sábado, janeiro 24, 2009

Em Defesa da Escola Pública...

CONCENTRAÇÃO

MANIFESTAÇÃO DE 24 DE JANEIRO EM FRENTE AO PALÁCIO DE BELÉM





Lisboa, 19 de Janeiro de 2009

Exmo. Senhor

Presidente da República

A APEDE (Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino), o MUP (Movimento de Mobilização e Unidade dos Professores), o MEP (Movimento Escola Pública), o PROmova (Movimento de Valorização dos Professores) e a CDEP (Comissão em Defesa da Escola Pública), em articulação com a Comissão Provisória de Coordenação das Escolas em Luta, promotores da Concentração/Manifestação de professores que vai ter lugar no próximo dia 24 de Janeiro em frente do Palácio de Belém, vêm, por este meio, solicitar uma audiência junto de V. Exa., a fim de poderem comunicar ao órgão máximo de soberania do Estado português o sentimento de indignação que hoje é comum a uma larga maioria dos professores deste país face à degradação do seu estatuto profissional e ao esvaziamento do sentido da escola pública.

Ao longo do ano de 2008, os professores organizaram-se de forma muitas vezes autónoma nas suas escolas para exprimir o profundo descontentamento perante o modo como o actual Governo e o Ministério da Educação definiram, numa postura autocrática e de costas voltadas para a classe docente, reformas que em nada têm beneficiado a escola pública, traduzindo-se no contínuo desprezo pela relevância social da profissão de professor, na deterioração das condições de trabalho dentro dos estabelecimentos de ensino e na pressão para que as escolas produzam um falso sucesso escolar, meramente estatístico e sem correspondência ao nível dos conhecimentos realmente apresentados pelos alunos. Os professores sentem, justamente, que é todo o futuro da educação em Portugal que está hoje comprometido pelas políticas do actual Governo.

Cumpre dizer que alguns dos movimentos acima referidos foram já recebidos na Assembleia da República por quase todos os grupos parlamentares e ouvidos pela Comissão Parlamentar de Educação e Ciência. Julgamos que é agora o momento de expor igualmente a V. Exa. os motivos que têm mobilizado os professores para sucessivas greves e manifestações de descontentamento, na convicção de que V. Exa. partilha a preocupação com que muitos portugueses acompanham o clima de tensão que se vive actualmente nas escolas portuguesas.


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