Notícia do Público:
Escola recebe este ano pela primeira vez alunos do ensino integrado
Alunos de música do Conservatório de Lisboa assistem a aulas sentados no chão
01.10.2008 - 11h14 Lusa
A Escola de Música do Conservatório Nacional está a ensinar música em regime integrado, como prevê a reforma em curso no ensino artístico, mas a falta de dinheiro faz com que estes alunos assistam às aulas sentados no chão.
"O ano lectivo está para já a decorrer sem carteiras e sem cadeiras, com os meninos sentados literalmente no chão", disse à Agência Lusa a professora Ana Mafalda, vice-presidente da Escola de Música do Conservatório de Lisboa.
A escola está este ano lectivo a receber pela primeira vez alunos de ensino integrado (que recebem ali todas as aulas, além do ensino da música), além de continuar com o ensino suplementar (a alunos que apenas aprendem música e vão ter as aulas curriculares noutra escola), depois de ter protagonizado no ano passado a contestação à reforma do Ensino Artístico desenhada pelo Ministério da Educação (ME).
"O Ministério quis que nós implementássemos este novo regime e até ao momento não investiu nada, não nos deu material nenhum", acrescentou.
A docente explicou que as aulas teóricas da Escola, que funcionava até ao ano passado apenas em regime supletivo, eram dadas numa espécie de anfiteatro, em cadeiras de palmatória.
"Estas aulas duravam quando muito uma hora por dia e não precisávamos de mais. Acontece que os alunos que agora vamos começando a ter em regime integrado, estão em permanência na escola das oito da manhã às quatro ou às sete da tarde e têm mesmo de ter secretárias e outros materiais", disse, acrescentando que, "de facto, o material que a escola tinha não se coaduna com o novo tipo de escola exigido pelo ministério"."O ano lectivo está para já a decorrer sem carteiras e sem cadeiras, com os meninos sentados literalmente no chão", disse à Agência Lusa a professora Ana Mafalda, vice-presidente da Escola de Música do Conservatório de Lisboa.
A escola está este ano lectivo a receber pela primeira vez alunos de ensino integrado (que recebem ali todas as aulas, além do ensino da música), além de continuar com o ensino suplementar (a alunos que apenas aprendem música e vão ter as aulas curriculares noutra escola), depois de ter protagonizado no ano passado a contestação à reforma do Ensino Artístico desenhada pelo Ministério da Educação (ME).
"O Ministério quis que nós implementássemos este novo regime e até ao momento não investiu nada, não nos deu material nenhum", acrescentou.
A docente explicou que as aulas teóricas da Escola, que funcionava até ao ano passado apenas em regime supletivo, eram dadas numa espécie de anfiteatro, em cadeiras de palmatória.
Entretanto, a escola comprou mais pianos e mais quadros brancos para escrever, entre outro material, para fazer face "a mais alunos no Conservatório este ano, com aumento dos que frequentam o regime integrado e diminuição dos outros".
"Agora, a escola não pode investir em tudo", sublinhou.
A responsável destacou que só com o decorrer do ano é que se poderão perceber eventuais problemas, mas ao nível do ensino a experiência está, para já, a decorrer bem.
"Existem alguns problemas práticos. Está a ser difícil encaixar horários, por exemplo", disse, explicando que os professores considerados necessários para o regime integrado foram contratados pela Escola de Dança, que "fez os horários segundo as suas conveniências".
"No ano passado tínhamos poucos alunos e conseguia-se fazer, mas este ano, com mais quatro turmas, é complicado até relacionar os horários com a distribuição do espaço", disse.
Este ano lectivo, iniciado em meados de Setembro, recebem as aulas todas na escola de música do conservatório meninos com idades entre os 10 e os 12 anos, do quinto, sexto e sétimo anos de escolaridade.
Além destes, o conservatório dá aulas de música aos alunos que transitaram do ano passado e "alguns outros que vieram de novo que nós escolhemos através de testes de admissão".
"O projecto que nós apresentámos [ao ME] foi de uma progressiva alteração da escola, em função da dimensão da escola. Por exemplo, não íamos abrir um nono ano de repente, quando não tínhamos tido oitavo nem tínhamos tido sétimo", explicou.
A introdução faseada do ensino integrado prevê que daqui a dois anos a escola tenha todos os anos implementados, já que no próximo ano abrirá uma turma do oitavo ano e no ano seguinte do nono.
"Mas também continuamos a receber meninos novos, não rejeitamos ninguém. O regime integrado se calhar vai-nos impedir de dar aulas apenas de música a tantos alunos como gostaríamos, mas no nosso projecto eles continuam a existir, não são para desaparecer", disse.
O ministério da Educação anunciou no ano passado uma reestruturação do ensino artístico com início este ano lectivo, baseando-se num relatório que recomendava o fim do regime supletivo, que permite aos alunos realizar a formação geral numa escola normal e frequentar simultaneamente uma instituição especializada, como um conservatório.
Segundo o documento, "o regime de frequência dos alunos em todas as escolas públicas do ensino artístico especializado deve ser essencialmente o regime integrado", no qual os estudantes fazem os dois tipos de formação (geral e específica) nos conservatórios e outras escolas especializadas.
A generalização do regime integrado vai permitir, de acordo com o relatório, uma melhoria do trabalho pedagógico e a redução das taxas de retenção e de abandono por parte dos alunos.
Fonte do Ministério da Educação disse à Lusa que o Conservatório de Lisboa já pediu ajuda para solucionar o problema de falta cadeiras e mesas à Direcção Regional de Educação, que está a analisar a situação.
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