Professores da
Escola de Leceia Respondemos ao Apelo de Unidade das Direcções dos nossos Sindicatos
Dia 30 de Novembro fecharemos a Escola
Porque o trabalho na sala de aula, com turmas super complicadas, exige uma atenção constante, com uma prática de ensino quase individualizada – de que não nos queixamos, mas que a opinião pública ignora ou desvaloriza.
Porque este prática pedagógica exige um trabalho diário de retaguarda – com planos, preparação de aulas, correcção de exercícios e organização de projectos – tarefas que têm de ser agora desempenhadas em casa, já que todos os dias se tem que sair da escola depois da cinco horas, presos quer a salas de estudo, quer a supervisões, quer a reuniões e relatórios.
Porque este trabalho de preparação das aulas, que não podemos largar, vai assim entrar em choque com imperativos familiares inadiáveis, sobretudo quando se tem crianças muito pequenas, incluindo bebés.
Porque já nem sequer se fica com tempo para ousar aprender mais em acções de formação, sob pena de se chegar à exaustão.
Porque não podemos aceitar um Estatuto que nos divide em categorias e que nos deixa, à partida, com a certeza de que só chegarão ao topo os que conseguirem aceder à categoria de professor titular, o que agora só vai ser possível quando os colegas nesta situação se aposentarem.
Porque consideramos inadmissível que um jovem professor – depois de ter saído com habilitação para a docência, conseguida após múltiplas avaliações ao longo dos anos de formação numa instituição de nível superior – tenha que sujeitar-se a uma prova de ingresso na carreira para ser reconhecido como professor, prova de uma exigência incompreensível.
Porque nos sentimos a trabalhar como se as nossas escolas e agrupamentos fossem ilhas, separadas umas das outras, cada uma com as suas regras, como se pertencessem a ministérios diferentes, com a agravante de que em muitas reina a prepotência e a intimidação, já que “a autonomia” é apenas a dos chefes exercerem o poder conforme for o seu entendimento.
Porque tudo isto acontece a partir de um Governo que se serve do nome de socialista e de uma maioria para impor tudo o que entender.
Porque é preciso uma grande união para se poder começar a dar a volta a este estado de coisas, para que nos descongelem a carreira, revoguem este ECD e seja retomado o horário que permita aos professores preparem o seu trabalho e adquirirem formação, nos tempos que lhes são devidos e com a serenidade que o trabalho docente sério e rigoroso exige.
Nós, professores da EB1 Visconde de Leceia, Agrupamento de S. Bruno- Caxias respondemos ao apelo de unidade das nossas direcções sindicais, congratulando-nos com o facto deste ser assumido por todos os sindicatos da Função Pública.
Faremos greve no dia 30, mesmo com todas as dificuldades económicas que esta atitude nos vai trazer.
Leceia, 27 de Novembro de 2007
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