quarta-feira, março 11, 2009

Apelo à mobilização unida

«Como mudar de rumo»

por Manuel Baptista

Temos de exigir, colectivamente, uma mudança profunda, cada vez mais urgente, nas orientações da política económica e social neste país. Toda a população vem sentindo as políticas de contenção dos salários, desde há longos 7 anos, pelo menos, para satisfazer as exigências impostas pela UE a todos os países, com especial insistência no congelamento das despesas públicas. Ora, num país frágil economicamente, como Portugal, são as despesas públicas e a capacidade aquisitiva da sua população empregada, nomeadamente dos trabalhadores da administração pública, que tem sustentado o mercado interno, este sendo -sem dúvida- o mais importante mercado das micro e pequenas empresas, que constitui o tecido empresarial do país. Portanto, se existe crise, ela não vem apenas do exterior, ela já existia antes e foi potenciada devido a anos sucessivos de políticas unicamente destinadas a conter salários e de protecção dos lucros da banca e especuladores.
O governo do PS, embora tenha ascendido ao poder por uma maioria de votantes da classe trabalhadora, cedo se desviou das promessas eleitorais deste partido, em vez de pôr em prática os compromissos assumidos perante o eleitorado.
O que testemunhámos foi a deliberada e premeditada continuidade das políticas de ataque à classe trabalhadora, com um agravamento das disposições desfavoráveis no Código do Trabalho, a imposição de piores condições e de mais baixas reformas para todos, com o pretexto falso de salvar o sistema da segurança social, a extinção de múltiplos serviços de saúde de proximidade, havendo mesmo um início de revolta popular generalizada, que obrigou a uma mudança de ministro da Saúde e também de destruição do sistema público de Educação.
Neste último sector, a demagogia e populismo político do governo traduz-se por grandes prejuízos, que são causados -de forma duradoira- ao sistema público de ensino em si mesmo, portanto a toda a população, especialmente às crianças e jovens, à classe trabalhadora, que tem seus filhos na escola pública.
Mas o governo apenas tem para mostrar campanhas de imagem, o que, além de usar dinheiros públicos para fins de mais que duvidosa utilidade, é uma forma de se apropriar do aparelho de estado em benefício dum governo e dum partido!
As supostas «reformas» do governo na educação apenas são CONTRA-REFORMAS OU MEDIDAS DEMAGÓGICAS E ELEITORALISTAS.
Há muitos exemplos gritantes desta situação (ver: o artigo contra-reformas do governo na educação).
O povo e os trabalhadores devem tirar daí as suas conclusões e participar na luta dos sectores de docentes, funcionários, estudantes e encarregados de educação que já despertaram para esta realidade e estão levando a cabo uma poderosa luta pela revogação das mais gravosas medidas deste executivo e por uma inversão do rumo catastrófico que leva o sector da educação neste país.

Manuel Baptista

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