Ministro mantém-se firme nas reformas
20.11.2008 - 11h33 Reuters
Os professores franceses fazem hoje uma greve para protestar contra planos para cortar milhares de postos de trabalho no sistema educativo, mas o Governo mostra-se disposto a avançar com reformas que diz serem necessárias para diminuir custos.Espera-se que cerca de 70 por cento dos professores adiram à greve, que também reabriu a controvérsia sobre medidas recentes que vão obrigar as autoridades locais a fornecerem cuidados complementares para as crianças que têm os pais a trabalhar por auxiliares das escolas ou outro pessoal.
O ministro da Educação, Xavier Darcos, que tem supervisionado a reforma das escolas do Estado, disse que “ouviu” os professores mas que os sindicatos dos professores tinham de mudar a sua atitude entrincheirada.
As escolas públicas francesas empregam mais de 735 mil professores, que há muito se queixam de que os cortes do Governo têm feito aumentar a sua carga de trabalho e com que as salas de aula sejam mais difíceis de gerir.
No âmbito de um movimento mais vasto para reduzir a função pública francesa, no próximo ano devem desaparecer cerca de 13.500 postos de trabalho na Educação.
O Governo também está a planear uma série de mudanças organizacionais e de calendário que Darcos diz que irão melhorar o desempenho e preparar melhor os alunos para os exames do final do secundário.
Mas os sindicatos dizem que o principal objectivo do Governo é cortar custos às custas de professores e alunos. Darcos desvalorizou as críticas dos sindicatos, e disse que as reformas vão prosseguir. “Os professores merecem sindicatos melhores do que aqueles cuja única função é organizar a resistência à mudança”, disse à rádio francesa RTL.
Xavier Darcos também desvalorizou as queixas de algumas autoridades locais controladas pela oposição socialista de que não têm meios para dar cuidados alternativos às crianças cujos pais estão a trabalhar. “Isso é uma anedota, porque as autoridades locais controladas pela direita podem fazê-lo”, disse ainda.
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