quinta-feira, maio 22, 2008

O FUTURO DO MOVIMENTO DOS PROFESSORES EM PORTUGAL

A senhora Lurdes Rodrigues teve um grande mérito: conseguiu despertar os professores da tradicional letargia em que se encontravam, letargia que interessava ao "poder", por motivos óbvios, e aos sindicatos que assim representavam a "classe" sem quaisquer problemas de maior uma vez que quem tradicionalmente os dominava eram aqueles que os continuam a controlar (aos sindicatos...). Com excepção do SPGL: foi um tremendo precalço para o PCP que o perdeu para os "reformistas", aliados ao PS e a (supostamente) 3 elementos do BE ("que não são muito importantes", nas palavras de um dirigente do mesmo BE). Mas o PCP, useiro e vezeiro em controlar o movimento sindical em Portugal, logo arranjou uma escapatória colocando o Nogueira (Mário) à frente da Fenprof, a quem o SPGL deve vassalagem. Simplex!
Temos, portanto, de agradecer, e o país também, à senhora LurdesRodrigues, uma ex-professora do ensino básico (apesar de omitir tal actividade, que foi a sua principal ocupação durante muitos anos, do respectivo curriculum), por ter contribuído, decisivamente, para O despertar dos Professores (título de ficção da minha autoria a "dar à estampa" no ano 2069).
O "país também". O país também porque os professores são das poucas classes profissionais em Portugal que aliam (e continuarão a aliar, estou seguro disso) simultaneamente duas faculdades:

1) estão fora do circuíto da corrupção e da cunha porque são colocados em concursos nacionais que transcendem os pequenos poderes (e cunhas) locais.
2) São genericamente uma das classes profissionais mais cultas, informadas e heterógeneas.

Isto é: se quisermos formar um gabinete jurídico, provavelmente vamos ter a colaboração de professores que também são advogados. Se quisermos ter um porta-voz para a política da cultura, não faltarão professores muitíssimo bem informados do que se passa na cultura em Portugal, nas várias áreas da "grande cultura", ou, se preferirmos, pseudo-grande-cultura. Se quisermos formar um "gabinete" para seguir as política no ensino superior, não faltam professores no ensino básico e secundário que conhecem bem os meandros do ensino superior em Portugal, as suas virtualidade e os seus podres, e detentores de graus de mestre, doutores e "post-doc's". Se quisermos ter um "consultório"de apoio "psicológico" (sabemos que o termo é errado, mas utilizamo-lo deliberadamente) aos professores, temos professores psicanalistas-praticantes de várias escolas, nomeadamente das escolas de psicanálise lacanianas, que, seguramente, estarão disponíveis, e interessad@s, em"analisar" professor@s. Se, enfim, quisermos ter um "gabinete" de acompanhamento das políticas económico-sociais dos governos, também (ainda... porque um dia serão todos professores-Ese's...) temosprofessores economistas. Para além dos colaboradores externos, não professores, nomeadamente juristas, que irão colaborar com os nossos movimentos independentes de professores.
Portanto, em meu nome pessoal, em nome do MUP e de outros movimentosde professores com os quais iremos trabalhar, agradeço,encarecidamente, à senhora Maria de Lurdes Rodrigues a sua enorme colaboração no despertar de uma classe profissional que se irá revelar, no futuro próximo, determinante para os destinos de Portugal. Bem haja, minha senhora. Cumpriu a sua missão. Se se sentir cansada,pode retirar-se. Um dia, no aconchego da sua cómoda reforma de professora universitária, havemos de conversar sobre aquilo que a moveu para um desígnio tão vital para o país como foi o Despertar dosProfessores.

In http://mobilizacaoeunidadedosprofessores.blogspot.com

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