quinta-feira, março 13, 2008

Como interpretar a Marcha da (nossa) Indignação?

Antena 1 - Terra Nostra - Marcha da Indignação (balanço)

[Hoje, na Antena 1, Carlos Magno e Carlos Amaral Dias abordaram a Marcha da Indignação. Aqui ficam os aspectos mais importantes...]

Derrotados da Marcha da Indignação:
- A Ministra;
- Os sindicatos e partidos políticos (porque em nenhum momento seriam capazes de pôr na rua 100.000 professores).

Que papel terá a rua, à luz do sistema representativo que temos e das democracias modernas?
O que aconteceu foi um sintoma de qualquer coisa!
A sociedade civil está a romper com as categorias político-partidárias e se está a exprimir em algo não contenível.
Foi uma Manifestação pós-moderna, em que tudo é relativo.

Quem estava na Manifestação?
20.000 ou 100.000 não é a mesma coisa!
Líderes sindicais que estão a trabalhar para lideres da CGTP, pessoas sindicalizadas há muito tempo que vão sempre. E também pessoas de direita e de esquerda e deste mundo e do outro que foram porque estão contra a Ministra.

Qual é o ponto de retorno?
Não há ponto de retorno. Estes professores ficam com fôlego suficiente para levar a manifestação para dentro das escolas. Sendo assim não há avaliação. Não vai haver avaliação nas escolas... Curiosamente é a posição do Marcelo Rebelo de Sousa e António Vitorino, que até já apresentaram na televisão a receita para o recuo.

O que quer isto significar do ponto de vista da governação?
Está criada uma rebelião, pois quando não se cumpre a legislação é isso que acontece.

Como resolver?
Esquecer que a Marcha aconteceu seria o mais fácil, mas não é possível (!!!). A Minstra não recuou. Há um problema político: nas escolas nao se vai cumprir uma lei que este governo e esta assembleia da republica aprovaram. Qual vai ser a posição do Presidente da República perante a rebelião?

Do ponto de vista politico, como vai isto evoluir?
Vai evoluir para um ponto de ruptura. A Ministra não precisa de avançar nem de recuar. O recuo vai ser feito pelos professores que se vão recusar a proceder à avaliação. depois vão surgir os maquilhadores para inventar uma forma de maquilhar a situação.

Conclusão:
A Ministra da Educação, o Governo e os Sindicatos meteram-se num 31, cada qual à sua maneira, do qual vai ser difícil sairem!

Nenhum comentário: