Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2009
122 moções às 22:00: 49 agrupamentos e 73 escolas. A aprovação de moções de rejeição da ADD está imparável
Janeiro 16, 2009
Público" href="http://educar.wordpress.com/2009/01/16/comentario-no-publico/" target="_blank">Comentário No Público
Posted by Paulo Guinote under Posições, Simplex
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Porque não entregarei os Objectivos Individuais
Esta semana, por todo o país, dezenas, centenas de escolas e milhares de docentes voltaram a manifestar a sua oposição à implementação do modelo de avaliação legislado pelo Ministério da Educação em Janeiro de 2008 e já simplificado por duas vezes para se criar a ficção de que é aplicável. Nesta segunda (terceira?) tentativa de dar vida ao modelo, optou-se por deixar do edifício inicial apenas a fachada, para não o substituir por outro mais correcto.
Na minha escola, em votação secreta, numa Reunião Geral de Professores, uma larga maioria pronunciou-se pela não entrega dos Objectivos Individuais (OI) após debate sobre as várias vias de contestação possível. Não foi elaborada moção por se ter chegado à conclusão consensual que este é um momento para tomadas de posição individuais, assumindo cada um as suas razões para os seus actos. Deixo apenas aqui os fundamentos do meu voto contra a entrega dos OI e porque prefiro isso a adoptar uma das outras duas vias em presença (aceitar o simplex ou pedir a aplicação extensiva do modelo).
a) Não aceito o simplex por ser um simulacro de avaliação, mero pretexto eleitoralista e demagógico, de onde está ausente a componente essencial do trabalho de um docente.
b) Não acho, neste momento, válida a opção da aplicação extensiva do modelo, no sentido da implosão do modelo, porque isso significaria aderir a um processo em que o meu desempenho neste pseudo-"ciclo de avaliação" se resumiria à análise do meu trabalho em menos de seis meses, em duas aulas e um porta-folhas mais ou menos volumoso. Ora não é assim que se consegue aferir da excelência do trabalho de um docente que tem orgulho no que faz.
Por isto, e por outras razões que vos poupo de evocar, decidi não entregar os meus OI no prazo que me for apresentado, independentemente das consequências que isso acarrete, embora garanta que resistirei por todos os meios contra qualquer tentativa de penalização disciplinar que agrave a não progressão na carreira.
Mas não há "lutas" (não gosto da terminologia guerreira, mas…) sem riscos. E ninguém pode ir para a guerra apenas depois de ter a garantia de que ninguém dispara contra si ou que se o fizer é de mansinho e na direcção do dedo mindinho.
Não entreguem os objectivos individuais, apela Rosário Gama
Tal como impõe a lei e foi decidido em Santarém, os PCE vão mesmo determinar e afixar o calendário das várias fases da aplicação do modelo de avaliação. No entanto, voltou ontem a frisar Rosário Gama, "os professores sabem que podem contar" com o seu apoio. Significa isto, na prática, que pelo menos aqueles 139 PCE optarão pelos prazos mais alargados; não pedirão aos professores que entreguem os objectivos; e, entretanto, a 7 de Fevereiro, voltam a reunir-se para decidir novas medidas a adoptar. Com uma certeza, diz Rosário Gama: "Nessa altura, seremos mais do que 139 e a nossa capacidade de reivindicação estará reforçada."
Este protelar do processo, no entanto, admite a docente, só será eficaz "se um número significativo de professores não entregar os objectivos". Um cenário que, ao longo dos últimos dias, foi entusiasmando os responsáveis pelos variadíssimos blogues de docentes que contestam a avaliação, alguns dos quais de movimentos de professores independentes de sindicatos."
(excerto da notícia do jornal público de hoje)
Lê o Manifesto entregue ao Ministério, com os Conselhos executivos que o subscrevem
Greve 19 de Janeiro |
Caro(a) professor(a) Caro(a) educador(a) Tornou-se já evidente para todos os docentes que o Estatuto de Carreira Docente imposto pelo Ministério da Educação aos professores e educadores, contra a opinião de todos os docentes representados pelos seus sindicatos, é um instrumento forjado para desvalorizar a profissão e diminuir a qualidade da escola pública. O mais que absurdo modelo de avaliação de desempenho com que o ME lançou o mais generalizado caos nas escolas, numa atitude de menosprezo pelos interesses e direitos dos alunos, é apenas um corolário do pior que o ECD instituiu: a divisão dos professores em duas categorias (reduzindo para a esmagadora maioria dos docentes em 40% as expectativas salariais futuras), a definição administrativa de quotas para a atribuição de classificações de "muito bom" e "excelente" (que o ME pretende que condicionem a graduação profissional para concurso, esquecendo que a arbitrariedade da atribuição dessas classificações provocaria injustiças irreparáveis), a transferência linear para as escolas de lógicas empresariais, assentes na competição entre "pares" e na definição de "objectivos individuais", como se a escola fosse apenas uma "soma" de professores/educadores. A classe docente reagiu com grande determinação e lucidez a esta desastrada política do ME, política de resto alicerçada numa irresponsável e mentirosa campanha contra a imagem e o prestígio social dos docentes. Fez gigantescas manifestações, fez em 3 de Dezembro uma greve memorável. Colega, o que lhe pedimos é que mantenha ou mesmo reforce a pressão sobre o Ministério com mais uma grande greve no dia 19 de Janeiro, 2º ano de publicação do Estatuto de Carreira Docente que nos vai desgraçando – a nós, mas também às escolas em que trabalhamos. Os professores, através dos seus sindicatos, "decretaram" então que o dia 19 de Janeiro seria sempre um dia de luto e de luta enquanto o ECD não fosse profundamente alterado. Este ano, os professores aprovaram, em 8 de Novembro, que seria um dia de greve nacional. Mas é uma greve que assume ainda maior importância porque, pressionado pelas lutas dos professores e educadores, o ME aceitou iniciar um processo de revisão do ECD a partir de 28 de Janeiro. A força negocial dos sindicatos também depende do sucesso desta greve. Não hipoteque o futuro. O seu e o da Escola Pública. Faça greve no dia 19 de Janeiro! |
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