sábado, março 14, 2009

Assuntos em discussão no Encontro Nacional de Professores em Luta

A DISCUTIR AMANHÃ, EM LEIRIA

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Professores questionam utilidade de possível greve às avaliações

PEDRO VILELA MARQUES

Educação. Docentes reúnem-se amanhã para discutir formas de luta para o terceiro período

Representantes de movimentos independentes de professores mostram muitas dúvidas em relação a greves às avaliações no terceiro período, hipótese avançada pelos sindicatos. Os docentes receiam os efeitos que o protesto pode ter na vida dos alunos, em especial a desestabilização na preparação para os exames nacionais, mas vão discutir a proposta na reunião de professores em luta, que se realiza amanhã em Leiria.

Logo a seguir ao cordão humano de sábado, os sindicatos colocaram em cima da mesa a hipótese de organizar paralisações na altura dos exames, apesar de estarem limitadas pelo cumprimento de serviços mínimos, como foi decretado pelo tribunal no seguimento de uma greve semelhante em 2005. Situação para a qual Paulo Guinote, autor do blogue A Educação do Meu Umbigo, se apressou a alertar. “Alienar a opinião pública e publicada nesta fase do processo seria um erro de consequências enormes por causa de posicionamentos organizacionais e interesses políticos particulares.”

Face a estas dúvidas, ganhou força a hipótese de adiar as notas dos alunos, proposta que terá sempre de ser aprovada pelos professores, em consulta nas escolas. “Se os sindicatos levarem avante a proposta e se os professores aderirem, os movimentos vão apoiar, mas neste momento tenho muitas dúvidas em relação a essa opção”, adianta ao DN Ilídio Trindade, do Movimento para a Mobilização e Unidade dos Professores, que explica a sua posição pessoal. “Tenho dúvidas por três razões: temos de ver se é uma proposta que recolhe grande adesão dos professores, temos de medir o prejuízo para os alunos, que tentamos sempre proteger, e temos ainda de ver como evoluem as posições do Ministério.”

Mário Machaqueiro, da Associação de Professores em Defesa do Ensino, concorda que a greve às avaliações “deve ser utilizada em último recurso, se o Ministério da Educação se mostrar inflexível nas suas posições”. Para o presidente da APEDE, “o tempo das manifestações de rua já passou e os professores estarão dispostos para voltar à luta a propósito de regras como a não abertura de vagas para absorver docentes dos Quadros de Zona Pedagógica ou a hipótese do fim dos concursos, que pode criar arbitrariedade nas colocações”.

In Diário de Notícias (destaque sublinhado nosso).

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