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quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Aos cidadãos em geral...

Srs. cidadãos: apresento-vos o modelo de avaliação dos professores


Aqui fica em traços gerais o modelo de avaliação de professores que o ME quer impor. Reenviem a todos os cidadãos que conheçam para que possam verificar se os professores querem de facto ser diferentes dos outros, ou o Governo é que quer fazê-los diferentes dos outros.
Pede-se a quem tenha modelos de avaliação de outras profissões que os compare com este e depois comente.

Se não pararmos isto para o ano é o que nos espera, com os novos directores , com os coordenadores nomeados e que já não são eleitos, com avaliadores nomeados por coordenadores nomeados, com a inspecção, e o resto do pacote. Ora como se compreende que os professores possam pactuar com isto??


(Reenviem para que todos os não professores saibam como é a nossa avaliação)


MODELO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE PROFESSORES
AVALIADORES
Presidente do Conselho Executivo
Avalia:
- Assiduidade
- Grau de cumprimento do serviço distribuído
- Progresso dos resultados escolares dos alunos e redução das taxas de abandono tendo em conta o contexto socio-educativo
- Participação nas actividades da escola
- Acções de formação realizadas
- Exercício de outros cargos de natureza pedagógica
- Dinamização de projectos de investigação
- Apreciação dos encarregados de educação, desde que haja concordância do docente e nos termos a definir no regulamento da escola
Coordenador do Departamento Curricular:
Avalia a qualidade científico-pedagógica do docente com base nos seguintes parâmetros
- Preparação e organização das actividades lectivas
- Realização das actividades lectivas
- Relação Pedagógica com os alunos
- Processo de avaliação das aprendizagens dos alunos
FASES DA AVALIAÇÃO
1.ª fase
Objectivos e indicadores
- O Conselho Pedagógico da escola define os seus objectivos quanto ao progresso dos resultados escolares e redução das taxas de abandono, que são elementos de referência para a avaliação dos docentes.
- O Conselho Pedagógico da escola elabora os instrumentos de registo de informação e indicadores de medida que considere relevantes para a avaliação de desempenho.
2.ª fase
Objectivos individuais
- No início de cada ciclo de avaliação de dois anos, o professor avaliado fixa os seus objectivos individuais, por acordo com os avaliadores, tendo por referência os seguintes itens:
- Melhoria dos resultados escolares dos alunos
- Redução do abandono escolar
- Prestação de apoio à aprendizagem dos alunos incluindo aqueles com dificuldade de aprendizagem
- Participação nas estruturas de orientação educativa e dos órgãos de gestão da escola
- Relação com a comunidade;
- Formação contínua adequada ao cumprimento de um plano individual de desenvolvimento profissional do docente.
- Participação e dinamização de projectos
Nota: Na falta de acordo quanto aos objectivos prevalece a posição dos avaliadores
3.ª fase
Aulas observadas
- O coordenador de departamento curricular observa, pelo menos, três aulas do docente avaliado em cada ano escolar.
- O avaliado tem de entregar um plano de cada aula e um portfólio ou dossiê com as actividades desenvolvidas
4.ª fase
Auto-avaliação
- O professor avaliado preenche uma ficha de auto-avaliação, onde explicita o seu contributo para o cumprimento dos objectivos individuais fixados, em particular os relativos à melhoria das notas dos alunos
- Os professores têm de responder nas fichas de auto-avaliação a 13 questões (pré-escolar) e 14 questões (restantes ciclos de ensino)
5.ª fase
Fichas de Avaliação
- O presidente do conselho executivo e o coordenador do departamento curricular preenchem fichas próprias definidas pelo Ministério da Educação, nas quais são ponderados os parâmetros classificativos.
- Os avaliadores têm de preencher uma ficha com 20 itens cada, por cada professor avaliado
- O coordenador do departamento curricular preenche uma ficha com 20 itens, por cada professor avaliado
- O presidente do conselho executivo tem de preencher uma ficha com 20 itens, por cada professor avaliado
- As pontuações de cada ficha são expressas numa escala de 1 a 10.
6.ª fase
Aplicação das quotas máximas
- Em cada escola há uma comissão de coordenação da avaliação de desempenho formada pelo presidente do Conselho Pedagógico e quatro professores titulares do mesmo órgão, ao qual cabe validar as propostas de avaliação de Excelente e Muito Bom, aplicando as quotas máximas disponíveis.
7.ª fase
Entrevista individual
- Os avaliadores dão conhecimento ao avaliado da sua proposta de avaliação, a qual é apreciada de forma conjunta.
8.ª fase
Reunião Conjunta dos Avaliadores
- Os avaliadores reúnem-se para atribuição da avaliação final após análise conjunta dos factores considerados para a avaliação e auto-avaliação. Seguidamente é dado conhecimento ao avaliado da sua avaliação.
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
- Excelente, de 9 a 10 valores
- Muito Bom, de 8 a 8,9
- Bom, de 6,5 a 7,9
- Regular, de 5 a 6,4
- Insuficiente, de 1 a 4,9
EFEITOS DAS CLASSIFICAÇÕES
- Excelente durante dois períodos seguidos de avaliação reduz em quatro anos tempo de serviço para ser professor titular
- Excelente e Muito bom reduz em três anos tempo de serviço para ser professor titular
- Dois Muito bom reduz em dois anos tempo de serviço para ser professor titular
- Bom não altera a normal progressão na carreira
- Regular ou Insuficiente implica a não contagem do período para progressão na carreira
- Dois Insuficiente seguidos ou três intercalados implica afastamento da docência e reclassificação profissional.

(in Jornal 24 horas, acessível a todos os portugueses)



Pergunto: CONHECEM QUALQUER OUTRO SECTOR PROFISSIONAL QUE PASSE POR ESTE "HORROR", acima descrito? Digam-me qual... enviem-me o modelo de avaliação dos médicos, engenheiros, enfermeiros, jornalistas, ministros, economistas, gestores supervisores, seja lá o que for que seja IGUAL ao que querem fazer aos professores!!!

Digam-me que profissão tem de escrever SUMÁRIOS exaustivos do que faz em cada hora de trabalho (os enfermeiros, por exemplo, no fim do turno têm de escrever registos, mas depois não levam trabalho para casa)... que tem de ELABORAR portefólios completos de TODA a sua actividade... e que TEMPO é que resta para fazer aquilo para que existe, que, no caso dos professores, é (devia ser) PREPARAR E DAR AULAS!

Enviem-me, por exemplo, o modelo de avaliação que avaliou a ministra Maria de Lurdes Rodrigues enquanto foi professora do 1º ciclo ... antes de ser socióloga... ou, enquanto tal, enquanto foi professora no ISCTE! Existe esse modelo... ou na altura ela era CONTRA o que agora FAZ?! Enviem-me o número de pessoas que trabalham no Ministério da Educação e que JÁ FORAM AVALIADAS! Não sabem?! Que tal investigarem? Hein? Dá muito trabalho? A Ministra vai responder como a colega da Saúde? Pois é... pois é...

E ainda há gente por aí a achar que os professores são derrotistas e que não querem ajudar o país a avançar?!... Tssssss... tsssss.....

Pois eu digo:
SEMPRE FOMOS AVALIADOS. MAS DESTA FORMA É IMPOSSÍVEL CUMPRIR A NOSSA MISSÃO PRINCIPAL: ENSINAR!

ASSIM NÃO SE PODE SER PROFESSOR!

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Ilídio Trindade: Balanço de "actividades" deste Governo PS

A LIÇÃO DOS PROFESSORES

Quando este governo tomou posse, deram-lhe um estado de graça, que ele aproveitou para:


- Aumentar o IVA, mesmo depois de ter prometido que não aumentaria impostos;
- Aumentar a idade da reforma, apesar de ter prometido que o não faria;
- Congelar as carreiras de alguns sectores da Função Pública.

O povo continuou adormecido.

Depois, provou-se que o Primeiro-Ministro falsificou documentos da Assembleia da República para que o tratassem por Engenheiro, que tirou um curso de Engenharia sem ir às aulas, enviando trabalhos por fax, e que, enquanto recebia um subsídio de exclusividade, assinava projectos.

O povo mostrou-se indiferente, achando que, se ele queria que o tratassem por Engenheiro, era lá com ele.

De seguida, decidiu fechar escolas e urgências; a população começou a despertar e o ministro da saúde foi demitido, mas a política continuou.

Posteriormente, vieram as aulas de substituição gratuitas e a responsabilização dos professores pelo insucesso dos alunos.

Os professores acordaram e os tribunais deram-lhes razão na ilegalidade das aulas de substituição não remuneradas.

Depois veio o Estatuto da Carreira Docente, que dividia os professores em duas categorias, sem qualquer análise de mérito, e impedia que dois terços dos professores atingissem o topo da carreira.

Os professores ficaram atordoados e a Ministra aproveitou para esticar a corda ainda mais, tratando os docentes por "professorzecos" e criando um modelo de avaliação que ela própria considerou "burocrático, injusto e inexequível" e que prejudica os professores que faltassem por nojo, licença de paternidade, greve ou doença.

Aí os professores indignaram-se e vieram para a rua. O Governo e os sindicatos admiraram-se com a revolta dos professores e apressaram-se a firmar um entendimento que adiava a avaliação.

No ano lectivo seguinte, os professores foram torturados com o suplício de pôr a andar um monstro, cavando a sua própria sepultura. Em todas as escolas, começou a verificar-se que esse monstro não tinha pernas para andar. Os professores começaram a pedir a suspensão do processo e marcaram uma manifestação para o dia 15 de Novembro. Os sindicatos viram o descontentamento geral e marcaram outra manifestação para o dia 8 de Novembro.

Os professores mobilizaram-se e a Ministra tremeu... Os alunos aprenderam com os professores o direito à indignação e aperceberam-se de que o seu estatuto também era injusto, porque penalizava as faltas por doença, e começaram a manifestar-se. A Ministra percebeu que tinha de aliar-se aos alunos e cedeu nas faltas, culpando os professores pela interpretação da lei. Conseguiu mesmo alterar sozinha uma lei aprovada pela Assembleia da República perante os mudos parlamentares.

O ambiente na Escola tornou-se tão insustentável que a Ministra deixou de ter coragem de visitar escolas. Então, decidiu alterar novamente o seu modelo, sem o acordo de ninguém, pois só ela não entende que está a mais no Governo, defendendo um modelo que sabe que é errado, só para não dar o braço a torcer (lembrando a teimosia de Paulo Bento que, para afirmar o seu poder, prefere perder). Se fizesse uma auto-avaliação, percebia que está tão isolada que até o representante das associações de pais, aliado de outras batalhas, tomou consciência do que estava em causa.

Agora, o Secretário de Estado Adjunto vem dizer que a Lei é para cumprir. Mas qual Lei? A da Ministra que não respeita os tribunais, que altera as leis da Assembleia da República a seu belo prazer, que manda repetir exames, mesmo sabendo que é inconstitucional, que penaliza os professores pelo direito à greve e às faltas por nojo, por doença ou por licença de paternidade?

Quem deixou de cumprir a Lei foi a Ministra e o Governo. Lembram-se de alguém que fumou ilegalmente num avião, afirmando que desconhecia uma Lei imposta por si? É o mesmo que vem dizer que nem ele está acima da Lei.

Já que a Comunicação Social está instrumentalizada e não há oposição firme, o povo devia seguir a lição dos professores e manifestar-se:

- Contra o elevado preço dos combustíveis, uma vez que o preço do petróleo desceu para um terço do que custava há meses e em Portugal os combustíveis ainda só desceram cerca de 20%;

- Contra os elevados salários de gestores de empresas públicas que dão prejuízo;

- Contra a entrega de computadores "Magalhães" que depois têm de ser devolvidos, como quem tira doces a crianças;

- Contra o financiamento público de bancos que exploram os clientes com elevados juros;

- Contra as listas de espera na saúde;

- Contra as portagens nas SCUT;

- Contra a criminalidade e a insegurança que se vive em Portugal;

- Contra as elevadas taxas de desemprego;

- Contra o desvio do dinheiro de impostos para o TGV;

- Contra as mentiras.


Se os Portugueses acordarem e seguirem o exemplo dos professores, os governantes deixarão de se "governar" e passarão a defender o interesse das pessoas.

"Ao emendar aquilo que precisa de correcção, o bom professor não está a ser rude."

Publicada por ILÍDIO TRINDADE

segunda-feira, março 10, 2008

Não me falem de "reformas" educativas!

[recebido via Amélia Pais]
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Aí está! Não a bem da educação, do ensino, da formação do futuro
cidadão interventor! E esse é o problema... o país é uma entidade de
costas largas em nome da qual se têm feita politicamente os maiores
disparates. E, normalmente, quando se vem com a história do "a bem do
país" está-se, simplesmente, a tentar remediar asneiras que políticos
fizeram, querendo deixar nome em DR com as mais absurdas "pseudo-
reformas", nunca pensadas, nunca apropriadas às questões em causa,
nunca para o bem dos cidadãos mas sempre para o bem de um país de que
eles são os únicos "accionistas". E para o bem do país copiam-se
reformas de países como a Inglaterra e outras "terras", reformas essas
que não tendo dado resultados já foram postas de lado nesses países.
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Sim. A Educação não vai bem.
Não há resultados!
Todos o sabemos e todos temos consciência disso.
Ninguém quer que fique como está.
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A Educação (falando dela como de um bolo, um todo) tem inúmeras
variáveis de contexto, funciona como um puzzle. O problema é que este
ME anda a colocar enfeites numa série de peças do puzzle, sem qualquer
fundamentação, sem qualquer estudo que suporte as suas "reformas" e
não toca na principal.
Partiram de estatísticas sobre insucesso e abandono, divulgadas a
nível da Europa, mas não tentaram, nestes 3 anos, saber quais as suas
causas, quais os problemas que levavam à sua existência. Chegaram
insultando e denegrindo os professores, contribuindo ainda mais para
que algumas causas desses resultados crescessem. Quiseram, apenas,
através do que iniciaram, justificar a redução de professores, a
sobrecarga de trabalho, as medidas que nos impuseram para castigar os
calões, englobando nesta categoria todos os professores. Não
analisaram condições de trabalho, não fizeram investigação de
problemas. Fundamentaram-se nos resultados e no ouvir dizer. Nivelaram
por baixo todo o trabalho existente nas escolas. Atribuíram-nos
privilégios. Atribuíram-nos mordomias. Fizeram crer à opinião pública
e aos ALUNOS e seus PAIS que os professores são um bando de
malfeitores, ricos, sem escrúpulos, sem apresentar trabalho. Tiraram-
nos toda a dignidade e todas as armas que pudéssemos usar nas escolas
para pedir trabalho aos alunos. Não contentes com isso, dizem
taxativamente aos alunos que não necessitam de ir à escola - haverá
uma prova de recuperação! Como é que uma prova recupera?! Dizem aos
alunos que os resultados deles não são culpa da sua falta de trabalho,
mas sim da falta de trabalho dos professores! Onde fica a autoridade
do professor para os obrigar a trabalhar?!
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Ainda não satisfeitos, apesar de todos os relatórios da IGE, inventam
a figura de um Director, inventam que não deixamos entrar os pais nas
escolas e que portanto têm que ser estes e as "forças vivas da terra"
a mandar para pôr os professores nos eixos!
Cumulativamente inventam um processo de avaliação diabólico, em que se
passa o ano a preencher fichas e mais fichas para implementar, sem
qualquer experiência, com prazos e normas absurdas, tudo isso a meio
dum ano lectivo, indo coincidir com a parte mais importante da vida
das escolas - a aferição de resultados dos alunos.
Continuam, num ME que se pressupõe da educação, a não perceber que não
trabalhamos "ao ano civil", mas sim de acordo com um calendário
próprio que se chama ano lectivo. Continua, este ME a não perceber que
não é pondo rendas nas peças do puzzle que envolve a peça principal
chamada "ensino e consequente aprendizagem" que se vai lá.
Continua, este ME, a não perceber que não é uma questão de
envolvimento, mas sim uma questão do que se ensina e de que exigências
fazer, o problema principal. Ainda ontem, VL acusava AB de ter
contribuído para a implementação da baixa sucessiva de resultados.
Quer isto dizer que ele sabe exactamente qual é o problema da
educação. No entanto não querem mexer-lhe porque ele próprio é um
defensor das mesmas pedagogias e da mesma forma de estar relativamente
às aprendizagens. Basta ver a sua proposta de um ensino básico
"prolongado na vida" e a infantilização cada vez mais acentuada que
isso vai provocar nos nossos jovens/adolescentes.
.
Continuam a suceder-se reformazinhas a toda a volta da peça principal.
Continua a sair legislação, diariamente: leis, decretos-leis, decretos
regulamentares, despachos, circulares, memorandos, explicações de
articulados que por não saberem escrever (culpa dos professores, de
certeza!) podem ter diversas interpretações, power points que servem
de legislação, e depois segue-se outra catadupa de documentos das mais
variadas "etnias" legislativas que revogam o anterior, que alteram
parte de um outro, que regulamentam aqueloutro, que explicam o que não
souberam dizer. Não há escola nem professor que resista a toda esta
diarreia legislativa, a este tsunami de leis! E tudo isto sem ter em
conta os relatórios que vão produzindo ou as opiniões dos diversos
suportes de aconselhamento que eles próprios instituem. E tudo isto
sem mexer no cerne da questão: que cidadão se quer formar, que valores
e que conhecimentos deve adquirir na escola, que expectativas para a
vida activa se lhe deve propiciar.
Para isto diz-se aos alunos que não vale a pena estudar, no ciclo
normal de estudos, porque quando deixarem de ter a idade de frequência
obrigatória poderão "adquirir" um diploma em 2 ou 3 meses ainda por
cima com "brinde" - um computador a preço da chuva.
Continua a ter-se um ensino para formar "dótôres", coisa que muitos
dos nossos alunos não querem ser (grande parte do insucesso vem daqui)
e depois inventam-se CEF e outros quejandos, em vez de se instituir,
nas escolas, cursos de formação de raiz, para dar oportunidade, a quem
quer ser um "especialista" em qualquer arte/ofício, a ter,
simultaneamente, acesso a uma formação e à aquisição de uma cultura
básica. E como o ensino assim não funciona, nivela-se por baixo,
fazendo com que, quer os que querem ser doutores, quer os que querem
ser profissionais de "qualquer coisa", tenham um número reduzido de
aprendizagens e caminhem para o insucesso por falta de interesse, por
falta de exigência (não nossa... mas sim institucional), por falta de
oportunidades.
.
Portanto não me falem de reformas, não me falem de castigos para os
professores, não me falem da necessidade de intervenção de pais e
forças vivas, não me falem de passagens para as autarquias (que como
já vimos não cumpriram enquanto detentoras do domínio do pré-escolar e
do 1º ciclo e ainda menos das AEC), não me falem de avaliações como
medida de promoção do mérito, não me falem de cursos de formação (dos
vários tipos) e de novas oportunidades. Falem-me, sim, do objectivo da
escola, do que queremos que ela "produza". Dêem-me o direito a ter
autoridade para exigir o cumprimento de normas e de aprendizagens.
Depois disto peçam-me satisfações. Até lá metam a mão na consciência e
reconheçam os erros dos sucessivos ME e não acusem os professores, em
praça pública, apenas com o fito de arrecadarem 30 dinheiros para
poderem pagar a "especialistas em não se sabe o quê" compilações em
legislação educativa, ao preço mensal do custo de um campo de jogos
(que a minha escola não tem), de um laboratório, ou mesmo de uma sala
de convívio que faça com que os alunos sintam a escola como sua, e
para os quais dizem não haver verbas para dispender, apesar da "srª
ME" dizer que o problema do seu ministério não é dinheiro!
.
Quanto à nossa avaliação de desempenho, vou só referir o problema
último e mais grave deste "quiproquó" (explicá-lo-ei noutro post). A
avaliação entre pares é muito bonita, diz a "srª"! Pois é! Só que a
"srª" não explica a ninguém que avaliadores, avaliadores/avaliados e
só-avaliados são decisores e simultaneamente candidatos às MESMAS
CLASSIFICAÇÕES, às MESMAS QUOTAS de notações que dão benefícios para
progressão na carreira. Nas reuniões de decisão quanto às
classificações só não estarão os só-avaliados. E isto é maquiavélico!
.
Sim! A escola não está nada bem!
Mas não são operações de lifting, nem maquilhagens que vão mudar os
resultados. Podem mudar as estatísticas, mas não alteram os
resultados!

Publicado por Maria Lisboa em http://professorsemquadro.blogspot.com/