domingo, janeiro 18, 2009

Apelo à Luta dos Professores

EU NÃO ME VENDO !!!!
Queres chegar aos 65 anos, com uma licenciatura, ou um mestrado ou um doutoramento e reformares-te, depois de 40 anos de trabalho com 1.500 euros?
QUERES?
DIZ LÁ ... QUERES ou NÃO QUERES?
Então, se não queres ... LUTA !!!!!!!
MAS LUTA SEM TRÉGUAS
E se és mais novo, ABRE OS OLHOS ... aprende com a EXPERIÊNCIA e os CONSELHOS dos professores mais velhos que lutam PRINCIPALMENTE POR VOCÊS !!
Ontem à tarde, em mais uma reunião no Conselho Nacional da Educação (CNE), as partes definiram um esboço das matérias que poderão ser discutidas: os requisitos de ingresso na profissão, a estrutura e categorias da carreira, a forma de progressão e a eventual criação de um novo escalão de topo na carreira docente.
Comentário
O ME acena com a criação de um novo escalão para os professores titulares que já estão no topo. A justificação apresentada é que os professores perderam a paridade com a carreira dos técnicos superiores. Com a criação de mais um escalão no topo, os professores voltam a ganhar essa paridade. É preciso reconhecer que a criação de um novo escalão aumentará ainda mais o fosso entre a base e o topo. O fosso já é demasiado grande. No 1º ano, professor licenciado contratado e sem profissionalização (índice 126), o docente ganha apenas 1113 euros ilíquidos. No 10º escalão (topo da carreira, índice 340), 3004 euros ilíquidos (cerca de 2000 euros líquidos). Com o novo ECD, dois terços dos professores não passarão do índice 235, 5º escalão, com vencimento ilíquido de 2076 euros (vencimento líquido de 1500 euros). Ou seja, a esmagadora maioria dos professores mais jovens vai terminar a carreira, aos 65 anos de idade (ou um pouco mais) com apenas 1500 euros líquidos. Menos do que um sargento da GNR. Muito menos do que um sargento-mor do Exército. É por isso que os jovens professores têm mais razões para lutarem contra o ECD do que os mais velhos.
Aceitar o novo escalão sem mexer no ECD é validar a divisão da carreira em duas categorias. É aumentar a diferenciação e a hierarquização impostas pelo decreto-lei 15/2007. Portugal é o campeão das desigualdades. A criação do novo escalão pode ser aceitável caso o ME aceite pôr fim à divisão da carreira em duas categorias. Mas para ser justo e não aumentar o fosso entre a base e o topo, o ME deve actualizar o valor dos escalões existentes de modo a que o antigo 10º escalão suba com o consequente arrastamento dos outros.
Os sindicatos não devem esquecer que essa "oferta" do ME se destina a agradar aos titulares que estão no 10º escalão, dividir ainda mais os professores e seduzir os professores que já estão no topo. Por isso, todo o cuidado é pouco durante o processo negocial.

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