O valor que está em causa é a democracia, pois o que
se está a passar é uma privatização por etapas.
O problema da escola pública é que é gerido pela
«elite» neo-liberal que estabelece o «pensamento
único», mas a Escola Pública Democrática é
incompatível com os seus «valores». Nomeadamente, os
«valores» segundo os quais a escola é um serviço como
outro qualquer e que pode ser privatizado, pode ser
tratado segundo o esquema da concorrência: ora, no
regime neo-liberal (capitalista selvagem) que nos
querem impor, o Estado não pode fazer concorrência
«desleal» à escola privada. Assim, apenas a fatia de
mercado que não interessa aos privados, será para o
Estado cobrir.
As fatias rentáveis são o grande negócio do século. A
começar nas universidades, mas em todos os níveis de
ensino.
Nesta fase, o que interessa à ditadura neo-liberal é
destruir a escola pública de qualidade, de modo
maquiavélico, para criar mercado para escolas
privadas. Se os pais da classe média tiverem uma ideia
de que as escolas públicas estão em perda de
qualidade, irão fazer sacrifícios pondo os filhos em
escolas para ricos. Os remediados serão encorajados a
fazê-lo através do incentivo que é o «cheque
educação»: não dará para cobrir mais do que uma
fracção da propina do colégio privado de «elite» mas
esta será suportável por uma classe média fortemente
penalizada pela crise.
Vejam o que se passa na Austrália e noutras paragens,
onde o modelo que nos querem impor foi aplicado pelo
neo-cons, Howard, isso custou-lhe o lugar de primeiro
ministro, mas no entretanto foi destruindo muita
coisa.
Quando se apela para partidos está a manter-se a
ilusão que a solução só pode vir destes. Mas eles são
culpados. Eles sabem a verdade e escondem-na. Os
partidos servem de um modo ou de outro o sistema; até
mantêm a ilusão de democracia. Até servem para o povo
acreditar que a democracia é o povo ir votar de 4 em 4
anos!!!
Não sou contra os partidos, em geral, sou contra
aquilo que estes fazem!
Solidariedade.
Manuel Baptista
quinta-feira, março 13, 2008
«O que se está a passar é uma privatização por etapas»
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