quarta-feira, dezembro 03, 2008

Hoje GRANDE GREVE GERAL NACIONAL!! (e outras notícias da tão maltratada Educação)


Terça-feira, 2 de Dezembro de 2008

Documento para suspender a avaliação em cada escola



Contra todas as intimidações e pela qualidade da escola pública, depende dos professores, unidos, suspender este modelo de avaliação em cada escola. Basta para isso não participar nos diversos procedimentos necessários à implementação deste modelo de avaliação. Não haverá sanções contra milhares de professores. Está nas nossas mãos dar parar este processo injusto!


Documento de suspensão da avaliação:

Os/as abaixo-assinados/as comprometem-se a não entregar os objectivos individuais e recusam participar em qualquer procedimento destinado a viabilizar este modelo de avaliação, por considerarem:

- que o modelo de avaliação de desempenho consagrado no Decreto Regulamentar 2/2008 não satisfaz as expectativas de valorização da qualidade da escola pública e do desempenho docente;

- que a seriedade de um modelo alternativo de avaliação só pode ser equacionada à luz da revogação do Estatuto da Carreira Docente que desfaça a fractura entre professores titulares e professores, sendo este um dos aspectos que mais descredibiliza o modelo imposto pelo Governo;

- que o “simplex” abandona a componente científica e pedagógica do trabalho docente, caricaturando as pretensões de avaliação e não mexendo na essência do modelo, numa estratégia que só visa manter a sua face até às próximas eleições;

- que a pressão exercida pelo ME, nomeadamente com o uso abusivo dos endereços electrónicos dos professores, inundando-os de propaganda, ou com as ilegalidades cometidas com os objectivos “On-line” e a dispensa de publicação de competências em Diário da República, são intoleráveis;

- que não estão reunidas as condições materiais para a prossecução deste modelo de avaliação, mormente pela sobrecarga horária que ele impõe com claro prejuízo para o trabalho com os alunos.


__ de ____________de 2008

Agrupamento/Escola________________________________________



Publicada por Movimento Escola Pública
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Direcção Regional de Educação do Centro

Agrupamento de Escolas de Seia
160283

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOCENTE


Atendendo às alterações introduzidas no processo de avaliação docente e com a
finalidade de calendarizar os procedimentos a efectuar, solicito que, até ao próximo dia 3 de Dezembro de 2008, os docentes abaixo referenciados preencham o inquérito e o reenviem ou entreguem ao Conselho Executivo.

Informo que, em resultado dessas alterações,

1- a avaliação do desempenho docente pelo coordenador do
departamento, incluindo a observação de aulas, depende de requerimento do interessado.

2- a avaliação pelo coordenador do departamento é condição
necessária para a atribuição das menções Muito Bom ou Excelente

3- o requerimento a apresentar pelos interessados tem por objecto a
observação de 3 aulas (duas são obrigatórias) e o grupo de recrutamento do avaliador.


INQUÉRITO

Nome: _____________________________________________________

Grupo de recrutamento: _____

Riscar o que não interessa

Desejo ser avaliado pelo coordenador do meu departamento: Sim / Não

Desejo ser avaliado por um docente do meu grupo de recrutamento: Sim / Não

Desejo ser observado em 3 aulas: Sim / Não


A preencher por todos os docentes, excepto:

- coordenadores de departamento

- docentes que não leccionam grupo/turma e não prestam apoio especializado, no


âmbito da Educação Especial ou da Intervenção Precoce

Brevemente, será disponibilizada uma norma para a redacção do requerimento


Seia, 26 de Novembro de 2008

O Conselho Executivo
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ASSOCIAÇÃO SINDICAL PRÓ-ORDEM

ESCLARECIMENTO / TOMADA DE POSIÇÃO


A todos os interessados (particularmente os sócios da Associação Sindical dos Professores Pró-Ordem) na luta que ultimamente tem arrebatado as emoções dos professores portugueses, se esclarece que a posição divulgada ontem, dia 29 de Novembro, aos órgãos de comunicação social pelo Sr. Presidente da Associação Sindical dos Professores Pró-Ordem e hoje, dia 30, igualmente comentada de forma pouco esclarecedora pelo mesmo, é uma posição meramente pessoal.


A maioria dos membros da Direcção desta Associação, para além de outros membros dos respectivos órgãos sociais e bem como a esmagadora maioria dos seus sócios mantém-se coesa e unida na luta que une a Plataforma Sindical dos Professores em defesa da suspensão do actual modelo de avaliação imposto pelo Ministério da Educação.


Nesta conformidade, parece óbvio que a posição assumida pelo Sr. Dr. Filipe do Paulo é tão só uma posição individual da qual se demarca a grande maioria dos seus correligionários, que mantêm a sua adesão à greve agendada para a próxima 4.ª feira dia 3 de Novembro [sic], a menos que a Plataforma Sindical entenda suspendê-la, o que só poderá acontecer se o Ministério da Educação aceder a um diálogo franco e transparente, partindo do pressuposto da suspensão do famigerado modelo de avaliação que pretende impor.


Sempre na luta ao lado dos professores!…


"Alma até Almeida"!…

Os núcleos distritais de sócios da Guarda, Viseu, Aveiro, Coimbra e Setúbal


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Os professores de Setúbal e Palmela fazem greve no dia 3/12 e realizam concentração no Largo da Misericórdia!



Por todo o lado, surgiram comissões de professores que, de forma informal, estão a organizar concentrações de professores. O padrão é este: os professores reúnem à porta da escola entre as 8:30 e as 9:00. Distribuem comunicados aos alunos e aos pais. De seguida, seguem em marcha para o centro da cidade ou da vila e promovem uma concentração.

Na quarta-feira, os professores farão a maior greve de sempre.
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Terça-feira, 2 de Dezembro de 2008
Professores de Torres Vedras fazem greve amanhã e promovem concentração junto à Escola Henriques Nogueira!



Um pouco por todo o lado, os professores organizam concentrações à porta das escolas, seguidas de desfiles ou cordões humanos em direcção ao centro das localidades.

A greve de amanhã não pode ser apenas uma greve geral. Tem de ser a maior alguma vez feita pelos professores. E tem de ser acompanhada de concentrações e desfiles com efeito mediático. É no impacto mediático que a vitória dos professores também se ganha. Quem deslocou a luta para o campo mediático foi o Governo. Os professores têm de aproveitar a grande mobilização de amanhã para ocuparem o campo mediático. O Governo vai querer diminuir a grandeza da greve. Os professores têm de mostrar à opinião pública que estão dispostos a prosseguir a luta até ao fim.

E o fim só pode ser um: revogação do decreto-lei 15/2007 e do decreto regulamentar 2/2008. A luta só termina com a criação de um modelo justo de avaliação de desempenho e o fim das duas categorias de professor.
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Professores de Sintra fazem greve no dia 3/12 e promovem concentração em frente da Câmara Municipal!



Os professores do concelho de Sintra, partindo das suas escolas, vão reunir-se no dia 3 de Dezembro, na Av. Heliodoro Salgado, às 11.30h, numa concentração/desfile de protesto, com percurso até à Câmara Municipal de Sintra (tendo já confirmada uma audiência com o Presidente da Câmara), em defesa da Escola Pública e de um ensino de qualidade! Os professores de Sintra (a exemplo de milhares de colegas por todo o país) reafirmam a sua firmeza e determinação na luta contra este modelo de avaliação e este ECD, na luta contra toda a poluição legislativa emanada do ME e as suas manobras de diversão ou intimidação, venham elas embrulhadas em supostas simplificações (umas após outras, logo, sem qualquer credibilidade, apenas demonstrando a total falência deste modelo de avaliação), em ameaças veladas de processos disciplinares ou outras punições, ou através de tentativas desesperadas de desmobilização e divisão da classe docente.
Dia 3 daremos de novo a resposta!
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Um texto de José Maria Cardoso sobre as razões e a importância da greve de amanhã

Estamos num momento crucial da nossa luta.
Esta greve representa o património de luta adquirido, o capital de reivindicação construído e em acção e o potencial de exigência de uma classe pela sua dignificação. Não podemos deixar desmoronar o muro da respeitabilidade profissional que arduamente soubemos construir. Há momentos em que o momento de dizer o que queremos é único. Não podemos deixar fugir a oportunidade de acertar no alvo até porque nunca se dispara duas vezes a mesma bala.
Esta greve representa o clamor de revolta, da indignação, do basta de incompetência e de que está na hora desta ministra e seus acólitos irem embora. Já percebemos que a prepotência da frase lapidar “Perdi os professores mas ganhei a opinião pública”, deu lugar ao tacticismo sinistro e indecoroso do “Peço desculpa aos professores pelos incómodos que lhes possa ter causado”, com o intuito de dissimular a obstinação das decisões ao mesmo tempo que conserva a coacção sobre opiniões e alarga o temor com intimações. Também já deviam ter percebido que esta classe sabe enfrentar a arrogância da intransigência, quer abrir o trilho de um novo paradigma profissional e pode derrotar um ciclo político de falaciosas reformas.
Esta greve representa a exigência de revogação de todo o ardiloso arquétipo para a educação no nosso país. O ECD dividiu-nos em titulares e suplentes. O processo de avaliação põe os titulares a ordenar os suplentes. O modelo de gestão restitui a salazarenta figura do absoluto director que ordena os titulares. As direcções regionais, súbditas do ministério, controlam os directores. Por ironia do destino ou fatalismo da inoperância, lá estamos nós a aplicar na educação o molde hierarquizante do capitalismo na altura em que mais se evidenciam as falhas deste sistema político. Fiquem sabendo que não queremos só suspender a avaliação de desempenho, queremos, e muito, refazer o ECD e anular a nova gestão das escolas.
Esta greve representa a inteligência de quem sabe que o 1º ministro já sabe que o modelo de avaliação de desempenho, tal como foi e é apresentado, nunca será aplicado. A teimosia é politica – não se pode quebrar a imagem de marca das reformas; a visão é eleitoralista – já perdemos os votos da esquerda vamos recuperá-los na direita que defende os inflexíveis; o plano é de desgaste – fragmentamos pelos órgãos de gestão, ameaçamos pelos mais vulneráveis, instalamos a divisão e o caos e depois culpamos-lhos pela impraticabilidade. As últimas diligências ministeriais são disso um lastimável exemplo. A noiva tirou o véu. Já não interessam os resultados escolares. Para quê as aulas assistidas? Porque é que haviam de preencher aquelas aberrantes fichas de registo? Os professores é que complicaram tudo e fizeram com que estes dois anos de trapalhadas não servissem para nada. Até agora foi demasiado “complex” mas a partir deste momento temos um imenso “simplex”.
Senhora ministra e seus indefectíveis secretários, Senhor 1º ministro e seus solícitos discípulos. Fiquem sabendo que os professores há muito que deixaram de acreditar nas vossas tóxicas propostas, que aprenderam a não aceitar patranhas aveludadas e sentem-se enxovalhados por levianas politicas de educação.
Por tudo isto estivemos 100 mil na rua a 8 de Março. Fomos 120 mil (cerca de 85% do total de docentes do país) a manifestarmo-nos a 8 de Novembro. Repetimos a manifestação e a 15 de Novembro alguns milhares voltaram a Lisboa. Voltamos a estar milhares nas ruas das capitais de distrito na semana passada. Agora estamos em greve nacional e com total determinação de alargar a razão da nossa luta.
É tempo de dizer o que tem de ser dito, de fazer o que tem que ser feito, de não trair o que já tanto se fez e de não ceder ao tanto que já se ganhou. Temos de saber dizer a este governo que “Perdemos uma ministra e ganhamos uma classe”.
A greve é crucial, a luta é capital e capitula quem perder.
José Maria Cardoso
Escola Secundária Alcaides de Faria – Barcelos

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