Mostrando postagens com marcador pais e encarregados de educação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pais e encarregados de educação. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, junho 21, 2010

Vila Nova de Cacela: professores, pais e funcionários entregam hoje em Faro abaixo-assinado contra inserção da sua escola em Mega Agrupamento


PARTIDA: VILA NOVA DE CACELA, 9H
DESTINO: FARO
(Direcção Regional de Educação do Algarve)

«O Agrupamento de Vila Nova de Cacela, irá a Faro na segunda feira, dia 21, entregar um abaixo assinado contra o Mega Agrupamento em que foi inserida com a Escola Secundária de Vila Real de St António, que começará a funcionar dia 1 de Julho, segundo ordens da Drealg.
Partirão de Vila Nova de Cacela pelas 9h da manhã, professores, pais e funcionários, cada um no seu carro em marcha pela estrada Nacional 125, e concentrar-se-ão na relva, inaugurada no dia 10 de Junho com a parada militar.
Pede-se a divulgação desta nossa posição, no sentido de chegar a todo o país e orgãos de Comunicação social. Juntos, tentamos vencer.»

(recebido por mail)

terça-feira, março 17, 2009

Daniel Sampaio contra a escola-armazém

PUBLICO.PT

Contra a escola-armazém

Daniel Sampaio

Merece toda a atenção a proposta de escola a tempo inteiro (das 7h30 às 19h30?), formulada pela Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). Percebe-se o ponto de vista dos proponentes: como ambos os progenitores trabalham o dia inteiro, será melhor deixar as crianças na escola do que sozinhas em casa ou sem controlo na rua, porque a escola ainda é um território com relativa segurança. Compreende-se também a dificuldade de muitos pais em assegurarem um transporte dos filhos a horas convenientes, sobretudo nas zonas urbanas: com o trânsito caótico e o patrão a pressionar para que não saiam cedo, será melhor trabalhar um pouco mais e ir buscar os filhos mais tarde.
Ao contrário do que parecia em declarações minhas mal transcritas no PÚBLICO de 7 de Fevereiro, eu não creio à partida que será muito mau para os alunos ficar tanto tempo na escola. Quando citei o filme Paranoid Park, de Gus von Sant, pretendia apenas chamar a atenção para tantas crianças que, na escola e em casa, não conseguem consolidar laços afectivos profundos com adultos, por falta de disponibilidade destes. É que não consigo conceber um desenvolvimento da personalidade sem um conjunto de identificações com figuras de referência, nos diversos territórios onde os mais novos se movem.
O meu argumento é outro: não estaremos a remediar à pressa um mal-estar civilizacional, pedindo aos professores (mais uma vez...) que substituam a família? Se os pais têm maus horários, não deveriam reivindicar melhores condições de trabalho, que passassem, por exemplo, pelo encurtamento da hora do almoço, de modo a poderem chegar mais cedo, a tempo de estar com os filhos? Não deveria ser esse um projecto de luta das associações de pais?
Importa também reflectir sobre as funções da escola. Temos na cabeça um modelo escolar muito virado para a transmissão concreta de conhecimentos, mas a escola actual é uma segunda casa e os professores, na sua grande maioria, não fazem só a instrução dos alunos, são agentes decisivos para o seu bem-estar: perante a indisponibilidade de muitos pais e face a famílias sem coesão onde não é rara a doença mental, são os promotores (tantas vezes únicos!) das regras de relacionamento interpessoal e dos valores éticos fundamentais para a sobrevivência dos mais novos. Perante o caos ou o vazio de muitas casas, os docentes, tantas vezes sem condições e submersos pela burocracia ministerial, acabam por conseguir guiar os estudantes na compreensão do mundo. A escola já não é, portanto, apenas um local onde se dá instrução, é um território crucial para a socialização e educação (no sentido amplo) dos nossos jovens. Daqui decorre que, como já se pediu muito à escola e aos professores, não se pode pedir mais: é tempo de reflectirmos sobre o que de facto lá se passa, em vez de ampliarmos as funções dos estabelecimentos de ensino, numa direcção desconhecida. Por isso entendo que a proposta de alargar o tempo passado na escola não está no caminho certo, porque arriscamos transformá-la num armazém de crianças, com os pais a pensar cada vez mais na sua vida profissional.
A nível da família, constato muitas vezes uma diminuição do prazer dos adultos no convívio com as crianças: vejo pais exaustos, desejosos de que os filhos se deitem depressa, ou pelo menos com esperança de que as diversas amas electrónicas os mantenham em sossego durante muito tempo. Também aqui se impõe uma reflexão sobre o significado actual da vida em família: para mim, ensinado pela Psicologia e Psiquiatria de que é fundamental a vinculação de uma criança a um adulto seguro e disponível, não faz sentido aceitar que esse desígnio possa alguma vez ser bem substituído por uma instituição como a escola, por melhor que ela seja. Gostaria, pois, que os pais se unissem para reivindicar mais tempo junto dos filhos depois do seu nascimento, que fizessem pressão nas autarquias para a organização de uma rede eficiente de transportes escolares, ou que sensibilizassem o mundo empresarial para horários com a necessária rentabilidade, mas mais compatíveis com a educação dos filhos e com a vida em família.
Aos professores
, depois de um ano de grande desgaste emocional, conviria que não aceitassem mais esta "proletarização" do seu desempenho: é que passar filmes para os meninos depois de tantas aulas dadas - como foi sugerido pelos autores da proposta que agora comento - não parece muito gratificante e contribuirá, mais uma vez, para a sua sobrecarga e para a desresponsabilização dos pais.

© Copyright PÚBLICO Comunicação Social SA

quarta-feira, março 04, 2009

Ministra sujeita a confirmação


IV SEMINÁRIO PARA A EDUCAÇÃO
07 Março 2009 – 10hAuditório da Biblioteca Municipal de Alcobaça


10h00
1.º Painel:
Novas Competências das autarquias na Educação.
Oradores: Profª. Doutora Maria de Lurdes Rodrigues - Sra. Ministra da Educação. *
Moderador: Prof. Doutor António Gomes Ferreira (Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra)

14h30
2.º Painel:
A Administração Escolar.
Oradores: Prof. Doutor João Barroso – Universidade de Lisboa
Dr. Carlos Monteiro – Escola Secundária da Figueira da Foz
Moderadora: Prof. ª Doutora Margarida Mano (Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra)

17h00
3.º Painel:
A participação e a Intervenção da Sociedade Civil na Educação.
Oradores: Dr. Júlio Pedrosa – Conselho Nacional de Educação
Associação Empresários pela Inclusão Social (EPIS) *
Moderador: Doutor João Pedro Rodrigues (Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra)

* Por confirmar

Público-alvo:

Pais, professores e outros agentes educativos e público em geral. Entrada livre.

Inscrições:

Centro de Estudos Superiores - AlcobaçaPraça 25 de Abril, n.º 75, 2460 – 018 AlcobaçaTel: 262 580 870 mmca@ci.uc.pt

Org.:

Universidade de Coimbra e Federação Regional de Pais e Encarregados de Educação de Leiria

Apoio: Município de Alcobaça

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Comunicado aos Pais, Encarregados de Educação e Cidadãos em geral

Cartaz daqui

MENSAGEM AOS PORTUGUESES


Os professores vêm-se na necessidade de proceder a novas formas de luta, depois de terem tentado de todas as maneiras que a suas opiniões fossem tomadas em consideração na elaboração de várias leis que estão a contribuir para que a confusão e o mal-estar se instalem nas nossas escolas: Fizeram-se abaixo-assinados, vigílias e dezenas de manifestações – duas das quais com mais de 100 mil professores –, sendo estas formas de luta desenvolvidas ao fim do dia ou aos sábados para não prejudicar os alunos.

O que querem os professores?

- Querem que as escolas continuem a ser geridas democraticamente. Não querem voltar a ter um reitor à moda antiga; Só dando exemplo diário de democracia é possível formar consequentemente para a democracia.

- Querem ser avaliados por processos justos e que contribuam para o seu aperfeiçoamento profissional.

- Querem ter uma carreira única, digna, em que o mérito seja sempre premiado e não uma carreira dividida artificialmente, onde o mérito só é premiado em alguns casos.

- Querem ser tratados com respeito e que as suas opiniões sejam tidas em consideração na elaboração de diversas leis que o governo – em desprezo pelos que estão há anos no terreno – procura impor, ignorando todos.

- Querem leis que valorizem a sua função e os ajudem a combater a indisciplina e a violência que tem vindo a crescer nas escolas e não a sua constante desautorização e desvalorização por parte do ME.

- Desejam uma escola que ministre um ensino de qualidade, onde os alunos passem de ano a dominar as matérias e não uma escola que não prepara para a vida e que permite a passagem indiferenciadamente, para ficar bem vista nas estatísticas europeias.

- Não estão a reivindicar aumentos salariais – apesar de a crise ser profunda e a classe, desde há oito anos, ter vindo a ver decrescer o seu salário real.

Embora, pelas razões expostas, os professores se vejam obrigados a lutar, irão empenhar-se para garantir a leccionação das matérias previstas.

Os professores desejam salientar que não esquecerão os seus alunos e reiteram que esta luta é de todos – pais, alunos e professores – por uma escola pública de qualidade.

APEDE (Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino)

CDEP (Comissão em Defesa da Escola Pública)

MEP (Movimento Escola Pública)

MUP (Movimento de Mobilização e Unidade dos Professores)

PROmova (Movimento de Valorização dos Professores)

domingo, janeiro 18, 2009

Secundária de Valadares: reunião geral aberta a pais e alunos (19/01/2009)

Na Escola Secundária de Valadares - decidimos, na reunião de dia 13 de Janeiro, realizar uma reunião geral para reflexão conjunta com professores, pais e alunos sobre o estado da educação. Foram convidados os representantes dos pais e dos alunos, sendo a reunião aberta a quem quiser participar. Ao início da manhã estaremos à porta da escola e convidaremos os pais que estiverem interessados, e tiverem disponibilidade, para estarem presentes. Esta reunião terá lugar no dia de greve, 19 de Janeiro, da parte da manhã.

J.S.

sábado, janeiro 17, 2009

Comunicado aos Pais, Encarregados de Educação e Cidadãos em geral

MENSAGEM AOS PORTUGUESES


Os professores vêm-se na necessidade de proceder a novas formas de luta, depois de terem tentado de todas as maneiras que a suas opiniões fossem tomadas em consideração na elaboração de várias leis que estão a contribuir para que a confusão e o mal-estar se instalem nas nossas escolas: Fizeram-se abaixo-assinados, vigílias e dezenas de manifestações – duas das quais com mais de 100 mil professores –, sendo estas formas de luta desenvolvidas ao fim do dia ou aos sábados para não prejudicar os alunos.

O que querem os professores?

- Querem que as escolas continuem a ser geridas democraticamente. Não querem voltar a ter um reitor à moda antiga; Só dando exemplo diário de democracia é possível formar consequentemente para a democracia.

- Querem ser avaliados por processos justos e que contribuam para o seu aperfeiçoamento profissional.

- Querem ter uma carreira única, digna, em que o mérito seja sempre premiado e não uma carreira dividida artificialmente, onde o mérito só é premiado em alguns casos.

- Querem ser tratados com respeito e que as suas opiniões sejam tidas em consideração na elaboração de diversas leis que o governo – em desprezo pelos que estão há anos no terreno – procura impor, ignorando todos.

- Querem leis que valorizem a sua função e os ajudem a combater a indisciplina e a violência que tem vindo a crescer nas escolas e não a sua constante desautorização e desvalorização por parte do ME.

- Desejam uma escola que ministre um ensino de qualidade, onde os alunos passem de ano a dominar as matérias e não uma escola que não prepara para a vida e que permite a passagem indiferenciadamente, para ficar bem vista nas estatísticas europeias.

- Não estão a reivindicar aumentos salariais – apesar de a crise ser profunda e a classe, desde há oito anos, ter vindo a ver decrescer o seu salário real.

Embora, pelas razões expostas, os professores se vejam obrigados a lutar, irão empenhar-se para garantir a leccionação das matérias previstas.

Os professores desejam salientar que não esquecerão os seus alunos e reiteram que esta luta é de todos – pais, alunos e professores – por uma escola pública de qualidade.

APEDE (Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino)

CDEP (Comissão em Defesa da Escola Pública)

MEP (Movimento Escola Pública)

MUP (Movimento de Mobilização e Unidade dos Professores)

PROmova (Movimento de Valorização dos Professores)

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Documentos para a reunião de professores de 13/01/2009 - IV

Aos Pais e Encarregados de Educação dos Alunos

da Escola ______________

PROFESSORES EM LUTA: ESCLARECIMENTO

Professores da Escola ________________, vivamente preocupados com a instabilidade que se vive nas nossas escolas, cientes da inquietação e incerteza que esta situação provoca nas famílias, gostariam de afirmar de forma peremptória e inequívoca que:

1. Em nenhuma circunstância, os professores esquecerão que o seu primeiro e irrevogável compromisso é para com os alunos e, como tal, o seu dever de ensinar com competência será cumprido contra todas as adversidades.

2. A tensão que se vive nas escolas é devida à introdução, em simultâneo, de um conjunto profundo de alterações legislativas, emitidas pelo Ministério da Educação (M.E.), que vêm mudar, para pior, a face da escola pública portuguesa e, no limite, condenar a sua própria existência. Todas estas alterações foram introduzidas sem uma verdadeira negociação com os agentes dessas modificações, tornando-as assim questionáveis no plano democrático. Ora, uma das piores consequências destas falsas reformas é que elas visam transformar os professores em fabricantes obedientes de um falso sucesso escolar, que não se irá traduzir na real formação e educação dos vossos filhos e educandos. Desse modo, a luta dos professores está a ser travada, não apenas para proteger os seus direitos laborais, mas também para salvaguardar um ensino de qualidade, ensino esse que está hoje em risco se as políticas do actual governo vingarem na escola pública deste país.

3. Sabemos que uma correcta e isenta informação é um elemento fundamental para a construção de uma verdadeira cidadania e é isso que, a cada dia, procuramos fornecer aos vossos filhos e educandos. Não pretendemos a vossa compreensão e apoio só porque somos os seus professores: estamos certos de que, se houver informação isenta, fica clara a justeza da nossa posição.

4. Além de professores, também somos Pais e Encarregados de Educação. Também por isso estamos disponíveis para colaborar em todas as reformas necessárias na escola portuguesa, estamos dispostos a mudar o que urge mudar e pedimos muito pouco em troca: que nos respeitem, que nos oiçam verdadeiramente e percebam que a nossa dignidade é inegociável.

Professores da Escola __________________________

________, __________ de 2009

terça-feira, janeiro 06, 2009

Carta Aberta ao Encarregado de Educação

Luís Costa escreve carta aberta ao encarregado de educação


AO ENCARREGADO DE EDUCAÇÃO

Hoje, é a si que eu me dirijo, enquanto membro fundamental da comunidade escolar e educativa e parte interessadíssima em todo este diferendo entre o Ministério de Educação e os professores, pois o que está em jogo não são simples interesses salariais dos docentes, mas o futuro da escola pública tal como hoje a conhecemos. O que está em jogo, para quem — num futuro próximo — não puder pagar um colégio particular, é o desgosto de ver filhos e netos crescerem numa escola de segunda, onde o sucesso é apenas aparente e não há dinheiro para aqueles que têm mais dificuldades de aprendizagem. O que está em jogo para a maioria dos pais é terem — num futuro próximo — de deixar os filhos numa escola dominada pela indisciplina e pela violência, porque não há dinheiro para contratar auxiliares de acção educativa: os sinais já são mais do que evidentes; quanto ao que falta ver, basta olhar para os exemplos tristes que nos chegam diariamente, através dos meios de comunicação social.
O Ministério da Educação pretendeu lançar os pais contra os professores, sugerindo ao povo português que nós somos os responsáveis pelo insucesso dos alunos: todos sabemos que isso está longe de ser verdade. O Ministério da Educação pretende agora convencer a sociedade de que nós não queremos ser avaliados: MENTIRA ABSOLUTA. Nós sempre fomos avaliados e, caso este sistema de avaliação vingasse, obteríamos mesmo melhores resultados: no sistema anterior, praticamente todos os docentes transitavam de escalão com a menção de "SATISFAZ"; no presente modelo, como demonstraram os dados do ano transacto — divulgados pela senhora ministra da Educação — a esmagadora maioria dos professores obteve "BOM" e "MUITO BOM". O problema, senhor encarregado de educação, é que nós, tal como o senhor, não queremos ser avaliados pelo nosso colega do lado, que ascendeu à categoria de "titular" por mera arbitrariedade administrativa. O problema, senhor encarregado de educação, é que nós não queremos uma avaliação que não está orientada para a melhoria da escola enquanto instituição educativa. Esta avaliação está para nós como a "transição obrigatória" está para o seu educando: o Estado não quer gastar dinheiro com aqueles que frequentam e ensinam na escola pública, para poder construir linhas de TGV, para patrocinar as asneiras e as fraudes dos grandes banqueiros… Nós queremos uma avaliação justa, competente e que premeie, de facto, aqueles que merecem.

Deixo-lhe alguns tópicos que poderão estimular a sua reflexão sobre toda esta problemática:

1- Reduzir o tempo de preparação de aulas aos professores não é forma de ter melhor educação para o seu educando;
2- Empurrar os professores para a transição de todos os alunos não é caminho para que o seu educando chegue longe nos estudos;
3- Criar um sistema que, no ensino básico, favorece o absentismo do aluno não é caminho para uma educação sólida e com perspectivas de futuro;
4- Desrespeitar os docentes e impedir que eles tenham o estatuto social que merecem não é a melhor forma de precaver o futuro de um país civilizado;
5- Diabolizar os professores perante a sociedade e os alunos é querer lançar sobre eles a desconsideração e a indisciplina; é contribuir para a degradação do ambiente educativo da sala de aula e da escola;
6- Numa escola onde não cabe o respeito pelo professor e a indisciplina grassa não é o local ideal para formar os homens e mulheres conscientes do amanhã; não é lugar onde possamos deixar os nossos filhos;
7- Os encarregados de educação estão tranquilos, porque sabem que podem ir para os seus empregos, enquanto os seus filhos estão entregues a profissionais confiáveis, que os ajudam a crescer e a serem melhores seres humanos e bons profissionais;
8- Todos os encarregados de educação querem o melhor para os seus educandos;
9- O melhor para os vossos (nossos) filhos é uma escola com profissionais respeitados, motivados, com tempo para se dedicarem ao estudo, à pesquisa, à correcção dos trabalhos dos alunos, à preparação e planificação das aulas;
10- O trabalho do professor é muito desgastante e não pode ser exercido sob pressão, nem em série, porque a escola não é uma fábrica e os alunos não são peças de uma cadeia de montagem: as aulas passam a ser impessoais, rotineiras e as possibilidades de erro aumentam drasticamente (de planificação; de execução; de avaliação);
11- O que este governo quer, senhor encarregado de educação, é uma escola barata; este governo não pensa no que é melhor para o seu educando, mas no que sai mais barato aos cofres do Estado;
12- Os pais não querem o barato para os seus filhos, querem o melhor;
13- Não é justo que só os ricos tenham acesso à melhor educação;
14- Portugal sempre pôde confiar nos seus professores; contam-se pelos dedos os políticos em quem realmente podemos confiar.
A senhora ministra da Educação já admitiu atender às reivindicações dos professores, mas apenas depois das eleições. Como toda a gente percebeu, estamos sujeitos ao calendário e interesses eleitorais de um partido e o Governo coloca esses interesses acima dos direitos de alunos, encarregados de educação e professores, não se importando com as consequências pedagógicas do prolongamento desta querela. É, pois, fundamental que as associações de pais se juntem àqueles a quem confiam diariamente os filhos, àqueles que estão realmente a defender a escola pública, para que a serenidade e a motivação voltem rapidamente às salas de aula e todos possamos, finalmente, ensinar e aprender num ambiente educativo de confiança e respeito.

Luís Costa
Nota: Neve na Guarda. Fonte: gerotempo. Foto rendadebilros

Publicada por Ramiro Marques

quinta-feira, dezembro 18, 2008

Chaves: Pais solidários com a luta dos professores

Pais e E.E. das escolas de Chaves estão com os professores na luta contra o modelo burocrático de avaliação

As associações de pais das escolas de Chaves vão reunir, no dia 18/12/08, para aprovar a seguinte moção:
"As Associações de Pais/Encarregados de Educação do Agrupamento Vertical da Escola EB2/3 Dr. Francisco Gonçalves Carneiro, da Escola Secundária com 3.º Ciclo Fernão de Magalhães, da Escola Secundária com 3.º Ciclo Dr. António Granjo, da Escola Secundária com 3.º Ciclo Dr. Júlio Martins, do Agrupamento Vertical da Escola EB2/3 Nadir Afonso e do Agrupamento Vertical da Escola EB2/3 de Vidago, reunidas em 18 de Dezembro de 2008 para analisar os efeitos do novo modelo de avaliação de desempenho da actividade docente no quotidiano das escolas vêm por este meio comunicar o seguinte:

· Perante a cega teimosia do Governo em querer manter um modelo de avaliação de desempenho da actividade docente já completamente desacreditado e que trará consequências muito negativas às Escolas Públicas do nosso país e, por isso, aos nossos filhos/educandos, as Associações de Pais/Encarregados de Educação das Escolas e Agrupamentos de Escolas acima referidas decidiram por unanimidade declarar todo o seu apoio aos professores na contestação deste modelo de avaliação, estando dispostas a participar nas manifestações de rua e noutras iniciativas com a adopção de medidas ainda mais drásticas até que o Governo consiga ouvir a voz do bom senso e suspenda o referido modelo de avaliação de desempenho. Neste momento, a luta dos Pais/Encarregados de Educação é ao lado dos Professores, na defesa de uma Escola Pública de qualidade, tranquila, onde ensinar e colaborar na formação integral das novas gerações seja prioridade assumida, onde a colaboração e a solidariedade sejam exemplificadas pela actuação dos Professores, onde o aluno seja, efectivamente, o centro das preocupações das Escolas e dos Professores. Estamos, também, de luto e em luta, contra a prepotência e arrogância que este Governo tem mostrado nesta matéria. A maioria absoluta não pode servir de pretexto para desrespeitar a vontade dos cidadãos deste país. Esta vontade já foi suficientemente expressa e terá de ser aceite para o bem de Portugal e das novas gerações de Portugueses."


quinta-feira, dezembro 11, 2008

Tomar posições nas escolas, dizemos nós!

Informação SPZS

VAMOS APROVAR POSIÇÕES NAS ESCOLAS/AGRUPAMENTOS

Tal como tinha já sido anunciado, tendo em conta a marcação de uma reunião negocial com a Plataforma Sindical dos Professores, para o próximo dia 15 de Dezembro, com agenda aberta, ou seja, com a consideração das propostas dos Sindicatos em igualdade com as propostas do Ministério da Educação, foram suspensas as greves marcadas para as regiões do paí­s, entre 9 e 12 de deste mês.

Porém, como referiu Mário Nogueira, enquanto porta-voz dos Sindicatos de Professores, não é possível deixar cair no vazio a luta marcada para esta semana. Daí que seja dirigido um forte apelo a que em todos os agrupamentos /escolas não agrupadas ou núcleos escolares (EB1 ou Jardins de Infância) se aproveite o dia 11 de Dezembro para realizar duas iniciativas:

- Aprovar uma posição sobre o actual momento reivindicativo (ver textos mais abaixo);

- Distribuir pelos encarregados de educação um texto (que a Plataforma disponibiliza para cada escola) sobre as razões da luta dos professores.

CONSULTA | IMPRIME | DISTRIBUI | ENVIA UMA POSIÇÃO:

Em PDF:

http://www.spzs.pt/images/stories/pdf/2008/posicao32747_plataforma.pdf
(cada escola e em cada local onde for aprovada, deve enviar para a Plataforma a cópia respectiva - PDF contêm dois documentos: um deve ser enviado para a Plataforma)


EM FICHEIRO DO WORD - EDITÁVEL:

http://www.spzs.pt/images/stories/noticias/docs/tomada%20de%20posi%C7%C3o11.doc

(Caso pretendam introduzir alterações, podem utilizar este ficheiro editável)

A Direcção do SPZS/FENPROF

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Por que estão os professores em luta? - Esclarecimento aos pais

O Governo tem procurado fazer passar a ideia de que os Sindicatos não querem negociar e não têm qualquer proposta para a avaliação do desempenho docente, o que é falso.

Nesta altura da luta dos Professores é, também, inadmissível que repórteres das televisões façam perguntas do tipo: "Então a luta dos professores é no sentido de não serem avaliados, certo?".

É imperativo que todos os não docentes saibam as razões da luta dos Professores. Infelizmente ainda existem muitos Portugueses que não compreendem esta batalha contra o ECD e contra o sistema de avaliação imposto pelo Ministério, e pensem que o único motivo da mobilização em curso seja a recusa dos Professores em serem avaliados.

Nesse sentido, é deveras importante divulgar os motivos da nossa luta. Como tal apelo a todos os colegas que reenviem esta mensagem, e o anexo em PDF, a todos os contactos de email que tiverem.

Ficam aqui 13 perguntas e 13 respostas que ajudam a esclarecer as dúvidas.

Aos pais e encarregados de educação: - Porque estão os professores em luta?

Respostas aqui: Informação aos Pais

Veja-o aqui

Atenciosamente,
A Equipa do Sala dos Professores.

(recebido por mail)

segunda-feira, novembro 24, 2008

Pais e Encarregados de Educação: Petição OnLine

Subscreva esta petição em
http://www.petitiononline.com/minedupt/petition.html

PETIÇÃO DE PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO À
SR.ª MINISTRA DA EDUCAÇÃO

Nota Introdutória:


Nós os Pais e Encarregados de Educação autores desta petição, nós os que frequentemente olhamos os nossos filhos enquanto brincam e se divertem, e invariavelmente os imaginamos daqui a muitos anos com os seus e os nossos sonhos, desejando que alcancem uma vida plena. Nós, aqueles que projectam para os seus filhos as competências para a participação numa sociedade de sucesso, e que neles vêem o futuro e a garantia de uma herança cultural colectiva; nós, esses mesmos, também temos uma palavra a dizer.

Na educação, claro! Uma palavra a dizer sobre as políticas educativas que finalmente parecem ter recuperado um país para a sua própria consciência e que nos provaram, afinal, que em Portugal a cultura de intervenção cívica não morreu. Esteve apenas adormecida por uma indiferença ao discurso político, muitas vezes medíocre, e que efectivamente apenas interessa a quem participa nos jogos de poder.
Afinal, quando altos valores se levantam, Portugal reage. Enfim, quando aqueles em quem foi delegado o poder legislativo se esquecem que a lei deve servir a quem neles delegou, Portugal recorda. Porventura, quando os dirigentes revelam não estar à altura da longa tradição de serviço público, Portugal protesta. Quando a falta de cultura social das elites políticas se revela e ultrapassa todos os limites, em matérias que hipotecam seriamente o futuro colectivo de uma nação, Portugal diz basta!!! A presente petição à Ex.ma Senhora Ministra da Educação é subscrita por aqueles que depositam toda a sua esperança nos filhos. Aqueles que nada guardam ou poupam, para que as futuras gerações de portugueses possam partilhar um futuro colectivo melhor, e com isso serem eles próprios melhores homens e mulheres, mais bem preparados, mais capacitados, com mais oportunidades e com melhores perspectivas. Somos pais, e esta é a nossa missão. Para salvaguarda do significado do presente documento e da integridade intelectual dos subscritores, deixamos aqui uma forte advertência a todos aqueles que nos lêem e que ponderam subscrever esta petição: Em boa verdade, não há ninguém que possa afirmar não ter qualquer ligação à educação. Em cada família há um aluno, em cada professor uma família. É especialmente a estes últimos, e a todos os que desenvolvem a sua actividade profissional na área educativa que pedimos um esforço adicional. Antes de prosseguirem para a leitura do texto da petição, saiam da frente do computador e procurem os vossos filhos. Olhem-nos e admirem-nos. Imaginem o que o futuro lhes reserva e tudo aquilo que para eles desejam. Depois, apenas e só depois deste exercício, regressem e leiam o texto da petição com olhos e alma de pais. Só assim - na qualidade de Pais e Encarregados de Educação - a vossa subscrição será verdadeira, integra e intelectualmente honesta. O assunto é demasiado sério, e merece algum cuidado. Leia atentamente a petição, subscreva e divulgue. Muito obrigado.
******************* PETIÇÃO À SENHORA MINISTRA DA EDUCAÇÃO
******************* Dr.ª Maria de Lurdes Rodrigues Nós os Pais e Encarregados de Educação declaramo-nos preocupados. A situação a que chegámos é talvez o culminar da "tomada de assalto" das escolas pela burocracia e pelas elites que fomos criando em muitos anos de políticas educativas atípicas para a própria condição humana. Ela reflecte bem o estado geral da educação em Portugal, e não augura nada de bom se não ponderarmos o rumo em que estamos lançados. Várias ameaças pairam sobre a educação nacional neste momento, sobre as quais tecemos as seguintes considerações: a) Avaliação dos professores Afirmamos a necessidade de um sistema de avaliação de desempenho, tanto para os professores como para as escolas enquanto instituições colectivas. A avaliação não é uma questão laboral mas sim uma questão educativa de fundo e uma indispensável ferramenta estratégica para a melhoria de competências e práticas pedagógicas e científicas, e para garantia da qualidade das aprendizagens. Em consciência, não podemos concordar com sistemas de avaliação "fast-food", criados à luz de critérios economicistas, sem quadros independentes, formados e especializados na problemática educativa, e sem critérios e objectivos de longo prazo devidamente estabelecidos. É imperativo saber o que queremos da escola moderna e dos novos professores para saber o que vamos avaliar. Consideramos prejudicial aos interesses dos nossos filhos e do futuro do país, um sistema de avaliação que visa pressionar o professor a facilitar a avaliação dos alunos. Os nossos filhos merecem uma preparação efectiva e não meramente estatística. As estatísticas de sucesso podem servir para abrilhantar relatórios, mas não servem os interesses dos nossos filhos nem o futuro do país. b) O estatuto do aluno - em particular o novo regime de faltas Não podemos concordar com o abandono de valores culturais essenciais para a formação do carácter individual e colectivo de uma sociedade de sucesso. Rigor, esforço, dedicação, dever, responsabilidade e disciplina estão cada vez mais longe da escola. Consideramos uma grave subversão dos valores que a escola transmite quando se trata por igual situações que são antagónicas, premiando a irresponsabilidade e prejudicando o empenho. Não há sensação de justiça quando se equipara uma falta por doença ou motivo justificativo a uma simples "balda" ou "gazeta". Acreditamos numa escola humanista, tolerante e geradora de solidariedade que seja capaz de dar todas as oportunidades a todos os alunos. Mas a escola nunca o será verdadeiramente se não for capaz de premiar a competência, reconhecer o esforço, e censurar o desleixo. Apelando à serenidade e a meios de expressão em que prevaleça o respeito pela ordem pública e pela diferença de opinião, prestamos a nossa homenagem, admiração e solidariedade ao movimento estudantil e às associações de estudantes onde, afinal, o espírito crítico ainda sobrevive. É para nós um desejo que as novas gerações possam ser mais pró-activas (e menos passivas) no uso e reivindicação do seus direitos, liberdades e garantias, numa cultura de intervenção cívica própria das sociedades mais desenvolvidas. Lamentamos profundamente e recusamos quaisquer atestados de menoridade ou de incapacidade crítica, implícitos nas insinuações de que os nossos filhos estão a ser manipulados. Aos que as fazem, lembramos as palavras de Epicleto: "Não devemos acreditar na maioria que diz que apenas as pessoas livres podem ser educadas, mas sim acreditar nos filósofos que dizem que só as pessoas educadas são livres". c) Apelamos a um debate nacional, e a uma reflexão profunda Em tempo de mudança, de uma Sociedade da Informação que se quer transformar em Sociedade do Conhecimento, da velha pessoa "reactiva" para a nova pessoa "pró-activa", que seja um verdadeiro agente de transformação, capaz de construir conhecimento, que aluno é que queremos? Em tempo de mudança, dos velhos sistemas analógicos para a era digital, em que jovens teclam tão rápido num telemóvel ou num computador e em que nos habituámos a ver o mundo em mudança rápida e permanente até ficar bem diferente poucos anos depois de se ter iniciado o percurso escolar; que professor é que queremos? Em tempo de mudança, o que é mais importante: traçar um perfil novo para o professor, o educando e as aprendizagens e acompanhar com uma avaliação honesta, sensata e rigorosa, ou avaliar sem se saber o que se está a avaliar porque não se sabe o que se quer? Que escola é que queremos? Queremos a escola que Kant nos descreve, quando afirma "É por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas ideias"? Ou acreditamos em Tucídides, quando afirma "Não pensem que um ser humano possa ser muito diferente de outro. A verdade é que fica com vantagem quem tiver sido formado na escola mais rude"? d) Afinal, o que é que queremos construir?! Afinal, o que é que queremos avaliar?! Resignamo-nos à mediocridade, à falta de meios, à falta de ambição? A maior derrota é perder a capacidade de reflectir. Perder a oportunidade de parar para pensar, para dialogar. Essa perda afecta o homem e a sociedade no seu último elo: a sociabilidade. Ao longo dos últimos anos temos vindo a assistir ao desaparecimento das ciências sociais e humanas dos currículos educativos. À luz daquilo em que se transformou a política - discursos e estatísticas - esta acabou por transformar a educação em Português e Matemática. Como afirmou o reconhecido académico António Damásio, "(...) o ensino das Artes e das Humanidades é tão necessário quanto o ensino da Matemática e das Ciências,(...) Ciência e Matemática, por si, são insuficientes para formar cidadãos". Não admira pois que alguns titulares de órgãos de soberania tenham "fracos índices de cultura social". São já fruto de políticas educativas avessas à própria condição de cidadania. Não mudemos nada, e imaginem como serão aqueles que nos governarão amanhã. Resta-nos a esperança de que com o novo modelo de gestão, as escolas passem a responder perante a comunidade e não perante o sistema. Resta-nos a convicção de que com o reforço do peso dos pais e outros elementos da comunidade na gestão das escolas possamos, em conjunto com os professores e os nossos filhos, mudar um destino fatal. Assim, e pelo exposto, os Pais e Encarregados de Educação abaixo assinado, requerem a Sua Ex.a a Ministra da Educação:
  1. A suspensão do Decreto-Regulamentar 2/2008 de 10 de Janeiro, que regulamenta o regime de avaliação de desempenho do pessoal docente do pré-escolar e dos ensinos básico e secundário;
  2. A urgente abertura de um processo negocial, que promova um amplo debate nacional e uma reflexão séria sobre os objectivos nacionais a atingir através das políticas educativas;
  3. A abertura de um processo de revisão da lei 3/2008 de 18 de janeiro, que aprova o Estatuto do Aluno dos Ensinos Básico e Secundário, de forma a consagrar princípios de justiça e uma cultura de empenho, rigor, esforço e exigência na vida escolar dos nossos filhos e futuros pais, líderes e garantes deste país.
Os abaixo-assinados:

Subscreva esta petição em
http://www.petitiononline.com/minedupt/petition.html
DIVULGUE!!! Obrigado.

David Baena

terça-feira, julho 01, 2008

Reunião DRELVT (ME) - Comunicado aos Pais

Associação de Pais e Encarregados de Educação da EBI de Miraflores

COMUNICADO AOS PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO


Caros pais e encarregados de educação


A APEE da EBI de Miraflores reuniu com a DRELVT (Ministério da Educação) no dia 18 de Junho. A reunião contou com a presença de dois funcionários da DRELVT (o Professor Pedro Lara, especialista na área das Necessidades Educativas Especiais e a Dra. Isabel Abreu, responsável pelas Actividades de Enriquecimento Curricular), a senhora Presidente do Agrupamento de Escolas de Miraflores e os Presidentes das Associações de Pais da EB1 Sofia de Carvalho e da EBI de Miraflores.

Um dos principais assuntos da agenda era o pedido de retirada das placas de amianto do tecto do ginásio da EBI de Miraflores. Esta obra não está prevista nem foi considerada prioritária. Não existe nenhum plano para retirar as referidas placas e a DRELVT considera este assunto um exagero da comunicação social. Segundo Pedro Lara não há qualquer perigo para a saúde pública, apenas a inalação seria perigosa. Considerou ainda que a exposição directa e prolongada não oferece qualquer risco e que apenas as fibras inaladas são cancerígenas.

Chamámos a atenção para a possibilidade de deterioração das placas, que ninguém mandou analisar, e constatámos que os níveis de amianto não têm sido medidos ultimamente. Há a possibilidade de se requerer ao Instituto Ricardo Jorge que proceda à medição dos níveis de qualidade do ambiente nas imediações do ginásio e outros edifícios. Segundo a DRELVT, deverão ser as associações de pais a requerer o estudo ambiental. Suportando os custos? A União Europeia mandou substituir o seu edifício por um novo por conter placas de amianto e permite que as nossas escolas continuem a usá-las?

Disseram-nos: economicamente não é viável substituirmos todas as placas de amianto que existem em 80% das escolas portuguesas.

Como vamos explicar aos pais que existem verbas para fazer nas escolas um choque tecnológico mas que não há capacidade financeira para pôr as nossas escolas a funcionarem em segurança?

Ficou assente que é preciso fazer uma auditoria ao estado do ginásio da EBI de Miraflores.

Quanto à segurança existente nesta Escola Básica Integrada, criada de raiz para acolher crianças do grupo etário do 2º. e 3º. Ciclos, foi negado pela Sra. Presidente do Conselho Executivo que existam casos, nomeadamente ao nível da vigilância do portão da escola. Para Pedro Lara as EBI são o melhor modelo e avisou que com o nosso alerta ainda podemos gerar um Estado securitário que se pode voltar contra nós.

Em termos de melhoramento das acessibilidades, a EBI de Miraflores não terá uma intervenção prioritária pois há casos piores. A DRELVT considera que não havendo casos de alunos com cadeiras de rodas não se justifica introduzir um sistema de acesso a deficientes. No nosso entender devia haver uma norma comunitária que obrigasse a esta intervenção.

A rede escolar não prevê que as turmas onde existam alunos com Necessidades Educativas Especiais possam ter menor número de alunos, como acontecia até agora. Quanto à falta de apoio especializado que espera as crianças cujas NEE deixam de ser consideradas como tal pelo novo Decreto-Lei 3/2008, argumentaram-nos com as realidades económicas.

Como explicar aos pais que com o choque tecnológico se torna possível instalar quadros interactivos nos jardins de infância mas que é insustentável ter um psicólogo em cada escola?

As Actividades de Enriquecimento Curricular não são obrigatórias por lei, mas ao serem inseridas no horário das aulas curriculares é como se fossem. A entidade promotora deverá fazer parcerias. Na EBI as AEC serão asseguradas por professores contratados da escola em parceria com a empresa “Espalha Ideias”, contratada pela CMO. O diálogo com os pais será feito apenas através do professor titular da turma, embora a APEE tenha conseguido obter uma resposta positiva por parte da DRELVT que passa a requerer que uma reunião de apresentação deverá ser feita entre os professores das AEC e os pais no início de cada ano lectivo. Cabe aos encarregados de educação exigir melhor qualidade das AEC e das actividades previstas para prolongar o tempo que os nossos filhos vão passar a estar na escola.

A passagem das responsabilidades do Ministério da Educação para os municípios deverá começar a entrar em curso no próximo ano, pelo que esta associação já requereu uma reunião com a Divisão de Educação da CMO onde serão colocadas as mesmas dúvidas.

A APEE da EBI de Miraflores mostrou-se expectante e apreensiva face à forma como irão ser implementadas as novas leis a partir de Setembro e, como tal, adverte os pais para a importância de as conhecerem e de reflectirem sobre as suas consequências: Estatuto da Carreira Docente e Avaliação do Desempenho dos Docentes (processo de que fomos afastados nesta escola); Estatuto do Aluno e Decreto-Lei 3/2008 (NEE); Novo Modelo de Gestão e de Autonomia (Lei 75/2008) e Municipalização do Ensino, as quais causarão alterações em todos os regulamentos da escola e na forma como a escola passará a ser gerida por lideranças com poderes reforçados.

Em todo este processo saudamos os professores dos nossos filhos que, suportando esta sobrecarga de leis e reformulações, com o consequente acréscimo de trabalho, ainda assim conseguiram levar o ano lectivo até ao final.

Como Pais e encarregados de educação, não poderemos – em consciência – deixar de procurar todos os meios ao nosso alcance para garantir uma escola pública de qualidade para os nossos filhos.

E, por isso, continuaremos a exigir junto das entidades responsáveis:

- Análise das placas de amianto, que cobrem o ginásio, assegurada pelo Ministério da Educação, de forma a obter a garantia que a saúde dos nossos filhos está acautelada;

- Turmas com um máximo de 20 alunos, desde que integrem uma criança com necessidades educativas especiais, tal como vigorava na lei que o Governo alterou;

- Manutenção das respostas educativas para todas as crianças, incluindo as que têm necessidades educativas especiais, respostas que deve integrar um psicólogo, dado que as dificuldades sociais e familiares se reflectem na vida emocional de muitas crianças, impondo-se um acompanhamento psicológico;

- Professores contratados, vinculados à escola, da responsabilidade do ME, para assumir todas as disciplinas do Programa nacional da nossa Escola Pública, incluindo as disciplinas de inglês, educação física, música e outras áreas de expressão, em vez de professores itinerantes contratados por empresas;

- Não queremos uma escola retalhada entre o ME, a autarquia e empresas privadas;

- Uma gestão escolar assente em órgãos democraticamente eleitos.

Para podermos debater este caderno de requisitos para o funcionamento cabal da escola dos nossos filhos e vermos os passos que poderemos dar no sentido de conseguir a sua garantia, propomos que, logo no início do próximo ano lectivo, se realize uma assembleia-geral de pais.



APEE da EBI de Miraflores

Junho/2008

França - Pais de pijama para discutir o futuro da escola

> Pyjama party de parents dans des écoles
> LEMONDE.FR <http://lemonde.fr/>

> A l'école du 40, rue du Château-des-Rentiers, dans le
> 13e arrondissement de
> Paris, occupée administrativement depuis mardi 10 juin,
> des parents sont
> arrivés, vendredi dès 18 heures, sac de couchage sur le
> dos. Comme plusieurs
> parents d'au moins 650 écoles publiques et privées,
> ils vont passer la nuit
> dans l'établissement de leur enfant. La raison de
> cette activité peu banale
> : les mesures du plan de Xavier Darcos, ministre de
> l'éducation nationale.
>
> SUR LE MÊME SUJET
>
> Vous Formation des enseignants : "Il faut de la
> pratique et du concret !"
> Vidéo Nicolas Sarkozy trace les grands axes de la réforme
> du lycée
> Réaction Philippe Meirieu : "Une catastrophe
> pédagogique"
> Edition abonnés Archive : Apprendre à enseigner sur le
> tas ou à l'école : le
> débat est relancé
> Josée Herrmann, directrice de l'établissement et
> membre du SNUipp, le
> premier syndicat des professeurs des écoles, nous explique
> les raisons de
> cette mobilisation.
> Josée Herrmann
>
> Au programme de la soirée, un goûter est organisé sur le
> parvis devant
> l'entrée de l'école, avant de s'installer
> dans le préau pour dormir. L'idée
> de cette nuit originale est de discuter de l'avenir de
> l'école républicaine
> dans une ambiance détendue.
>
> SOLIDARITÉ ENTRE PROFESSEURS ET PARENTS
> La "Nuit des écoles" se veut être une
> opération de protestation différente
> de celles déjà entreprises depuis plusieurs semaines pour
> alerter le
> gouvernement sur l'inquiétude profonde de certains
> parents, qui redoutent
> une perte de qualité de l'enseignement. Pour se faire
> entendre, une
> solidarité nouvelle s'est créée entre professeurs et
> parents d'élèves.
> Sandrine Prigent est présidente de l'association de
> parents d'élèves (FCPE)
> au 37, rue du Château-des-Rentiers, où son enfant est en
> CM1.
>
> Sandrine Prigent
>
> C'est un collectif qui est à l'origine du
> mouvement, et qui a diffusé
> l'information à travers son blog. La FCPE, première
> fédération de parents
> d'élèves, et le SNUipp soutiennent l'opération.
> Sur les 55 667 écoles
> primaires publiques et privées que compte la France, ce
> sont les
> établissements de Loire-Atlantique, d'où est partie
> l'initiative, et du
> nord-est de Paris (10e, 18e, 19e et 20e) qui sont le plus
> mobilisés.
> L'opération doit s'achever samedi matin pour
> laisser place aux kermesses de
> fin d'année.
> Laura Marzouk

quarta-feira, abril 02, 2008

O que pode e deve mudar no ensino público?

Caros colegas/amigos:
Anteriormente, foi-vos enviado um comunicado dirigido aos Enc. de Educação e população em geral sobre causas (que o grupo de Defesa da Escola Pública teve por legítimas) dos protestos dos professores.
Perante uma Escola Pública desacreditada, muitos pais e EE, ...- por temerem o insucesso dos filhos/educandos - optam pelo ensino privado onde, muitas vezes, trabalham os mesmos professores...
Importa manter o debate, muito necessário, acerca daquilo que pode e deve mudar no ensino público, no nosso País, e
daquilo que não deve mudar porque vai contra os próprios interesses dos alunos.
Trabalhei 37 anos e 10 meses com turmas do 2ºe 3º Ciclos, a maioria muito distante da cultura letrada, e cheguei ao fim da carreira sem stress, salvo aquele que era provocado pelas disfunções do sistema...que poderiam ser corrigidas com a coordenação dos esforços da comunidade educativa ... Violência e grandes faltas de respeito foram a excepção e não a regra... O apoio dos pais e EE foi muito evidente.
Por tudo isto, tenho sido- como saberão, talvez- muito crítica relativamente ao estado da Escola Pública e tenho lutado pela introdução de mudanças sensíveis no seu funcionamento: uma gestão mais democrática (e não menos...), impedindo, designadamente, a acumulação do poder nas mesmas mãos (Presidente do CE e do CP), a introdução de Observatórios de Qualidade em todas as escolas, a avaliação do desempenho das Escolas através dos resultados em provas aferidas (estáveis como as do PISA para permitirem a comparação), a formação aprofundada de todos os professores em áreas decisivas como leitura/escrita/literacia , sociologia, direitos humanos, a instalação de bibliotecas/CRE's em todas as escolas e de armários (sim, armários!) com livros e outros recursos que permitam a diferenciação pedagógica, nas próprias salas de aula (contra a opinião de alguns especialistas...)...
Não posso, portanto, ouvir falar em exclusão escolar quando sabemos que o bem estar dos povos, o desenvolvimento sustentável, o diálogo intercultural exigem a inclusão de TODOS, numa Escola Amiga, onde se aprenda cooperando...
Trabalhei também fora da Escola, com grupos de alunos excluídos do Sistema Educativo, e foi-me grato vê-los querer prosseguir estudos quando, antes, julgavam que não tinham capacidade para aprender...
Ao longo da carreira mantive sempre a esperança de ver melhorar a escola a que todos podem aceder, a escola das diferenças mas não a das desigualdades...
Imaginam como fiquei quando li os parâmetros do concurso para professor titular , incidindo apenas nos últimos 7 anos..., deixando de fora alguns dos colegas mais experientes, rigorosos e inovadores, permitindo que professores não efectivos na escola ultrapassassem os do seu quadro..., sabendo que alguns titulares eram justamente os que se haviam oposto e entravado toda e qualquer mudança no sistema, que reprovavam mais de 50% dos seus alunos, que explicavam o insucesso pela teoria dos dons..., que não frequentavam acções de formação adquadas às suas necessidades e às da escola..., que troçavam abertamente das advertências da Assembleia de Escola quando esta mostrava que o PEE ia para o Norte e o PAA para o Sul...,que os Presidentes do CE (que acumulavam funções no CP) ainda reclamavam mais poder...
Quando vi que o ME falava de qualidade e se apoiava, exactamente, em muitos dos que se opunham à introdução de melhorias em áreas diagnosticadas , juntei -me aos clamores dos colegas humilhados e ofendidos...
Em Novembro, entreguei ao Ministério um trabalho sobre Políticas de Leitura com mais de 1000 páginas...uma vez que a leitura é o cerne do currículo escolar e a biblioteca a "alma da Escola"...Durante a licença sabática pude ler sobre matérias que me interessa(va) m muito e estou disponível para partilhar convosco as reflexões que tive oportunidade de fazer. Assim, começo já por vos sugerir três actividades:
  • uma visita às páginas do Ministério da Educação e da Embaixada da Finlândia onde poderão verificar quais os segredos do sucesso escolar nesse país. Não há rankings, as expectativas dos professores sobre os alunos são altas (Efeito de Pigmaleão) porque é normal aprender..., usam-se técnicas Freinet, ..Enfim ...os nossos colegas são os menos angustiados da zona da OCDE.
  • uma consulta às conclusões do PISA 2000 sobre competência leitora: lê melhor os textos do quotidiano (alvo das provas internacionais) quem convive assiduamente, na família, com os bens da cultura clássica:literatura, pintura, teatro, música...Claro que se percebe porquê se pensarmos que a literatura é o lugar de produção dos sentidos inesgotáveis da Língua e a resposta às mais fundas necessidades da condição humana...Se a Escola Pública não providenciar este convívio a todas as crianças...o fosso agravar-se-á...e Portugal nunca mais sairá dos últimos lugares....
  • uma consulta ao Relatório da IGE que mostra os pontos fortes e fracos das 100 escolas avaliadas...É interessante verificar que a própria inspecção não traça , das escolas, o panorama negro que o ME difunde...E, já agora, os parâmetros poderiam inspirar o Modelo de Avaliação...
Peço desculpa àqueles que não perfilham estas ideias, o que é legítimo em democracia, mas não consigo estar do lado de quem defende a exclusão e a segregação, contra a Escola Inclusiva...
Agradeço a paciência de quem conseguiu chegar até ao fim deste texto...
Cordiais saudações
MC Rolo

quinta-feira, março 27, 2008

Carta aberta aos encarregados de educação

Esta Carta Aberta aos Encarregados de Educação resultou da reunião de 15/03/2008 organizada por iniciativa da Comissão de Defesa da Escola Pública (CDEP) em Algés e tem por finalidade ser entregue pelos professores aos pais, aproveitando o momento das reuniões da avaliação do 2º. período, devendo também ser divulgada por associações de pais junto dos seus associados, dos pais e dos encarregados de educação.

A sua atempada divulgação junto dos professores, educadores e cidadãos é extremamente importante pois quanto mais cedo chegar aos seus destinatários, mais depressa as consciências serão despertadas e alertadas para os perigos em que incorre hoje a Escola Pública. Só em unidade e em plena consciência será possível detê-los!


Carta aberta aos encarregados de educação

Os professores e educadores estão em luta pela defesa da Escola Pública!

Neste momento delicado do ano escolar, quando a actividade lectiva está em pleno, quando decorre um processo de avaliação dos alunos em que a máxima serenidade deveria pontuar, os professores e educadores estão profundamente inquietos com o futuro da Escola Pública.

O Governo e os meios de Comunicação Social querem fazer crer à opinião pública que as recentes manifestações de professores e educadores visam reivindicações laborais egoístas e, muito concretamente, que os professores se recusam a ser avaliados.

TAL NÃO CORRESPONDE À VERDADE!

Efectivamente, os professores sempre têm sido avaliados: avaliados pelas provas prestadas, pelo trabalho diariamente desenvolvido e pelos resultados obtidos ; avaliados pelas acções de formação permanente que frequentam e as provas a que aí se sujeitam ; avaliados pelos colegas, pelos funcionários, pelas direcções das escolas e pelos serviços de inspecção do Ministério da Educação ; avaliados, ainda, pelos encarregados de educação que, em permanência, podem acompanhar a actividade desenvolvida pela escola junto dos seus educandos.

Para compreendermos a actual situação é necessário perceber que, mais do que um direito à educação e à instrução, a Escola Pública é um dever que envolve o Estado e os cidadãos.

O Estado tem, por esse motivo, a pesada obrigação de promover e manter uma Escola Pública com o máximo de ambição e qualidade. Por sua vez, os cidadãos – obrigados que são a frequentar a escola – têm todo o direito de exigir do Estado uma Escola onde as novas gerações possam beneficiar de uma vasta e segura formação que as capacite para o exercício pleno de uma vida adulta em sociedade.

Como profissionais do ensino – além de encarregados de educação e de cidadãos atentos que também são – os professores apercebem-se, em primeira linha, dos principais problemas que afectam a Escola e, desde sempre, têm vindo a alertar o Ministério para o tipo de mudanças que julgam ser as mais necessárias. O Ministério da Educação, para além de não ouvir os professores, tem vindo a pôr em prática, desde há muito, reformas que, apesar de terem alterado substancialmente a vida das escolas, nunca foram devidamente avaliadas.

Além disso, de há três anos para cá, o Ministério da Educação, confrontado com os fracos resultados obtidos pelos alunos, em comparação com os de outros países – e numa lógica baseada no cumprimento da agenda de Lisboa e dos prazos impostos pela União Europeia (2013) – achou por bem atribuir aos professores a responsabilidade pelo grave estado da educação em Portugal. É nesta linha que se insere uma avaliação do desempenho burocrática, penalizadora e hipócrita que apenas impede a progressão na carreira. O seu objectivo não é o verdadeiro sucesso escolar dos alunos, mas apenas produzir boas estatísticas em termos internacionais.

Estas medidas integram-se ainda num plano de contenção de despesas (encerramento de escolas, transferências de responsabilidades de gestão para os Municípios, medidas contra o ensino especial, etc.) de que só pode resultar a degradação da escola pública. As leis aprovadas (o Estatuto da Carreira Docente, o novo Estatuto do Aluno, as alterações ao regime do Ensino Especial, a alteração do modelo de gestão das escolas, o recurso a empresas para o fornecimento, em regime de trabalho precário, de monitores das Actividades de Enriquecimento Curricular no 1º Ciclo, a Escola a Tempo Inteiro, o programa Novas Oportunidades) apontam para a preparação de indivíduos para o mercado de trabalho precário, submissos e conformados a uma sociedade não democrática.

Os professores estão hoje unidos em defesa da Escola Pública, a única escola que, efectivamente, pode formar cidadãos emancipados e à qual todos, ricos ou pobres, têm garantido o acesso.

Apelamos assim aos encarregados de educação que juntem a sua voz à nossa para que, conjuntamente, saibamos definir os caminhos que levem à concretização de uma melhor escola para todos.

Esta carta aberta foi elaborada numa reunião de professores, educadores e encarregados de educação,

realizada por iniciativa da Comissão de Defesa da Escola Pública, no passado dia 15 de Março, em Algés.