Colegas,
>
> Depois da reunião com os Executivos da DREC, da DREN
> e da DREL (hoje sexta-feira) observa-se do relato
> feito na mensagem do Vitor Costa que a equipa
> maravilha do ME não pára, prossegue a sua investida
> para salvar as trapalhadas em que se meteu.
>
> Amaciar os Executivos e os professores titulares tem
> sido o lema.
> As promessas de simplificação de procedimentos,
> alteração de prazos, mais dinheiro para os
> Executivos, e para os titulares e crédito horário
> para estes últimos, são alguns dos amaciadores
> usados para salvar a legislação . O efeito destes
> amaciadores já se faz sentir.
>
> Por exemplo, na minha escola, as reuniões de
> departamentos realizadas na passada 4ª feira para
> analisar os documentos da avaliação de desempenho
> decorreram regularmente, há vozes discordantes, como
> a minha que se manifestou, mas a maioria dos
> professores, mais uma vez infelizmente, mostram que
> têm uma posição fora da escola diferente da que têm
> fora. Na reunião em que participei fiz esse teste,
> manifestei uma posição sobre a designada avaliação
> simplificada, pois a resposta dos colegas foi o
> silêncio, mesmo após ter havido um diferndo entre
> mim e uma colega que pertence ao Executivo.
>
> Tenho tentado sensibilizar alguns colegas para nos
> organizarmos, para reflectirmos, que não podemos
> continuar à espera que sejam apenas os sindicatos a
> resistir quando a resistência deveria começar dentro
> da escola. As respostas da maioria são tímidas, do
> tipo sim mas não, e nada de concreto se tem
> conseguido, parece que a resignação ou à boa maneira
> do tempo passado se continua a crer que algo poderá
> mudar, não se sabe bem como. Nada disto me
> surpreende, não estou desiludido nem conformado,
> apenas constato mais uma vez factos!
>
> É esta a triste sina da nossa classe, como por vezes
> alguns dizem sem classe. Não falamos quando e onde
> devemos e depois os resultados aí estão. Cortam as
> pernas e minimizam a acção dos sindicatos e a partir
> daí o que resta são alguns corajosos, contestários
> ou por vezes apelidados de tolos que vão tentando
> remar contra a maré. Os que não falam, nem se
> manifestam ficam sempre salvaguardados, nem que seja
> pelas migalhas e pelo bom acolhimento e
> reconecimento que recebem por parte dos Executivos,
> e no futuro por parte também dos avaliadores.
>
> Manuel Baptista e restantes colegas presentes,
> lembram-se da reunião realizada no Ateneu em 8 de
> Março para constituirmos grupos de reflexão nas
> escolas? Sabem das dúvidas que levantámos sobre a
> adesão dos colegas? Pois aqui começou a ser dada a
> resposta.
> Insistir é o caminho, mas realisticamente teremos
> que tentar encontrar outras saídas e alternativas,
> nomeadamente fazer a resistência de fora para dentro
> da escola, se possível com a ajuda de notícias na
> comunicação social e internet, da blogosfera e de
> encontros de professores, incluindo sindicatos e
> movimentos cívicos.
>
>
> Cordiais saudações,
> A. Carvalho
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queridos/as Companheiros/as,
O Alexandre dá conta das dificuldades que se colocam
no terreno. Eu insisto que é no terreno que se ganham
ou perdem as batalhas pela educação. Não é
propriamente na rua, embora a rua seja uma ocasião de
demonstração de força dirigida ao resto da população,
para mostrar esse sentir colectivo. Mas só isso. Nós
temos pela frente um poder totalitário e um poder que
não está com meias medidas. A democracia para eles é
apenas e somente votar de quatro em quatro anos, ponto
final. Não há portanto que hesitar em fazermos
comissões dentro das escolas+ coordenadoras
inter-escolas (o ideal) ou comissões inter-escolas
(quando a força das pessoas dentro de cada escola seja
diminuta) para resistirmos e contra-atacarmos. A
primeira coisa a fazer é isso, por forma a de forma
organizada, darmos a conhecer os bons exemplos de
resist~encias colectivas DENTRO das escolas.
Assim, poderemos fazer descolar a maioria da posição
temerosa em que se encontra. Podemos mandatar alguns
de nós para apresentarmos o nosso rol de exigências
aos «patrões» e «patroas»...
Não tenhamos dúvidas: querem fazer a escola-empresa,
pois bem: o único contra-poder na empresa (não aceite,
mas tolerado e muitas vezes perseguido, é o poder as
comissões sindicais de base). Aquilo que os nossos
sindicatos (todos) deixaram de ser há muito tempo. Por
isso, esta ofensiva governamental é possível. Senão,
eles nem sequer se atreviam, pois a derrota era certa.
Na minha escola «cumpre-se» o «legislado» como se
fosse uma fatalidade, ou seja, nós não teríamos nada
que reclamar das ilegalidades e dos abusos a todos os
títulos... «isso é lá fora... nas ruas, nos
sindicatos, etc»... (o discurso cínico e perverso) «cá
dentro, cumpre-se o que está legislado mesmo que
discordemos, etc, etc» (Vêem a hipocrisia ou
esquizofrenia deste discurso.. foi dito em reunião de
departamento por um dos «avaliadores»)
Portanto o caminho é simples e claro. Resistir? Sim,
como colectivo. Não como «dom quixotes» individuais...
organizemos comissões de base. É entre pessoas que se
conhecem e se respeitam e que sabem poder contar umas
com as outras para levar à prática decisões tomadas em
conjunto, que se pode avançar. Se isso for com
participação dos sindicatos presentes no terreno,
melhor: senão, será sempre possível fazermos isso
mesmo, sem concurso de nenhum sindicato. As pessoas
têm muita preguiça de ir ler o código do trabalho que
consagra os direitos dos trabalhadores, em termos de
empresa. Não há diferença nos direitos. Seja empresa
privada ou departamento dos estado, os direitos são os
mesmos. Um grupo de trabalhadores quer organizar uma
reunião no local de trabalho, pode fazê-lo. Não
precisa de sindicato para o fazer. Não precisa sequer
de sindicato para decretar a greve: basta que a
maioria dos trabalhadores reunidos em assembleia a
decrete.
Portanto, só há um caminho: o de auto-organização na
base, com ou sem sindicatos (com sindicatos era
melhor).
Solidariedade,
Manuel Baptista
sábado, abril 12, 2008
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