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terça-feira, abril 15, 2008

Carta aos professores da CDEP (para divulgar no DIA D)

Carta aos professores e educadores


Cara(o)s colegas,

No dia 8 de Março, fizemos parte da manifestação de 100 mil docentes que expressaram, unanimemente, a exigência de mudança das políticas educativas da equipa do Ministério da Educação e, mesmo, a demissão da ministra que as corporiza.

Eles expressaram claramente:

- A “exigência da revogação do ECD”, com o retorno a uma carreira única para os professores e educadores, tal como vigora nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira;

- Um “não a um modelo de avaliação punitivo e aberrante” que, à partida, estabelece que pelo menos dois terços dos docentes ficarão impossibilitados de aceder ao topo da carreira, com a consequência de uma diferença salarial de cerca de 40%;

- O “sim à existência nas escolas de equipas multidisciplinares”, a funcionar no quadro da democracia e da cooperação, para uma resposta tão eficaz quanto possível a todos os alunos. Não ao novo modelo de gestão, materializado na figura do director nomeado e dos coordenadores nomeados por este, esvaziando por completo de sentido os Conselhos pedagógicos.

As direcções da Plataforma Sindical dos Professores transformaram estas exigências em “suspensões para renegociação”.

Nas escolas continuou a ser feita a vida negra aos professores e a ministra da Educação – que chamou “irrelevante” a esta manifestação de 100 mil professores – acabou por apresentar à Plataforma Sindical um “Caderno de negociação”, que serviu de base ao estabelecimento de um “Memorando de Entendimento”, sobre o qual todos os docentes se poderão pronunciar, e que está previsto ser assinado no próximo dia 17 de Abril.

Os dirigentes sindicais consideram-no “uma vitória”, mas, de qualquer modo, Mário Nogueira (Presidente da FENPROF e porta-voz da Plataforma Sindical) afirmou que ele só será assinado depois dos professores o ratificarem, no dia D (15 de Abril).

É um facto que os colegas contratados, bem como os colegas que estão dependentes de uma avaliação para progredir na sua carreira, terão – segundo este Memorando – a garantia de uma avaliação equitativa; é um facto que também aparece reconhecido o crédito de horas na componente não lectiva.

No entanto, estas garantias serão assinadas a troco de quê?

Para ter a dimensão da “troca”, basta ter em conta 3 pontos do Memorando:

- Este modelo de avaliação aberrante do desempenho docente vai ser posto em prática, para todos os docentes no próximo ano (com professores a serem avaliados por colegas com metade da sua experiência ou com menos formação, a serem avaliados por colegas de áreas completamente diferentes; com influência do abandono e do insucesso dos alunos na classificação dos professores, etc.).

Só no final do ano lectivo de 2008-2009, ou seja, quando o processo de avaliação já estiver terminado, é que uma Comissão dos sindicatos poderá negociar “eventuais modificações ou alterações” a esse processo (Ponto 5 do Memorando).

- Não fica implícita a legitimação da figura do “professor titular”, e logo a aceitação do ECD, quando se aceita negociar as “condições de horário e de remuneração dos membros das direcções executivas e dos coordenadores dos departamentos curriculares, e, ainda, da abertura dos concursos para o recrutamento de professores titulares”, com a agravante de que agora vão ter remunerações mais altas, para serem cargos apetecíveis? (Ponto 7 do Memorando).

- Ficará completamente aceite, como facto consumado, a aplicação do “decreto-lei sobre a autonomia, gestão e administração das escolas”, que Cavaco Silva acaba de promulgar. Com ele, institucionalizar-se-á a figura do director nomeado, que – por sua vez – nomeará os coordenadores da sua confiança. Eis o poder da “autonomia”, na sua versão feudal, dos novos “chefes” que vão impor as regras de trabalho e de avaliação nas escolas (Ponto 10 de Memorando).

Poderemos chamar a este “Memorando de Entendimento” uma vitória ou, pelo contrário, o caminho para fomentar a divisão entre os professores?

Será que se pode trocar a força da razão e da dignidade de uma manifestação 100 mil professores por este Memorando?

Não ficarão os nossos sindicatos de mãos atadas, para continuar as batalhas tão duras que aí vêm, desde já a do ano lectivo de 2008-2009, quando esta ministra (que agora já reconhece os sindicatos, mas que dantes dizia que não representavam os professores), vier querer transformar o 2º ciclo do Ensino básico na continuação do primeiro, com o consequente abaixamento dos conteúdos curriculares dos alunos e a eliminação do posto de trabalho de milhares de colegas?

Cada um ajuizará de acordo com a sua consciência.

Pela nossa parte, estamos convictos que a legítima defesa dos postos de trabalho e do pão dos nossos colegas contratados, bem como a progressão na carreira daqueles que atingiram o tempo para isso, estão intimamente ligados à unidade de todos os docentes e não podem depender da chantagem da equipa ministerial, que só visa dividir-nos para tornar a vida nas escolas ainda mais difícil, bem como comprometer e enfraquecer os nossos sindicatos.

Em vez de aceitar esta rasteira, a Plataforma Sindical deve voltar-se para os professores e, com eles, voltar-se para as Centrais sindicais – a CGTP e a UGT – bem como para as Associações de Pais e Encarregados de Educação, para em unidade exigirem à maioria de deputados da Assembleia da República que chame a si as políticas do Ministério da Educação para as modificar de acordo com as Leis da República nascida com o 25 de Abril, em vez de apoiarem uma ministra que considera “irrelevante” as exigências de 100 mil professores.

Esses deputados têm o poder e o dever de garantir, de imediato, as exigências dos contratados e de todos os outros docentes:

- A progressão na carreira, assente numa avaliação justa e formativa;

- Uma Carreira única;

- Uma gestão democrática;

- Uma entrada na Carreira, assente na profissionalização e numa habilitação para a docência reconhecidas pela instituição do Ensino superior que qualificou os professores e educadores.

Que o debate do dia D nos ajude a ver claro, para ganhamos mais força e coragem nesta difícil mas necessária batalha pela democracia e por Abril.

Algés, 14 de Abril de 2008

Carmelinda Pereira

Joaquim Pagarete

(Membros da Comissão de Defesa da Escola Pública)

FENPROF: Uma Moção contraditória pronta a assinar (ou NÃO!)

«Colegas,

Segue a proposta que os sindicatos apresentam para amanhã.
Quando a lerem, verão (é o meu entender) que o fraseado mais radical desta moção é incoerente com o memorando de entendimento.

Os dirigentes sindicais têm de ser confrontados com estas incoerências.

Depois de terem visto que muitos eram os professores a manifestarem-se contra esta "vitória", o discurso mudou...»

Moção a debater no Dia D - aqui Ponto da Situação - aqui
Fonte: FENPROF

Memorando do Entendiento: os professores têm a última palavra (Mário Nogueira, para memória futura!)

"O responsável [MÁRIO NOGUEIRA] admitiu contudo não rubricar o documento se, durante o dia de manhã, quando este for explicado aos docentes em escolas de todo o país, estes se manifestarem contra a assinatura: «Só admitimos não assinar se durante o dia de amanhã [terça-feira] os professores nos disserem que não se revêem no entendimento».
Mário Nogueira reagia assim às críticas de alguns movimentos de professores, que acusam a plataforma sindical de ter cedido ao Ministério da Educação (ME) na questão da avaliação de desempenho dos docentes. (...)" (Destak.pt)

PROmova (Vila Real) contra o Entendimento

Educação: Professores Vila Real participam em concentração sindical para criticar entendimento com Ministério

14 de Abril de 2008, 20:43

Vila Real, 14 Abr (Lusa) - Alguns professores do movimento "Promova" juntaram-se hoje à concentração promovida pela Plataforma Sindical, em Vila Real, para criticar o entendimento alcançado sábado entre os sindicatos e o Ministério da Educação.

A concentração de hoje já havia sido agendada pela Plataforma Sindical de Professores aquando da "Marcha da Indignação", em Lisboa.

Apesar do protocolo de entendimento com o Ministério da Educação, cuja assinatura está prevista para quinta-feira, os sindicatos mantiveram a iniciativa para esclarecer o acordo e apelar ao envolvimento dos professores no Dia D - dia de debate nacional sobre o estado da escola pública.

Descontentes com este entendimento ficaram os docentes do movimento espontâneo "Promova", que nasceu em Vila Real e se disseminou por todo o país.

Por isso mesmo, estes professores fizeram questão de marcar presença na concentração que, segundo Octávio Gonçalves, um dos responsáveis pela criação do movimento, "ficou esvaziada".

"Este acordo não representa nenhuma vitória para os professores. Mais não fez do que adiar o problema para Setembro", afirmou.

Acrescentou que se "mantêm todas as questões em relação à avaliação dos professores e que o modelo de avaliação em causa está inquinado desde o começo e é de natureza gravosa".

O docente frisou que a principal reivindicação dos professores que era a suspensão do actual modelo de avaliação "não se verificou".

Defendeu que a avaliação dos professores deveria ser feita por uma "comissão de avaliação multidisciplinar, proposta pelos departamentos de cada escola e sujeita a uma formação especializada".

"Este processo permitiria avaliar a docência em todas as suas componentes", frisou.

Octávio Gonçalves salientou a necessidade de "continuar a exercer pressão contra os instalados no auto-interesse e na mediocridade".

Foram cerca de 300 os professores que se concentraram na Praça do Município de Vila Real.

Carlos Taveira, dirigente do Sindicato dos Professores do Norte, fez questão de frisar que a "luta não se esgota no entendimento", o qual, na sua opinião, pela primeira vez revelou "abertura" por parte da ministra Maria de Lurdes Rodrigues.

Importante para este sindicalista era "trazer paz às escolas".

No entanto, considerou que as principais reivindicações dos professores "não estão ainda conseguidas" e exigiu a calendarização de um processo negocial que permita rever o estatuto da carreira docente e o novo regime de autonomia e gestão das escolas.

Por isso, salientou que o acordo representa apenas "o princípio de um processo negocial".

A Plataforma Sindical de Professores apelou ainda à participação alargada dos docentes e educadores nas reuniões que decorrem terça-feira, em todo o país, no âmbito do Dia D.

PLI.

Lusa/Fim

domingo, abril 13, 2008

Leiria: Professores não se revêm na "vitória" anunciada

Hoje, mais de 250 professores do Movimento Cívico Em defesa da Escola Pública e da Dignidade da Docência, estiveram reunidos no auditório Escola Superior de Tecnologia e Gestão para o Colóquio-Debate "A Educação e o Futuro", com a presença da Professora Rosário Gama e dos Professores Mithá Ribeiro e Santana Castilho.
O plenário foi, obviamente, dominado pelas notícias da madrugada e que indicavam um acordo entre o ME e a Plataforma Sindical.
Os Professores ali reunidos aprovaram 3 moções de repúdio e insatisfação pelo dito "acordo" que, a nosso ver, vem legitimar as políticas ministeriais.
Vejamos: quanto à avaliação chegou-se ao acordo de "serviços mínimos", que nada de novo traz, porque, na prática tudo aquilo já se fazia.
Mas, depois da "luz ao fundo do túnel" a "vitória" trouxe as seguintes conclusões:
  • ao contrário do exigido pelos professores (UM OUTRO MODELO DE AVALIAÇÃO) parece que os sindicatos de dispõem a credibilizar o PROPOSTO PELO MINISTÉRIO;
  • Criação de mais um ESCALÃO NO TOPO DA CARREIRA DOS PROFESSORES E EDUCADORES, isto é dentro dos professores TITULARES. Ao contrário do que era exigido pelos professores, os Sindicatos dizem amén aos Concurso de Titulares e à divisão da carreira;
  • Ao contrário do exigido pelos professores (não aceitação deste modelo de gestão que se prepara para partidarizar a escola Pública) os sindicatos, ao aceitar que "o prazo para aplicação do primeiro procedimento decorrente do novo regime de autonomia, gestão e administração das escolas pode estender-se até 30 de Setembro de 2008", mais não fazem que dar o seu aval ao novo decreto da Gestão.

Foi para isto que estivemos na manifestação dos 100 mil?

Amanhã serão disponibilzadas on line as moções aprovadas neste plenário. Já que na 3ª feira é o Dia D nas escolas, seria bom que os colegas não ouvissem somente os esclarecimentos dos sindicatos, mas também que lhes exigissem explicações e aprovassem, caso concordem, moções no sentido das aprovadas no plenário de hoje pelo Movimento Cívico Em defesa da Escola Pública e da Dignidade da Docência.

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Publicada por Em defesa da Escola Publica em Em Defesa da Escola Pública e da Dignidade da Docência a 4/12/2008