quarta-feira, março 19, 2008

"Era o que faltava que não contasse!"

Professora, portuguesa, ouvindo a intervenção da senhora ministra, hoje, no parlamento.

"Era o que faltava que não contasse!" – Declarou hoje no parlamento, a senhora ministra da educação, a propósito dos resultados escolares dos alunos serem considerados na chamada avaliação dos professores. Perguntamos nós:

_ Que fez o povo português para merecer que alguém desprovido de qualquer competência no âmbito da pedagogia, conhecimento da vida de uma comunidade educativa e afastada da realidade social do povo português, possa dirigir a Instituição mais nobre de um país, a Educação?

Passo a explicar:

1 - Um professor pode se o quiser, preparar os seus alunos para dar respostas com resultados positivos nos exames, sem que isso signifique que os alunos tenham desenvolvido necessariamente, com o mesmo nível, competências e adquiridos os conhecimentos relativos à disciplina objecto de exame. Este professor será segundo os critérios de ministra Lurdes Rodrigues, muito bom. Seria seguramente, segundo os critérios da esmagadora maioria dos professores portugueses, aquela que rejeita o que a senhora ministra chama avaliação, um oportunista. Que mau serviço à causa da Educação! Que ignorância! Em Inglaterra chegaram já, a esta conclusão, rejeitando a subversão que ela constitui. Informe-se, senhora ministra.

2 – Se só há exame nacional no ensino básico às disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, como testará os resultados atribuídos aos alunos, nas outras disciplinas? Haverá, poucos, mas há professores, os que já têm os documentos da sua avaliação aprovados e desejosos de os aplicar, que darão 100% de nota máxima, talvez 10% da nota menos máxima.

Falemos agora da essência da avaliação:

Que conceito está subjacente a esta avaliação dos professores? Em que principio se estrutura? Que fim visa?

Sabendo que estas respostas jamais seriam respondidas com verdade, uma vez que o objectivo ministerial e consequentemente esta dita avaliação, é destruir a Escola Pública, afastando primeiramente os que poderão travar esse desígnio, os professores, dizemos-lhe:

A única avaliação consequente e honesta que conhecemos, é a formação e esta fez a senhora ministra questão de anular, logo que tomou posse. Esta é a que desenvolvemos diariamente com os nossos alunos. A avaliação é o ponto de chegada, e só tem sentido se formativa e formadora, portanto contribuindo para o crescimento permanente. Esta é a nossa avaliação e só esta aceitaremos, o resto, a que a senhora nos apresenta é uma classificação que abrirá todas as portas às arbitrariedades e vis comportamentos, incompatíveis com a nossa Escola fundada nos princípios dos Direitos do Homem.


Anabela Almeida Barros – Ericeira

(recebido por mail)

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