quarta-feira, novembro 12, 2008


Domingos Fernandes
(
http://www.apagina.pt/arquivo/FichaDeAutor.asp?ID=726 ) é o autor de um estudo que, com todas as suas possíveis boas intenções, acabou por "justificar" aos olhos da nossa ME o fim do ensino supletivo da música nos Conservatórios, como podemos ler neste excerto:

"Um estudo de avaliação recente mostra que, em Portugal, o ensino especializado da Música, de nível básico e secundário, precisa de uma intervenção urgente que o faça sair de um certo estado de apatia e de quase-abandono em que parece viver mergulhado há anos. Os seis conservatórios públicos, em geral, estão descaracterizados, não têm uma identidade forte e parecem ter perdido a noção da sua missão fundamental. Na opinião de alguns dos seus dirigentes e professores estas escolas estão, em certa medida, transformadas em locais de "ocupação dos tempos livres" onde os pais deixam as suas crianças com um "projecto" que não irá muito para além da ideia de que é mais algum tempo em que "sempre estão a fazer alguma coisa". O número de abandonos e de desistências é excessivo. O número de conclusões é escandalosamente baixo. Os ânimos e motivações dos professores não são propriamente os melhores. A organização e o funcionamento pedagógico das escolas, a oferta existente, o número de alunos abrangidos e a natureza e qualidade das formações são consideradas aquém do que está ao real alcance das instituições e dos seus professores.
É urgente refundar os conservatórios públicos com a participação dos seus dirigentes e professores, valorizando o ensino e a aprendizagem da Música, dotando-os de instalações condignas, institucionalizando sistemas de avaliação que apoiem a sua regulação e a sua auto-regulação e acabando com o actual labirinto legislativo.
É necessário tirar os conservatórios do "canto" em que parecem estar atolados, projectando-os como instituições de excelência e de incontornável referência no contexto do ensino básico e secundário da Música em Portugal. Para um ensino da Música e das Artes que difunda e vulgarize o gosto por aprendizagens que alguns persistem em considerar apenas ao alcance de uns poucos iluminados e virtuosos."

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