Tomada de Posição da FENPROF

Semana Nacional de Luto nas Escolas

Os professores e educadores portugueses reafirmam (na Marcha de 8 de Março) a sua profunda indignação e, por esse motivo, reafirmam, também, toda a sua determinação para prosseguirem a luta, caso as suas propostas não sejam tidas em conta, anunciando, desde já:

- Uma Semana Nacional de Luto nas Escolas na última semana de aulas deste segundo período, ou seja, a próxima, adoptando-se o luto nas escolas entre os dias 10 e 14 de Março. O vestuário escuro e a colocação de sinais visíveis de luto nas escolas - apelando-se à criatividade dos professores, que tão bons resultados tem dado nesta luta - será a forma de manifestarmos o nosso mais veemente protesto pelas actuais políticas educativas. Um luto que os professores adoptarão sempre que um membro do Governo se desloque à sua escola e da visita se tenha conhecimento prévio.

- A aprovação de "Tomadas de Posição" nas escolas, ao longo da Semana de Luto, que reafirmam a resolução que hoje aprovamos e serão enviadas ao Primeiro Ministro, à Ministra da Educação e à Comissão Parlamentar de Educação.

- A entrega ao Governo, no primeiro dia de aulas do 3º período, do Abaixo-Assinado que hoje (na Marcha) correu e correrá, ainda, nas escolas, em que se reafirmam, mais uma vez, as posições que iremos aprovar.

- A promoção, ao longo do 3º período, das "Segundas-feiras de Protesto", como forma de iniciar cada semana de trabalho. Os professores concentrar-se-ão em locais públicos, como têm feito, e manifestar-se-ão de acordo com o seguinte calendário: 7 de Abril - iniciativa para divulgação do calendário das acções e locais de concretização; 14 de Abril - protestos no Norte do País, em todas as suas capitais de distrito e em algumas das maiores cidades da região; 21 de Abril - protestos na região Centro; 28 de Abril - protestos na área da Grande Lisboa; 5 de Maio -protestos no Sul e nas Regiões Autónomas. Após esta ronda retomaremos o protesto pela mesma ordem.

- Marcação de um Dia D, de Debate, no 3º período, em que os professores, em todas as escolas e agrupamentos, tendencialmente no mesmo dia e à mesma hora, paralisarão a sua actividade para reflectirmos sobre as suas condições de trabalho e do exercício da profissão, para além de aprovarem posições que serão tornadas públicas.

- Promoção de uma Campanha em Defesa do Horário de Trabalho, com a distribuição de esclarecimentos e minutas para que seja requerido o pagamento do serviço extraordinário sempre que, em qualquer semana, sejam ultrapassados os limites legalmente estabelecidos , quer em actividade lectiva ou não lectiva, quer em reuniões.

Da intervenção de Mário Nogueira, no Terreiro do Paço

Testemunhos da Marcha da Indignação

Olá pessoal!

Grande dia este sábado! Mostrámos a nossa força, e uma
união pouco vista da nossa classe.

A todos aqueles que foram, gostava que me mandassem o
vosso testemunho desse dia. Aquilo que viram, aquilo
que sentiram, pormenores que tenham gostado, etc
Se tiverem fotos, também agradeço. Gostava de os
publicar nos blogs onde participo.
Leiam o meu testemunho aqui

Quem me mandar o testemunho, assine apenas se quiser.

Cumprimentos, Filipe Araújo
Movimento Democracia
visiense@sapo.pt

A LUTA CONTINUA! DEPOIS DISTO, NÃO PODEMOS PARAR!

Análise da imprensa do dia da Marcha da Indignação

Frete De Sábado De Manhã
Paulo Guinote

Se exceptuarmos o Público que deu espaço na primeira página à
contestação dos professores, a imprensa de sábado de manhã fez os
possíveis por assobiar para o lado quanto à manifestação que se
preparava para esse dia, mesmo se abordava o assunto nas páginas
interiores.
O caso do Público, obviamente, é explicado pela sapiência comum como
um resultado do falhanço da OPA da Sonae.
O resto não sei o que o explicará.
Ou talvez saiba.
A verdade é que um punhado de directores de jornais e outros órgãos de
comunicação social, ditos de "referência", são desde há muito
profundamente hostis para com a classe dos professores e educadores.
Não alinho em teorias da conspiração ou cabalas.
Eu acredito sinceramente que <> não gostam de <>. Coisas da
infância, ou juventude, sei lá. Poderes analíticos superiores. Ouvem a
palavra <> e disparam as sinetas no cérebro. Não há beta-
blocker que resista.
Constato factos e explico-os à luz de um certo e determinado perfil
que deve ser indispensável para ter sucesso no mundo da direcção dos
jornais que, como sabemos, é um universo indispensável da democracia,
mas que ao que parece - com as devidas excepções - anda com os seus
problemas comerciais e uma pessoa interroga-se sobe o porquê de
pessoas de tanto sucesso não conseguirem demonstrá-lo na sua prática
profissional.
* Se o Correio da Manhã parece um pouco à margem desta questão e tem,
curiosamente, uma pluralidade de olhares sobre o tema, no caso do
Público, José Manuel Fernandes só na última semana deu uma <> à razão dos professores.
* No Diário de Notícias, João Marcelino parece ver nos professores uma
espécie de nemésis incompreensíveis. Não revela especiais (ou mínimos)
conhecimentos sobre o sector, mas isso não o impede de fazer uma
espécie de comentário futebolístico comprometido com uma das equipas.
Quase lembra os relatos daqueles jornalistas objectivos que gritam
<> a plenos pulmões quando a sua equipa marca e alegam fora-
de-jogo quando os <> empatam.
* No Expresso, Henrique Monteiro não dá qualquer hipótese aos
professores, reclama para si ideias revolucionárias sobre o tema
(adiante, em outro post, já as veremos) e dita de cátedra que os
docentes são uns ineptos conservadores, no que é acompanhado pelo seu
vice Fernando Madrinha, que a cada manifestação de rua vê o fantasma
do PC erguer-se, maus uns quantos Gulags atrás.
* No Sol, não se percebe bem sobre que mundo escreve o director.
Felizmente tem andado fora da área da educação, mas verdade seja dita
que a edição deste sábado do jornal é lamentável. Talvez seja
explicável, pelo contrário, à luz dos escritos de José António Lima
que alinha pela aversão ás posições dos docentes. Basta tê-lo lido no
sábado, dia 1 e ver que blogues o citam a propóstio.
* No Jornal de Notícias, a tarefa de zurzir forte e feio nos docentes
parece ficar reservada a uma segunda linha, de que é exemplo o
editorial de hoje de David Pontes, director-adjunto. Neste editorial
David Pontes faz de tudo um pouco: recusa a tese de alinhamento de
muita comunicação social com o poder usando como argumento a cobertura
do acontecimento pelas televisões. Ou seja, não compreende que se algo
vende, a TV mostra. Seguindo a sua lógica transparente, David Pontes
achará que a cobertura do caso Maddie confirma o apoio da comunicação
social a potenciais raptores (homicidas?) de crianças. Para culminar,
e por mero acaso, Pontes atinge, qual Pacheco Pereira, o <> do
seu poder argumentativo. É sempre emocionante descobrir palavras
novas. A mim acontece-me ao ler Mia Couto. David Pontes deveria
experimentar.
* Já quanto à TSF, Paulo Baldaia em duas semanas seguintes ultrapassa
os limites do razoável na sua forma de escrita persecutória em relação
aos professores em crónicas exactamente no JN, a quem ainda atribui
outros malefícios cívicos estranhos. Neste sábado, evoca mails
anónimos que atribui a professores (nem sequer lhe ocorre que alguém
pode forjar uma identidade num mail), cita Carvalho da Silva como
exemplo de sindicalista bom (o qual este ontem, para mim erradamente,
no Terreiro do Paço a discursar). Dá a entender que tem um problema
com o civismo dos docentes. No entanto, a rádio que dirige noticiou na
passada semana um putativo processo judicial contra mim, mas não se
deu ao trabalho de me contactar sobre o assunto. Nada de mais: os
princípios cívicos e ético-profissionais quando nascem não são para
todos.
Como, apesar disto, os professores ainda conseguiram passar parte da
sua mensagem - que não se resume aos comunicados da Fenprof como
muitos destes senhores parecem acreditar, por comodidade de
<> - é quase um mistério que só o profissionalismo de
muitos outros jornalistas conseguirá explicar.
E muito do ressentimento acumulado pelos professores ao longo destes
anos se deve ao facto de, contrariamente a advogados, médicos, juízes,
arquitectos ou outras profissões superiormente qualificadas, eles
nunca terem disposto nos jornais de mais do que um cantinho nas Cartas
ao Director, se possível com a missiva truncada.
Porque de Justiça podem falar juízes e advogados.
Da situação da Saúde, podem falar os médicos e os seus representantes.
E assim sucessivamente por vários sectores de actividade.
Só de Educação parece ser condição sine qua non ser não-professor para
ter tempo de antena na imprensa <>.

Encontro dos Movimentos em Lisboa a 8 de Março, no Ateneu

From: Em defesa da Escola Publica


> Caros colegas,
>
> Recebemos algumas respostas, relativas à reunião
> para afinarmos estratégias comuns. No entanto, e
> tendo em conta que os colegas são de longe e no dia
> seguinte estamos todos na manif em Lisboa, passamos
> a fazer uma nova proposta:
>
> ENCONTRO EM LISBOA no dia 8 de MARÇO para trocarmos
> ideias e podermos marcar então a data de uma reunião
> alargada.
>
> SE PENSÁSSEMOS NA REUNIÃO com TODOS OS COLEGAS,EM
> LEIRIA, no dia 15, poderia ser que desse para alguns
> virem na véspera (14) e prepararmos o(s)
> documento(s) a aprovar pela assembleia da Plataforma
> Nacional.
>
> Resumindo: reunião em Lisboa, neste sábado. Digam a
> que horas chegam e marca-se um local de encontro. De
> acordo?

> Abraço muito solidário
>
> Fernando José Rodrigues
>
> blogue
> http://emdefesadaescolapublica.blogspot.com/
>
> Movimento Cívico
> Em defesa da Escola Pública
> --
> Participa! Discute! Passa a palavra!

domingo, março 09, 2008

Seremos capazes de encontrar uma forma comum?

Chegada da Marcha da Indignação, fui ao site da FENPROF à procura de informação sobre a grandiosa manifestação a que assisti. Sim, li bem - “cem mil, número confirmado às 17h25” - e prossegui lendo que este foi um “ protesto gigantesco dos educadores e professores portugueses, presentes nesta Marcha da Indignação, a maior manifestação de sempre do sector da Educação. Um oceano de revolta inundou o Terreiro do Paço: é tempo de respeitar os professores e de pôr fim a uma política que os desrespeita e desconsidera”. Fiquei curiosa de saber quais as propostas de luta a partir deste ponto. O que vão agora os professores fazer a seguir para continuar demonstrado o seu descontentamento? Era o que eu procurava saber. A resposta foi “Semana Nacional de Luto nas Escolas: de 10 a 14 de Março”. Luto? Mas luto porquê, por o movimento dos professores estar bem vivo, por se ter conseguido manifestar em conjunto, numa grande Marcha da Indignação, apesar das divergências? Mas será isso razão para os professores fazerem luto? Luto porquê se foram eles que saíram vencedores desta primeira batalha? 100 000 professores e educadores não é número que se menospreze assim. Por que insistem os sindicatos no luto dos professores? Que significado positivo poderá ter esse luto?

E eu, que sou mãe, encarregada de educação e cidadã consciente que se preocupa com a educação? Também devo estar de luto? Não vejo razões. Luto ponho eu quando a causa estiver perdida, quando a escola pública deixar de existir para todos, quando a educação for paga e a qualidade do ensino público preparar os meus filhos apenas para serem mão-de-obra barata, sem formação nem cultura, apenas aptos a aceitar sem questionar que o seu emprego se sujeite à flexigurança, desprovidos de capacidade de argumentação, sem perspectiva histórico-filosófica, sem sentido crítico, sem exigência nem preparação, simplesmente formatados para se adequarem ao sistema. Então aí terei razões para pôr luto pelo futuro comprometido dos meus filhos e pela minha incapacidade de intervenção no presente para não permitir esse futuro.

Ninguém a partir de hoje tem motivos para estar de luto porque a nata dos professores velhos e novos estava ali e havia muitos pais e muitos cidadãos e muita gente, muita gente com vontade de dizer: não estamos contentes, estas políticas não nos servem, não as queremos. Saberão os sindicatos interpretar esta vontade conjunta das massas? Poderá a melhor solução ser submeter os professores a uma semana de luto? E depois virão as férias da Páscoa e tudo ficará para trás? São estes os sindicatos que se propõem a negociar o que não podemos aceitar? Os movimentos dos professores vão contentar-se com esta resposta à sua mobilização?

Foi na procura de uma resposta a esta pergunta que a seguir participei numa reunião dos movimentos dos professores no Ateneu Comercial de Lisboa. Como mãe, encarregada de educação, presidente de uma associação de pais participante no Movimento Associativo dos Pais (MAP), membro da Comissão de Defesa da Escola Pública e cidadã interessada nas questões do ensino, tinha necessidade de saber qual a posição dos movimentos ali presentes em relação à participação obtida por esta Marcha e de que forma deveríamos agir a partir dela.

Parecia simples ter feito sair dali um comunicado em que todos nos congratularíamos pela grandiosidade da Marcha e nos proporíamos a prosseguir o nosso projecto de de defesa unida da escola pública num encontro agendado para o dia 15 de Março em Leiria. Parecia simples encontrar uma forma para exprimir um mesmo conteúdo: continuamos como antes empenhados em defender a escola pública, conservamos na retina a imagem da nossa força quando nos juntamos. Por que tudo parece tão simples quando se vê todas as pessoas caminhando lado a lado por uma mesma causa? Por que tudo se torna tudo tão complicado quando algumas pessoas se juntam para discutir que forma e que fundo dar a esse movimento?

O tempo urge, temos uma semana de reflexão para encontrar as motivações para que esta luta renove o seu sentido. Dentro de uma semana voltaremos a nos reunir, possivelmente em Leiria para determinarmos quais os pontos comuns, que princípios defendemos para a escola pública, que políticas queremos ver retiradas, que acções podemos desenvolver e ajudar outros a desenvolver. Apesar de todas as divergências que possamos ter, se realmente queremos agir em conjunto, e em conjunto com as massas que hoje saíram à rua para dizer BASTA!, valerá a pena orientarmos os nossos movimentos para em conjunto encontrarem uma linha de acção. Se não puder ser uma linha política, porque certamente existirão várias linhas políticas, ao menos que seja uma linha de acção orientada na defesa da escola pública e na defesa de um ensino de qualidade. Se assim for, lá estarei.

Paula Montez