quarta-feira, abril 08, 2009

Plataforma Sindical/Mário Nogueira

Vem muito a propósito a releitura do post que publiquei aqui em 17 de Outubro de 2008, (para escândalo de alguns!), sobre esta matéria:
Citação de: isabelpires em Outubro 17, 2008, 09:10:39

Unamo-nos em torno da Plataforma Sindical!

Colega: não resisti a alinhavar ou reafirmar algumas ideias, a propósito deste seu post.


1- A 1ª delas é insistir para que não se continue a mistificar as coisas, e se comecem de uma vez a chamar "os bois pelos nomes". De facto, não é uma mera questão de semântica quando confundimos sindicatos, ou plataformas de sindicatos, com as posições tomadas pela maioria dos seus dirigentes máximos. O sindicatos, para o bem e para o mal, não são as suas direcções, são isso sim TODOS os associados - sejam eles Dirigentes nacionais, regionais de zona, Delegados, Activistas sindicais ou mesmo Sócios sem vida sindical particularmente activa: numa palavra somos todos nós. E se as organizações sindicais tiverem uma vida interna minimamente democrática (e esse desiderato não "cai do céu", conquista-se exercendo os nossos direitos estatutários) podemos assistir a momentos em que a vontade da maioria dos sócios se impõe às posições da maioria das direcções sindicais. Provando o que afirmei, posso referir-lhe que nas 3 últimas Assembleias Gerais de Sócios do meu sindicato (o SPGL/FENPROF) as posições da maioria da direcção sindical (nomeadamente da sua Comissão Executiva) foram derrotadas pela moções, propostas e posições da maioria dos sócios (entre os quais eu próprio me encontrava). E nem só nas AGS's isso é possível, por ex. no plenário de 1 de Outubro, realizado pelo SPGL na Casa da Imprensa, sucedeu a mesmíssima coisa.

2- Em post's recentes caracterizei a Plataforma sindical como um "Lázaro", ou seja um fantasma, um defunto várias vezes morto e outras tantas ressuscitado. Mas - reparem e reflictam nos porquês, colegas - é sempre ressuscitada nas mesmas circunstâncias político-sindicais, ou seja, quando a indignação da classe e das escolas toma corpo, extravasa e ameaça sair à rua com palavras e reivindicações próprias. Tal como aconteceu em finais de Fevereiro deste ano, com o funesto desfecho que todos nós conhecemos e sofremos hoje na pele.

3- Quando propus publicamente um programa mínimo* ao seu porta-voz e secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira - Outra das palavras que utilizei na caracterização da Plataforma foi "albergue espanhol". De facto e analisando o histórico do Movimento Sindical Unitário (CGTP/IN) no qual a FENPROF está filiada, não há paralelo nem registo de uma aliança espúria entre organizações sindicais da UGT (PS e até PSD), Independentes (alguns com posições fortemente corporativas e elitistas) e CGTP (ala direita e esquerda) ser tão durável no tempo, num decurso de um processo reivindicativo, em qualquer sector de actividade profissional. A pergunta que se põe é: porque isso acontece? E esse facto será benéfico para o êxito do próprio processo reivindicativo docente? Ora eu penso que não é - e os resultados estão à vista (ou ainda precisamos de mais?!),

  • O dilema de Nogueira

    Subscrevo pontualmente a análise feita, com algumas correcções. Já escrevi neste fórum que, na sequência da chantagem feita nos bastidores do IX Congresso pela minoria (derrotada em votação directa dos delegados), Nogueira ficou refém da ala direita da FENPROF (direcções do SPGL e SPN), cuja ameaça de cindir a FENPROF e criar uma nova federação paralela, caso não obtivesse representação maioritária no Secretariado Nacional, surtiu efeito.

    A somar a este compromisso político (que traiu o sentir da maioria clara dos delegados ao Congresso), posteriormente MN acrescentou ainda outro: após ter cedido à ala direita da FENPROF, foi obrigado também, por essa via dessa cedência, a ficar prisioneiro da alianças prioritárias com a FNE(PSD) e com a tão "incensada" - várias vezes defunta e outras tantas ressuscitada (quando convém) - Plataforma Sindical Docente.

    O dilema de MN bem pode resumir-se (com algumas diferenças como e óbvio) ao de MLR ("perdi os professores mas ganhei a sociedade"). Neste caso seria: "ganhei os sectores sindicais à minha direita mas perdi os meus próprios apoiantes e os sectores à minha esquerda".


    MN ainda está, contudo, a tempo de sair deste autêntico colete de forças, assim o queira, para tal deverá:


    1- quebrar os acordos de fundo com o ME.

    2- retirar-se da funesto albergue espanhol que é a Plataforma.

    3- encostar à parede a ala direita da FENPROF e retirar-lhe os cargos que, antidemocraticamente e por via da chantagem, ainda ocupa.

    4- dar de novo a palavra aos delegados ao IX Congresso e comprometer-se definitiva e exclusivamente com os Professores em luta.

    5- eleger como aliado sindical preferencial nas acções reivindicativas a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública - a Frente Comum e o Movimento Sindical Unitário.

    Eis o programa mínimo que MN ainda vai a tempo de abraçar caso queira sair de cara lavada do beco sem saída onde se meteu. Estará ele disposto a tal?


    Paulo Ambrósio

    - sócio nº 55177 do SPGL/FENPROF

    - sub-coordenador da Frente de Professores e Educadores Desempregados do SPGL

    - membro do Grupo de Trabalho da Precariedade e Desemprego Docente da FENPROF

    - membro da Comissão de Professores e Educadores Contratados do SPGL desde 1999

    - ex-delegado sindical do SPGL

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