Plataforma Sindical anuncia formas de luta para o 3.º período: tardias e pouco ambiciosas, mas o PROmova apostará na mobilização dos professores
Brevemente, o PROmova empreenderá um balanço, quer da governação (falhada) na área da Educação, quer das estratégias de luta seguidas pelos professores, bem como das perspectivas de futuro que decorrem da não obtenção de maiorias absolutas, nas próximas eleições legislativas. No fundamental, trata-se de reforçar dois grandes objectivos:
1) evidenciar à opinião pública a situação anómala e vergonhosa de um Governo que, no decurso de uma legislatura, destruiu a formação dos professores sem proporcionar formação alternativa e, mais grave, diabolizou a avaliação do desempenho que existia anteriormente, para, decorridos quase cinco anos, os professores, pela primeira vez nas suas carreiras, não terem sido avaliados em nenhuma componente científico-pedagógica, vendo-se agora sujeitos a uma avaliação de "faz de conta" que vai atribuir, generalizada e administrativamente, uma classificação de Bom a todos, com base numa folha A4 de objectivos, muitos deles obtidos na Internet;
2) combater politicamente este PS de Sócrates, procurando firmar o Compromisso Educação com os partidos políticos da oposição e, desta forma, garantir-se a revogação da divisão arbitrária da carreira, a substituição do modelo de avaliação e o fim das quotas.
Todavia, o PROmova não pode deixar de manifestar, desde já, a sua posição relativamente à proposta de acções de luta para o 3.º período, tal como apresentada pela Plataforma Sindical, sem prejuízo de poder vir a ocorrer um comunicado conjunto dos movimentos independentes de professores.
A proposta de uma Manifestação, a realizar a um Sábado, parece-nos uma fórmula algo esgotada em termos de eficácia, embora, admitamos, que não deixará de transmitir à opinião pública a persistência do descontentamento e da indignação dos professores com este Governo, esta equipa ministerial e as suas repugnantes políticas educativas.
O PROmova reitera, no entanto, que a Manifestação de Maio deveria ser enquadrada numa greve de uma semana, em que cada professor faria dois dias de greve, sendo um dia por região, a culminar numa sexta-feira de greve nacional e de ocorrência da Manifestação. Pensamos que a Plataforma Sindical, ao não ter promovido, explicitamente, esta estratégia junto dos professores, desperdiçou uma última oportunidade de criar uma séria encrenca ao PS de Sócrates em período pré-eleitoral, com a eficácia que daqui resultaria.
Em relação à forma minimalista encontrada para confinar as greves, certamente reclamadas por muitos professores, ficamos na dúvida se a mesma resultou da Consulta Geral, pois esta proposta ou estratégia não tinha sido, pelo que conhecemos, equacionada pelos professores. A iniciativa gera-nos algum cepticismo, em termos de repercussão mediática e de efeito real na rotina das escolas, mas vamos esperar para ver.
Estas propostas de contestação, tardias e algo tímidas, são também a consequência do esvaziamento da contestação que se criou a partir de Janeiro, por responsabilidade da Plataforma Sindical, gerando-se um hiato e tendo os sindicatos optado por se envolverem em rondas negociais que da parte do ME apenas visaram, para utilizar uma linguagem futebolística, "queimar tempo e chutar para fora", na ânsia que o jogo da avaliação, há muito perdido pela equipa do ME, se esgotasse sem grandes movimentações até ao final da legislatura, como forma do Governo e do PS se libertarem do atoleiro da divisão da carreira e do modelo de avaliação, em que, por arrogância e incompetência própria, se enredaram.
Contudo, a circunstância de o PS de Sócrates estar cada vez mais longe de atingir uma maioria absoluta, ou quiçá mesmo uma vitória, nas próximas eleições legislativas, deve levar a Plataforma Sindical e os Movimentos de Professores a apostarem, de forma concertada, no Compromisso Educação, como aprovado no Encontro de Leiria de 14 de Março, procurando vincular os partidos políticos da oposição às reivindicações dos professores.
Apesar de sermos críticos da estratégia de contestação seguida pela Plataforma Sindical, não deixamos de felicitar os sindicatos que integram a Plataforma pela forma como têm resistido às manobras de diversão e às chantagens negociais do ME, não abrindo mão das reivindicações nucleares dos professores, nomeadamente, a rejeição da divisão da carreira, do modelo de avaliação e das quotas.
De igual modo, o PROmova não deixará de se empenhar no sucesso da Manifestação, incentivando os professores a mobilizarem-se e a organizarem-se, escola a escola e independentemente de quem entregou ou não os objectivos individuais, com vista à participação na Manifestação e de forma a darmos, a este Governo, mais uma lição da força, da unidade e da razão dos professores, que nenhuma propaganda e nenhuma mentira podem esconder.
Esperamos que da parte dos Sindicatos se verifique um empenhamento visível e persistente na mobilização para as lutas anunciadas, tanto através da acção dos seus delegados sindicais, como ao nível da comunicação social e da blogosfera.
Vamos todos mobilizar-nos com empenho e convicção!
PROFESSORES - Movimento de Valorização
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