terça-feira, maio 20, 2008

Ludgero Marques acerca das Novas Oportunidades

Santa Maria da Feira, 09 Mai (Lusa) - O presidente da
Associação Empresarial de Portugal (AEP), Ludgero
Marques, defendeu hoje a necessidade de haver
"verdade" na educação e formação em Portugal,
criticando a função meramente "estatística" do
programa Novas Oportunidades.

"Não se deve desvirtuar a qualificação com propostas
de formação, ou de novas oportunidades, que nos podem
servir apenas para questões de estatística. É bom que
haja definitivamente verdade na educação e formação em
Portugal", afirmou Ludgero Marques em Santa Maria da
Feira, na cerimónia comemorativa dos 159 anos da AEP.

Ludgero Marques, que termina no final de Maio o seu
último mandato enquanto presidente da AEP, definiu a
"falta de qualidade dos recursos humanos" como "o mais
grave problema do País" e das empresas portuguesas.

"Mais de 90 por cento das nossas empresas não têm
trabalhadores e quadros que possam responder às
necessidades das exigências da economia. E não tenho
dúvida que, se a qualificação dos trabalhadores fosse
melhor, os empresários e gestores teriam
obrigatoriamente de ser melhores", salientou.

"Os novos países que aderiram à União Europeia, com as
qualificações que têm, vão todos ultrapassar-nos,
exactamente por terem uma formação muito melhor que a
nossa", acrescentou.

O presidente da AEP afirmou que também há quem não
compreenda porque é que uma empresa com trabalhadores
e quadros de "baixíssima qualificação" não os pode
"substituir por outros qualificados no desemprego",
"inviabilizando a recuperação da empresa e provocando,
quantas vezes, a falência da mesma".

Para Ludgero Marques, "não são as empresas que têm de
zelar pela educação em Portugal", nem são os
empresários que fazem as reformas.

"Os nossos governantes têm de fazer mais e não podem
adiar a tomada de decisões", frisou, reconhecendo que
"também as associações empresariais têm de mudar".

"A minha maior frustração na área do associativismo
foi não ter conseguido a formação de uma confederação
única em Portugal, capaz de representar as empresas
portuguesas nas diversas instituições nacionais e
internacionais, com qualidade e utilidade", lamentou.

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos,
reconheceu que há em Portugal "um défice de
qualificação dos recursos humanos, que, infelizmente,
demora mais tempo a ser resolvido" do que o défice
orçamental.

[*]"A imagem de que o País tem melhores recursos
humanos é um factor de competitividade", afirmou
Teixeira dos Santos, defendendo que Portugal mostre
para fora que está a melhorar a qualificação da sua
população activa.

A cerimónia de aniversário, que decorreu no
Europarque, foi aproveitada por várias personalidades
para homenagearem Ludgero Marques, que num discurso
emocionado agradeceu aos que consigo trabalharam
nestes 23 anos de liderança da AEP.

Numa mensagem lida na cerimónia, o Presidente da
República, Cavaco Silva, enalteceu a "dimensão
verdadeiramente nacional" que Ludgero Marques deu à
AEP, deixando uma "marca que constitui um exemplo de
dinamismo".

Também o presidente da Associação Industrial
Portuguesa - Confederação Empresarial (AIP-CE), Rocha
de Matos, enviou uma mensagem, anunciando a atribuição
a Ludgero Marques da Medalha de Ouro da AIP-CE.

FZ.

Lusa/Fim

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