domingo, janeiro 18, 2009

Mobilização para a greve nacional de professores de 19/01/2009

A vitória é dos PROFESSORES!

Sexta-feira, 16 de Janeiro de 2009

122 moções às 22:00: 49 agrupamentos e 73 escolas. A aprovação de moções de rejeição da ADD está imparável

Não param de chegar moções de rejeição da avaliação burocrática de desempenho. Publicarei algumas moções amanhã. Não posso publicar todas. Optarei pelas mais curtas. Confirma-se que é no Norte e no Centro que é mais forte o movimento de resistência interna nas escolas. Há muitas escolas do Norte e do Centro onde o processo de avaliação de desempenho nem sequer começou. Infelizmente, temos assistido a um comportamento miserável de alguns PCEs do Sul e de Lisboa. Mas há de tudo. Há os PCEs que honram a profissão docente e que são exemplos de coragem e verticalidade, como é o caso da colega Rosário Gama e dos 138 PCEs que a acompanharam na reunião de Santarém do dia 10/1 e que estarão, de novo, reunidos, em Coimbra, no dia 7/2. Há os PCEs que já se portam como ditadores. Há um caso que eu vou revelar amanhã de um comissário político de uma escola do Algarve que foi ao ponto de proibir a circulação, na sala de professores, de fotocópias de textos de blogs críticos para a política educativa do Governo. E há os camaleões que se dizem amigos dos professores mas que tudo fazem para os dividir.
Veja aqui a lista alfabética de moções de rejeição da avaliação burocrática de desempenho. É a actualização feita às 22:00. Amanhã, continuarei a actualizar a lista

Janeiro 16, 2009

Público" href="http://educar.wordpress.com/2009/01/16/comentario-no-publico/" target="_blank">Comentário No Público

Posted by Paulo Guinote under Posições, Simplex
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pub16jan09O texto é uma versão retocada do que postei aqui na 4ª feira. A imagem, por enquanto, não dá para ampliar.

Porque não entregarei os Objectivos Individuais

Esta semana, por todo o país, dezenas, centenas de escolas e milhares de docentes voltaram a manifestar a sua oposição à implementação do modelo de avaliação legislado pelo Ministério da Educação em Janeiro de 2008 e já simplificado por duas vezes para se criar a ficção de que é aplicável. Nesta segunda (terceira?) tentativa de dar vida ao modelo, optou-se por deixar do edifício inicial apenas a fachada, para não o substituir por outro mais correcto.
Na minha escola, em votação secreta, numa Reunião Geral de Professores, uma larga maioria pronunciou-se pela não entrega dos Objectivos Individuais (OI) após debate sobre as várias vias de contestação possível. Não foi elaborada moção por se ter chegado à conclusão consensual que este é um momento para tomadas de posição individuais, assumindo cada um as suas razões para os seus actos. Deixo apenas aqui os fundamentos do meu voto contra a entrega dos OI e porque prefiro isso a adoptar uma das outras duas vias em presença (aceitar o simplex ou pedir a aplicação extensiva do modelo).
a) Não aceito o simplex por ser um simulacro de avaliação, mero pretexto eleitoralista e demagógico, de onde está ausente a componente essencial do trabalho de um docente.
b) Não acho, neste momento, válida a opção da aplicação extensiva do modelo, no sentido da implosão do modelo, porque isso significaria aderir a um processo em que o meu desempenho neste pseudo-"ciclo de avaliação" se resumiria à análise do meu trabalho em menos de seis meses, em duas aulas e um porta-folhas mais ou menos volumoso. Ora não é assim que se consegue aferir da excelência do trabalho de um docente que tem orgulho no que faz.


Por isto, e por outras razões que vos poupo de evocar, decidi não entregar os meus OI no prazo que me for apresentado, independentemente das consequências que isso acarrete, embora garanta que resistirei por todos os meios contra qualquer tentativa de penalização disciplinar que agrave a não progressão na carreira.
Mas não há "lutas" (não gosto da terminologia guerreira, mas…) sem riscos. E ninguém pode ir para a guerra apenas depois de ter a garantia de que ninguém dispara contra si ou que se o fizer é de mansinho e na direcção do dedo mindinho.



Não entreguem os objectivos individuais, apela Rosário Gama


"Rosário Gama, uma das representantes dos 139 presidentes dos Conselhos Executivos (PCE) que, no sábado, se reuniram em Santarém para reclamar a suspensão da avaliação, diz que saiu do longo encontro com a ministra da Educação, ontem, com uma certeza: "Está tudo na mão dos professores. Terão de ser eles a travar o processo, não entregando os objectivos, e nós só podemos apoiá-los."

Tal como impõe a lei e foi decidido em Santarém, os PCE vão mesmo determinar e afixar o calendário das várias fases da aplicação do modelo de avaliação. No entanto, voltou ontem a frisar Rosário Gama, "os professores sabem que podem contar" com o seu apoio. Significa isto, na prática, que pelo menos aqueles 139 PCE optarão pelos prazos mais alargados; não pedirão aos professores que entreguem os objectivos; e, entretanto, a 7 de Fevereiro, voltam a reunir-se para decidir novas medidas a adoptar. Com uma certeza, diz Rosário Gama: "Nessa altura, seremos mais do que 139 e a nossa capacidade de reivindicação estará reforçada."

Este protelar do processo, no entanto, admite a docente, só será eficaz "se um número significativo de professores não entregar os objectivos". Um cenário que, ao longo dos últimos dias, foi entusiasmando os responsáveis pelos variadíssimos blogues de docentes que contestam a avaliação, alguns dos quais de movimentos de professores independentes de sindicatos."

(excerto da notícia do jornal público de hoje)

Lê o Manifesto entregue ao Ministério, com os Conselhos executivos que o subscrevem

Greve 19 de Janeiro

Caro(a) professor(a)

Caro(a) educador(a)

Tornou-se já evidente para todos os docentes que o Estatuto de Carreira Docente imposto pelo Ministério da Educação aos professores e educadores, contra a opinião de todos os docentes representados pelos seus sindicatos, é um instrumento forjado para desvalorizar a profissão e diminuir a qualidade da escola pública. O mais que absurdo modelo de avaliação de desempenho com que o ME lançou o mais generalizado caos nas escolas, numa atitude de menosprezo pelos interesses e direitos dos alunos, é apenas um corolário do pior que o ECD instituiu: a divisão dos professores em duas categorias (reduzindo para a esmagadora maioria dos docentes em 40% as expectativas salariais futuras), a definição administrativa de quotas para a atribuição de classificações de "muito bom" e "excelente" (que o ME pretende que condicionem a graduação profissional para concurso, esquecendo que a arbitrariedade da atribuição dessas classificações provocaria injustiças irreparáveis), a transferência linear para as escolas de lógicas empresariais, assentes na competição entre "pares" e na definição de "objectivos individuais", como se a escola fosse apenas uma "soma" de professores/educadores.

A classe docente reagiu com grande determinação e lucidez a esta desastrada política do ME, política de resto alicerçada numa irresponsável e mentirosa campanha contra a imagem e o prestígio social dos docentes. Fez gigantescas manifestações, fez em 3 de Dezembro uma greve memorável.

Colega,

o que lhe pedimos é que mantenha ou mesmo reforce a pressão sobre o Ministério com mais uma grande greve no dia 19 de Janeiro, 2º ano de publicação do Estatuto de Carreira Docente que nos vai desgraçando – a nós, mas também às escolas em que trabalhamos. Os professores, através dos seus sindicatos, "decretaram" então que o dia 19 de Janeiro seria sempre um dia de luto e de luta enquanto o ECD não fosse profundamente alterado. Este ano, os professores aprovaram, em 8 de Novembro, que seria um dia de greve nacional. Mas é uma greve que assume ainda maior importância porque, pressionado pelas lutas dos professores e educadores, o ME aceitou iniciar um processo de revisão do ECD a partir de 28 de Janeiro. A força negocial dos sindicatos também depende do sucesso desta greve.

Não hipoteque o futuro. O seu e o da Escola Pública. Faça greve no dia 19 de Janeiro!

O Presidente do SPGL

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