SEM EQUÍVOCOS, EM 30 DE MAIO,
PROFESSORES DIRÃO O QUE AINDA FALTA DIZER À MINISTRA!
Em entrevista à LUSA, a Ministra da Educação tece um conjunto de
considerações, principalmente em torno da avaliação de professores,
mas não só, com a alegada intenção de esclarecer algumas situações.
Mas não esclarece, apenas repete os equívocos … Senão vejamos:
- Considera que a contestação dos docentes está relacionada com o seu
desconhecimento das regras… aqui, nem se pode falar de equívoco, mas,
mais uma vez, de desconsideração. Os professores estão contra porque
vivem na ignorância… Inaceitável, como sempre, este tipo de
(des)considerações.
- Afirma que “a carreira não é tão bloqueada como os professores a
percebem”. Pelo contrário, a prática do ME bloqueia-a ainda mais do
que a própria legislação prevê. É que, para além de a esmagadora
maioria dos docentes estar impedida de progredir aos escalões
superiores da carreira, devido à sua divisão, nem sequer o concurso
para “titular”, anunciado ainda para este ano – e que, como foi dito,
teria um número de vagas mais elevado do que as já preenchidas – terá
lugar. Conclui-se, pois, que os professores estão a perceber bem.
- Adianta que não tem atacado os professores e que, se tal parece, se
deve à atitude sistemática dos Sindicatos que a têm acusado disso.
Faltaria, agora, acrescentar que a comunicação social, ao divulgar as
suas declarações, se encontra ao serviço dos Sindicatos, como daquela
vez em que divulgou que a Ministra afirmara, em Coimbra, que uma
criança quando abandona a escola é porque já foi abandonada pelos seus
professores…
- Procura consolidar a falsa ideia, junto da opinião pública, de que
os professores e os seus sindicatos pretendem resumir a política
educativa à condição económica e social dos docentes. Poderia
explicar-se, assim, por que nunca aceita debater e efectivamente
negociar questões como as condições de trabalho nas escolas, incluindo
os horários dos docentes, a direcção e gestão escolares, a formação de
professores, a municipalização da educação, a Educação Especial, as
medidas de combate ao abandono e de promoção do sucesso escolar…
Poderia explicar-se, mas não pode, porque a ministra sabe não ser
verdade o que afirma.
- Considera que, em relação à avaliação, se viveu num marasmo de mais
de 30 anos de total indiferenciação e pseudo igualitarismo. Não
acrescenta que, nos últimos 19, sucessivos governos se recusaram a
regulamentar as regras da diferenciação, previstas no ECD desde 1990,
reduzindo a avaliação apenas a alguns procedimentos e nunca aplicando,
na íntegra, o modelo anterior.
- Afirma ter existido a humildade de simplificar a avaliação nos dois
anos em que vigorou… na verdade, foi obrigada a simplificar, não por
humildade, mas para satisfazer a sua obstinada intenção de garantir,
nesses dois anos, a aplicação de um modelo inaplicável.
- Sabe-se agora que só 80.000 docentes apresentaram proposta de
objectivos individuais (OI) e, destes, só cerca de 30% requereram a
avaliação completa. Isto significa que a FENPROF falou verdade quando
estimou que mais de 40% dos docentes não tinha apresentado OI e apenas
entre 10 e 15% teriam requerido a avaliação completa, contribuindo
para um ainda maior descrédito do modelo. Se tivermos em conta o clima
de ameaça e chantagem que se abateu sobre os professores,
pressionando-os, ilegitimamente, a entregar a proposta de objectivos
individuais, concluímos que esta foi mais uma importante derrota do
ME.
IGUAL A SI MESMA, A MINISTRA DA EDUCAÇÃO LIMITOU-SE, NESTA ENTREVISTA,
A REPETIR UM CONJUNTO DE EQUÍVOCOS QUE TEM ESTADO PRESENTE EM MUITAS
DAS SUAS DECLARAÇÕES ANTERIORES.
SEM EQUÍVOCOS, DIA 30 DE MAIO, OS PROFESSORES E EDUCADORES
PORTUGUESES, UMA VEZ MAIS NA RUA, FARÃO SABER O QUE PENSAM DA ACTUAL
POLÍTICA EDUCATIVA, DE QUE LURDES RODRIGUES É UM DOS PRINCIPAIS ROSTOS
E PROTAGONISTA.
30 . Maio . sábado
Manifestação . Lisboa
Manifestação . Lisboa
Não há duas sem três,
vamos encher Lisboa outra vez !
vamos encher Lisboa outra vez !
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