48 HORAS
Afinal, depois de 48 horas que considero confusas, há 2 manifestações marcadas: uma a 8 de Novembro e outra a 15 de Novembro.
Durante 48 horas passou a ideia de que os movimentos e a Fenprof tinham chegado a um acordo.
Os responsáveis pelos movimentos deixaram que se colasse, junto dos professores, essa convicção e durante essas 48 horas, nada se TENDO ESCRITO efectivamente sobre o facto de haver um ÚNICA MANIFESTAÇÃO (os comunicados conjuntos apenas referiam a hipótese), também nada foi feito pelos responsáveis para fazer descolar essa mensagem que circulava nos media.
Pessoalmente, acho que o texto que FENPROF/MOVIMENTOS publicaram, NUNCA devia ter sido aceite pelos movimentos, pois essa posição enquadrava-se numa perspectiva de não ceder naquilo que os Movimentos consideravam essencial: a denúncia do memorando de entendimento.
Se se ler atentamente o comunicado conjunto, embora os movimentos e a Fenprof tivessem chegado a pontos de vista convergentes, ficou/ficava por resolver a DENÚNCIA DO MEMORANDO DE ENTENDIMENTO.
Ora, sendo a denúncia do memorando uma condição prévia, não fazia sentido aceitar, num texto conjunto, a gabarolice sindical sobre o "forçar" da assinatura.
Aliás, os professores sempre criticaram as direcções sindicais por terem assinado o Memorando: foram os dirigentes sindicais (e não os sindicatos) quem, à revelia de cem mil professores, não prosseguiram a luta, (não) fazendo cair um ministério que estava preso por arames. Foram os dirigentes sindicais (e não os sindicatos) que deram, a uma ministra acossada e a um primeiro-ministro em aperto, o balão de oxigénio que lhes permitiu levar para a frente a ofensiva contra os professores e contra a Escola Pública.
Neste contexto, era imperativo NÃO LEGITIMAR A TRAIÇÃO, não dando azo a que, no comunicado conjunto, as direcções sindicais limpassem a face. Tanto mais que para os movimentos a denúncia do memorando de entendimento era, repito, condição, julgava eu, sine-qua-non.
Assim, o comunicado (ou lá o que é) foi um mau comunicado e fez com que, durante as tais confusas 48 horas, galopasse a ideia de que manifestação só haveria uma.
E quando na madrugada de sexta para sábado a manifestação do dia 15 é novamente retomada o mal, no meu entender, já estava feito.
Temos agora duas manifestações: a de dia 8, na qual marcharemos (será assim?) com dirigentes sindicais que "forçaram o ME", que "salvaram o 3º período" do ano passado, etc...
O inimigo, o ME, dir-me-ão que é comum: para mim sim, para outros não sei.
E a de 15, que a ter sido preparada sem cedências, teria sido uma grande vitória dos professores.
Será ainda possível que o venha a ser?
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