Que medidas vão tomar a FENPROF e o Sr. Mário Nogueira, desta vez, para mostrar ao país que os profs contam mesmo? Seria bom que as apresentassem, discutissem com os profs, os interessados, não?! Ou estarão à espera que sejam os professores a organizar-se e a levantar a voz em protesto, como na manifestação dos célebres 100.000, para depois, mais uma vez, apanharem o combóio em andamento e fazerem com os governantes o acordo que os professores não queriam, não escolheram e não aceitaram, na sua esmagadora maioria?!
Helena Rodrigues
Os professores contam!
Mário Nogueira - 20081004
Nas escolas, há mais computadores e mais paredes pintadas, mas há também um corpo docente sufocado e esmagadoAconsigna que este ano foi escolhida pela UNESCO e pela Internacional de Educação (IE) para assinalar o Dia Mundial dos Professores, que se comemora amanhã, dia 5 de Outubro, tem um grande significado: "Os professores contam!".
Em Portugal, o significado desta consigna tem uma particular importância, pois, para o actual Governo, como se percebeu desde a primeira hora, os professores têm sido quem menos conta na escola. A ministra da tutela teve o cuidado de deixar isso claro quando, bem cedo, fez saber que o importante seria ganhar a opinião pública, ainda que perdesse os professores.
Se bem o disse, melhor o tem feito, governando de uma forma que não deixa dúvidas sobre a sua opção: muita propaganda para o exterior, muito fogo-de-artifício e muita estatística manipuladora; lá dentro, no entanto, é a desarrumação completa, mal disfarçada pelo lixo que se acumula sob os tapetes e os móveis...
Sem retirar importância aos quadros interactivos, aos computadores ou, até, às migalhas que são abatidas às taxas de insucesso (e esqueçamos, agora, o que ocultam...), é caso para perguntar que Escola pretendem os governantes quando tão mal tratam os profissionais que nela se empenham na procura permanente do sucesso para os seus alunos.
Dentro das escolas, encontram-se professores que estão tristes e que têm visto aumentar a sua indignação e revolta por saberem que mereciam ser considerados com respeito, que deveria ser reconhecido o trabalho dedicado e, por vezes, quase militante que desenvolvem e, principalmente, por serem vítimas de medidas que, burocratizando e funcionarizando o seu exercício profissional, não os deixam ser professores.
Aos docentes estão a ser impostos horários de trabalho - em muitos casos ilegais - que prejudicam a sua vida profissional, pessoal e familiar e dentro da escola foram instituídos grupos hierarquizados que dão corpo à fractura imposta na carreira. Ao crescente número de desempregados e precários a ministra apenas consegue dizer que não é agência de emprego. Por outro lado, agravam-se as condições para a aposentação esperando que, rebentando antes, muitos professores se afastem precocemente com pensões de valor reduzido. O modelo de avaliação que se abate sobre os professores é incompatível com o exercício de funções docentes e servirá, apenas, para impor castigos que incidirão sobre a carreira profissional e quebrar laços de solidariedade e cooperação que existem no corpo docente. A actividade em sala de aula está dificultada, pois a supressão dos apoios devidos a milhares de alunos com necessidades educativas especiais assim o determina. A nova gestão escolar, destinada a afastar a generalidade dos professores dos níveis de decisão estratégica da escola, reduz espaços fundamentais de autonomia e terá, no director, os olhos, os ouvidos e os tentáculos da administração dentro do espaço escolar. E enquanto, nas escolas, os professores se confrontam com o aumento dos focos de indisciplina e violência, os responsáveis do ME desvalorizam essa realidade.
Em suma: nas escolas onde há agora quadros interactivos, mais computadores e mais algumas paredes pintadas, há, também, um corpo docente que começa a estar sufocado e esmagado pela insensibilidade e insensatez de um ministério para quem os professores contam pouco!
Mas como, na realidade, os professores contam muito, irão mostrar quanto contam e essa será a grande a lição que, sem contar, os governantes irão receber.
Secretário-Geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof)
Mário Nogueira - 20081004
Nas escolas, há mais computadores e mais paredes pintadas, mas há também um corpo docente sufocado e esmagadoAconsigna que este ano foi escolhida pela UNESCO e pela Internacional de Educação (IE) para assinalar o Dia Mundial dos Professores, que se comemora amanhã, dia 5 de Outubro, tem um grande significado: "Os professores contam!".
Em Portugal, o significado desta consigna tem uma particular importância, pois, para o actual Governo, como se percebeu desde a primeira hora, os professores têm sido quem menos conta na escola. A ministra da tutela teve o cuidado de deixar isso claro quando, bem cedo, fez saber que o importante seria ganhar a opinião pública, ainda que perdesse os professores.
Se bem o disse, melhor o tem feito, governando de uma forma que não deixa dúvidas sobre a sua opção: muita propaganda para o exterior, muito fogo-de-artifício e muita estatística manipuladora; lá dentro, no entanto, é a desarrumação completa, mal disfarçada pelo lixo que se acumula sob os tapetes e os móveis...
Sem retirar importância aos quadros interactivos, aos computadores ou, até, às migalhas que são abatidas às taxas de insucesso (e esqueçamos, agora, o que ocultam...), é caso para perguntar que Escola pretendem os governantes quando tão mal tratam os profissionais que nela se empenham na procura permanente do sucesso para os seus alunos.
Dentro das escolas, encontram-se professores que estão tristes e que têm visto aumentar a sua indignação e revolta por saberem que mereciam ser considerados com respeito, que deveria ser reconhecido o trabalho dedicado e, por vezes, quase militante que desenvolvem e, principalmente, por serem vítimas de medidas que, burocratizando e funcionarizando o seu exercício profissional, não os deixam ser professores.
Aos docentes estão a ser impostos horários de trabalho - em muitos casos ilegais - que prejudicam a sua vida profissional, pessoal e familiar e dentro da escola foram instituídos grupos hierarquizados que dão corpo à fractura imposta na carreira. Ao crescente número de desempregados e precários a ministra apenas consegue dizer que não é agência de emprego. Por outro lado, agravam-se as condições para a aposentação esperando que, rebentando antes, muitos professores se afastem precocemente com pensões de valor reduzido. O modelo de avaliação que se abate sobre os professores é incompatível com o exercício de funções docentes e servirá, apenas, para impor castigos que incidirão sobre a carreira profissional e quebrar laços de solidariedade e cooperação que existem no corpo docente. A actividade em sala de aula está dificultada, pois a supressão dos apoios devidos a milhares de alunos com necessidades educativas especiais assim o determina. A nova gestão escolar, destinada a afastar a generalidade dos professores dos níveis de decisão estratégica da escola, reduz espaços fundamentais de autonomia e terá, no director, os olhos, os ouvidos e os tentáculos da administração dentro do espaço escolar. E enquanto, nas escolas, os professores se confrontam com o aumento dos focos de indisciplina e violência, os responsáveis do ME desvalorizam essa realidade.
Em suma: nas escolas onde há agora quadros interactivos, mais computadores e mais algumas paredes pintadas, há, também, um corpo docente que começa a estar sufocado e esmagado pela insensibilidade e insensatez de um ministério para quem os professores contam pouco!
Mas como, na realidade, os professores contam muito, irão mostrar quanto contam e essa será a grande a lição que, sem contar, os governantes irão receber.
Secretário-Geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof)
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