segunda-feira, março 16, 2009

«As atrocidades continuam»

PROFESSORA COM CANCRO LUTA PARA TER REFORMA

Caminha: docente acusa Caixa Geral de Aposentações de «violar a lei»

Uma professora de Caminha acusou segunda-feira a Caixa Geral de Aposentações de «violar a lei» ao não lhe conceder reforma antecipada completa, por cancro, mas mostrou-se convicta de que, em breve, o tribunal «fará justiça», noticia a Lusa.

«O meu direito à reforma completa está consagrado no decreto-lei 173, de 31 de Maio de 2001. O Governo que não venha dizer que é necessária uma legislação especial para estes casos, pois legislação já há e é clarinha como a água. O que é preciso é que seja cumprida e nada mais que isso», disse, à Lusa, aquela professora.
Isabel Soares, de 57 anos, professora de educação visual na EB 2,3 e Secundária de Caminha e com mais de 30 anos de serviço, está de baixa desde 2001, quando lhe foi diagnosticado um cancro. Já foi a duas juntas médicas, uma em Viana do Castelo e outra no Porto, mas de ambas as vezes foi-lhe recusada a reforma completa.
«Os meus 33 anos de serviço, enquadrados com o decreto-lei 173, conferem-me o direito à reforma completa», reiterou.

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Por isso, Isabel Soares moveu em Dezembro de 2006 uma acção contra a Caixa Geral de Aposentações, que corre termos no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga e que espera ver «sentenciada» ainda no primeiro semestre deste ano. «Se o tribunal não me der razão, se calhar vou avançar com um novo pedido de reforma antecipada, desta vez por motivos psiquiátricos», sustentou.
De baixa até Setembro de 2008, a professora só espera que o Estado «não cometa a desumanidade» de a mandar outra vez para a escola. «Estive a morrer, durante dois anos não conseguia andar, escrever ou mesmo telefonar, fiz uma quimioterapia muito forte. O cancro, neste momento, está controlado, mas a doença provocou-me efeitos secundários irreversíveis, nomeadamente a nível da medula e da locomoção», referiu.
Acrescentou que a sua vida, agora, «é andar de médico em médico, de exames em exames» e sublinhou que está a receber tratamento psiquiátrico, face à «angústia» de ter que voltar à escola. «Esta insegurança está a matar-me aos poucos», confessou.
As duas juntas médicas a que Isabel Soares se apresentou não a deram como «totalmente incapacitada» para desempenhar a sua profissão, apesar dos sete relatórios médicos que apresentou «dizerem precisamente o contrário».
Abaixo, comentário retirado do blog Sinistra Ministra
A VERDADE ACIMA DE TUDO disse...
Era o que eu pensava... as atrocidades continuam!
Teresa Silva (filha de Manuela Estanqueiro, falecida de leucemia) - 13 Mar 2009 | 15: 56

Estou totalmente solidária com todas as pessoas que de forma aberta denunciam a sua situação e este respeito, bem como com todos os que por medo de retaliações não o fazem.
Todos se devem lembram do caso da minha mãe (Manuela Estanqueiro, obrigada a ir para a escola dar aulas com uma leucemia aguda, praticamente até ser internada e morrer).
Pois é, bem me lembro do 1º Ministro, dizer que estava "chocado" com a situação, pois é, mas depois apareceu mais um caso, e mais outro e outro e ..., depois de toda aquela escandaleira e diversão política dizendo que iam (o governo) mandar averiguar o que se passou! Pois é, dessa averiguação não saiu nenhum culpado e como eu pensava, tudo caiu no esquecimento mais uma vez e outras pessoas estão a sofrer com estas medidas economicistas. Não tenho dúvidas nenhumas neste momento, que os políticos que nos governam sabem e compactuam e dão ordens para que tudo isto se esteja a passar.
Peço ajuda a toda a comunicação social para vasculharem a fundo o que os nossos gestores políticos estão a fazer com as pessoas que trabalharam uma vida e tiveram o azar de ter uma doença muito grave.
Continuo com o meu espírito revoltado, até porque só esta semana o advogado do SPZC me ligou para ter uma reunião e finalmente mandar o processo para tribunal. Como pode ser isto? Em que país estamos?
Sou franca e sincera, neste momento,não confio nos hospitais, não confio nos nossos políticos, e não confio nos sindicatos.
Os PORTUGUESES estão sozinhos nesta nau das tormentas.
Sinto-me impotente perante tanta "miséria e podridão política", que as únicas preocupações deles são de agressão mútua, para ver quem ganha a batalha nas próximas eleições.
Desculpem este desabafo.
Divulguem todas estas situações por favor e desmascarem o que se anda a passar neste país!

Teresa Silva (filha de Manuela Estanqueiro)

16 de Março de 2009 0:10

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