Mostrando postagens com marcador Comissão de Educação do Grupo Parlamentar do Ps. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Comissão de Educação do Grupo Parlamentar do Ps. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, julho 21, 2008

Encontro de 19/Abril - Nota de Abertura

Pais e Professores unidos numa mesma luta em defesa da escola pública

Paula Montez

(Mãe e encarregada de educação, também presidente da Associação de Pais da EBI de Miraflores e membro desta Comissão)

Nota de abertura

Em nome da Comissão de Defesa da Escola Pública saúdo todos os que escolheram estar hoje aqui neste Encontro-Debate, unidos no nobre propósito de debater a Escola Pública.

A Comissão de Defesa da Escola Pública foi criada em 1998 e retomada em Maio de 2002. Agrupa um conjunto de cidadãos: professores, educadores, auxiliares de acção educativa, pais e estudantes, os quais sentiram a necessidade de se unir em defesa de uma escola pública, democrática e de qualidade. Consideramos a escola como um espaço de liberdade, de responsabilidade e de crescimento, cuja finalidade central seja a formação do ser humano e, só depois, do trabalhador. Não pretendemos substituir-nos a qualquer organização sindical, partidária ou associativa, nem dispomos de quaisquer apoios financeiros. Temos a firme convicção de que só num quadro de unidade entre todas as organizações e movimentos será possível reconstruir e manter viva a escola pública.

Este Encontro vem na sequência de uma delegação da Comissão de Defesa da Escola Pública, que em Julho do ano passado foi recebida na Assembleia da República por um membro da Comissão de Educação do PS. Nessa delegação foi entregue uma carta saída de um Encontro realizado aqui mesmo, nesta sala, onde se expressava a nossa preocupação face ao processo de destruição da Escola Pública, em consequência das políticas educativas praticadas pelos sucessivos governos. Esta delegação permitiu abrir a perspectiva de um Encontro a realizar na Assembleia da República, previsto para Outubro de 2007, o qual não se concretizou por ter sido posteriormente considerado contraproducente pelos outros membros da Comissão de Educação do PS. Desde logo ficou assente que – dentro ou fora da Assembleia da República – o Encontro haveria de ter lugar, e que tomaríamos em consideração o desafio que nos foi lançado de partirmos de exemplos de experiências positivas realizadas na escola pública.

Face ao modo acelerado como a equipa ministerial, dirigida por Maria de Lurdes Rodrigues, tem entretanto insistido em impor aos intervenientes no processo educativo as metas preconizadas na “Agenda de 2010”, adoptadas pela União Europeia no seguimento da Cimeira de Lisboa, realizada em Março de 2000, tornou-se ainda mais premente juntarmo-nos para debater qual o caminho positivo para uma escola com capacidade para responder a todos os alunos, capaz de garantir a tranquilidade do trabalho dos docentes e dos alunos, uma escola com recursos, com exigências de qualidade e onde se ensine e se pratique a democracia.

Esta necessidade conjuga-se com a exigência de responder positivamente ao profundo movimento iniciado pelos professores, em unidade com os as suas estruturas sindicais que viria a culminar na Marcha da Indignação de 8 de Março, mobilização de 100 000 apoiada e participada também por pais e cidadãos em defesa da escola pública.

É assim que este Encontro, agendado desde há alguns meses, se torna ainda mais actual e pertinente.

Este Encontro está dividido em duas partes:

A primeira procurará abordar – a partir das intervenções de professores que estão nas escolas, de professores ligados à investigação e dos que estão ligados à luta política e institucional – como é possível perspectivar uma escola capaz de formar e de qualificar as jovens gerações para um futuro de democracia e desenvolvimento, para um futuro de liberdade.

A segunda parte procurará centrar-se na resistência e mobilização dos docentes portugueses, em ligação com as mobilizações e resistências que se estão a desenvolver em toda a Europa, bem como nos caminhos que estas mesmas mobilizações abrem e que ultrapassam largamente o quadro da Escola – ou não fosse a Escola a base do futuro.

quinta-feira, novembro 08, 2007

Carta Aberta a Luís Duarte Fagundes, deputado da Comissão de Educação do Grupo Parlamentar do PS


OEIRAS, 12 de Outubro 2007




Caro deputado Luís Fagundes Duarte,

Presidente da Comissão de Educação do PS na A.R.



Profundamente ligados à defesa da Escola, partilhando as preocupações e aspirações legítimas de grande número de portugueses, a partir de um Encontro realizado no passado mês de Abril em Algés, dirigimos uma carta aos deputados do PS.

Nela era realçado que – sem, de algum modo, pôr em causa o imenso avanço na qualificação do povo português, produto da revolução do 25 de Abril – não se pode deixar de sentir uma imensa tristeza e preocupação perante os parcos resultados da acção, empenhada e carregada de esperança, desenvolvida por milhares de docentes e outros intervenientes no processo educativo, em paralelo com um progressivo quebrar da força anímica indispensável a uma boa prática docente.

Ilustrávamos esta situação com alguns exemplos, nomeadamente o desaparecimento de disciplinas, como a Organização Política, e a desvalorização de outras (como a Filosofia ou o ensino das Artes e da Literatura), com consequências inimagináveis na formação das jovens gerações, para já não falarmos da escassez em Portugal de médicos e enfermeiros imprescindíveis ao SNS, resultante da limitação da entrada no Ensino Superior de jovens que expressam a sua vontade de realização em tão nobres áreas.

Afirmávamos que era esperado que a maioria PS na A.R., eleita para tomar em mãos os destinos do país, se voltasse para os intervenientes no processo educativo, com um apelo de mobilização no sentido de ser feito um balanço e retomado o caminho da construção de uma Escola de qualidade – a escola que tantos quiseram e começaram a fazer com o 25 de Abril.

Em vez desta procura de construção, o Governo – assente nessa maioria – optou por eleger os docentes como bodes expiatórios das consequências de todas as contra-reformas que a Escola tem sofrido, dando azo a uma campanha mediática de difamação e desautorização dos professores e educadores, ao mesmo tempo que decidia ainda castigá-los com um novo estatuto da carreira docente, a nível dos ensinos básico e secundário, que os divide em categorias e impõe quotas para a sua progressão na carreira.

Constatávamos que este ataque à pedra angular do sistema de ensino (os professores) – em conjunção com a redução e aligeiramento de disciplinas e com o desmantelamento do ensino especial – não primavam pela originalidade, tratando-se de processos desenvolvidos em toda a Europa, com ritmos próprios a cada país, visando o cumprimento das normas da U.E.

Terminávamos colocando como exigências prementes a manutenção da carreira única dos professores – como o exigem todos os sindicatos de professores e está instituído nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira –, bem como o restabelecimento dos recursos para atender às necessidades dos alunos do ensino especial e, no final, pedíamos para ser recebidos pelo Grupo Parlamentar do PS.

Nessa base, uma delegação acabou por ser recebida pelo Sr. Deputado, em 9 de Julho de 2007, quando lhe entregou a carta – assinada por cerca de 300 docentes e encarregados de educação – acompanhada de um dossiê com vários testemunhos de professores.

Esta audiência foi concluída com a perspectiva, aberta pelo Sr. Deputado, de um Encontro de professores e educadores, a realizar na A.R., por iniciativa dos deputados do PS, no qual participaria a Comissão de Defesa da Escola Pública (CDEP).

Entendeu a delegação que um tal Encontro visaria a apresentação de exemplos de práticas pedagógicas positivas, testemunhando a possibilidade de construir um Ensino com capacidade para responder às exigências de sucesso escolar e educativo em que todos apostamos.

Esperando poder ajudar a concretizar esta iniciativa, uma nova delegação foi recebida pelo Sr. Deputado, no passado dia 26 de Setembro.

Foi-nos, então, comunicado que os outros deputados da Comissão de Educação do PS na A.R. e, agora, o próprio Sr. Deputado, consideravam que este Encontro deveria tomar a forma de uma Audição pública, da iniciativa de toda a Comissão de Educação da A.R. (e não somente dos deputados do PS).

Neste sentido, foi sugerido à delegação que pedisse uma audiência à Comissão de Educação da A.R. para lhe propor a realização da referida Audição pública.

A CDEP, reunida em 3 de Outubro, analisou esta proposta do Sr. Deputado e concluiu o seguinte:

1) As razões que estiveram na base da Carta de 14 de Abril passado, dirigida aos deputados do PS, continuam mais pertinentes do que nunca (basta ver a permanência do insucesso escolar, a redução de 12 mil postos de trabalho docente, a continuação do encerramento de centenas de escolas e jardins de infância – mau grado a resistência das populações em várias zonas do país –, e o agravamento das condições de trabalho e de aprendizagem na generalidade das escolas);

2) Em nossa opinião, as recentes medidas tomadas pelo M.E. só poderão contribuir para o agravamento dos problemas com que se confronta o Ensino e os seus trabalhadores;

3) Se a Comissão de Educação da A.R. organizar uma tal Audição pública – o que, em nossa opinião, poderá facilmente ser decidido por iniciativa do PS, que nela é maioritário – a CDEP irá participar nela;

4) Nessa eventual Audição pública, a CDEP exporá as suas preocupações e, sobretudo, apresentará as propostas que considera positivas para mudar a situação no Ensino, esforçando-se por reunir exemplos das boas práticas que têm vindo a ser desenvolvidas em muitas escolas, para as quais os professores e educadores constituem a peça-chave, no quadro da organização democrática e cooperante conquistada com o 25 de Abril;

5) Neste sentido, a CDEP não deixará de reafirmar que tais práticas – próprias de uma Escola de qualidade – exigem um ECD que dignifique a função de ensinar, em contradição com o que está a ser imposto aos professores, o qual leva à fragmentação das equipas pedagógicas e à individualização e punição dos docentes;

6) Assim como está disponível para participar nessa iniciativa, quando ela tiver lugar – porque cabe à CDEP dar os passos que estiverem ao seu alcance em defesa de um ensino humanista e de qualidade para todos os cidadãos, herdada dos professores da primeira República e retomada com o 25 de Abril – continuaremos a dirigir-nos a vós, deputados do PS, para que oiçam os professores e os pais dos alunos, num Encontro organizado para tal fim;

7) O desejo da CDEP é contribuir para o estabelecimento de um máximo de pontes convosco, pois sois detentores do poder legítimo para definir o caminho mais fácil e mais económico que permita unir os professores, os pais, os estudantes e a maioria da população na reconstrução do nosso país.

Em todas as circunstâncias, a CDEP continuará a agir para ajudar a unir os professores no sentido de conseguirem a revogação do novo ECD, em nome de um Estatuto dignificante da função docente e da Escola Pública.

Pela Comissão de Defesa da Escola Pública,

Saudações Democráticas

Carmelinda Pereira / Paula Montez / Adélia Gomes

Contactos: carmelinda_pereira@hotmail.com; rosarioreg@hotmail.com; degomes@gmail.com

Ponto de Partida para uma Reflexão

Processo verbal

do encontro com o deputado do PS, Luís Duarte Fagundes,

responsável pela

Comissão de Educação do PS da Assembleia da República

No passado dia nove de Julho realizou-se, na Assembleia

da República, um encontro, no qual participaram o

deputado Luís Fagundes e uma delegação composta por

docentes, encarregados de educação e uma estudante

universitária, todos elementos ligados à Comissão de

Defesa da Escola Pública.

Este encontro resultou de um pedido de audiência feito

pela referida Comissão, visando entregar aos deputados do

PS uma carta assinada por duzentos e oitenta cidadãos,

sobretudo professores e educadores.

Nela está expressa a grande inquietação perante o

desfigurar da Escola Pública e democrática, a Escola para

todos, na qual se empenharam muitos milhares de

docentes em ligação com as comunidades locais – a

Escola do 25 de Abril. É, também, referida a similitude

entre as políticas educativas dos outros países e o que se

passa em Portugal – todas elas correspondendo a

orientações da UE – e são formulados dois pedidos aos

deputados do PS.

O primeiro pedido é a necessidade de ser reposta a carreira

única dos professores e educadores dos ensinos básico e

secundário; o segundo, é a defesa incondicional das

respostas educativas para todas as crianças com

necessidades educativas especiais, crianças que estão já a

ser muito penalizadas com a aplicação das novas políticas

nesta área, estimando-se em 70 mil o número daquelas que

ficarão sem a resposta educativa que lhes é devida.

No início do encontro, a Comissão apresentou as razões da

sua existência, e entregou ao deputado um dossier

contendo – além da referida carta –, alguns testemunhos

de docentes, recolhidos nas salas de professores das

escolas, no momento da recolha das assinaturas.

Ao longo da reunião, cada um dos presentes expressou –

livremente – a inquietação sentida perante as

consequências das medidas que têm estado a ser tomadas,

e também foi comum o desejo de ver modificados os

rumos da educação, mostrando inclusive que tal era

possível: por um lado, porque havia muitos professores

prontos a fazê-lo, como o já mostraram nas suas práticas,

através de milhares de projectos; e, por outro lado, porque

havia uma maioria do PS, eleita para que não fosse dada

continuidade ao descalabro dos governos anteriores.

Entre os problemas levantados poderemos salientar:

-- A divisão da carreira docente dos

professores e educadores, dos ensinos básico e

secundário, quando a todos é exigido o mesmo

trabalho (Fátima Bastos).

-- Os critérios de avaliação usados no

recente concurso para professor titular,

desvalorizando a prática pedagógica em contexto

de sala de aula e pontuando sobretudo os papéis

respeitantes a cargos e as chefias. C.R. citou,

mesmo, casos exemplares da Escola Paula

Vicente – onde exerce funções docentes desde há

28 anos – como o de Margarida Leão, docente que

ao longo da sua vida profissional se preocupou e

investiu na procura das melhores respostas para o

sucesso dos alunos, através da leitura e da escrita,

foi responsável por múltiplas acções de formação

para outros colegas, tem livros publicados, e corre

o risco de não ter pontuação para professora

titular, por não ter ocupado outros cargos de

chefia. Por ver estas aberrações, Conceição Rôlo

recusou ser professora classificadora deste

Concurso a Professor Titular.

-- Professor Titular.

Vários intervenientes foram unânimes em denunciar as

consequências destas avaliações e divisões, em termos da

destruição do trabalho em equipa, no quadro da

cooperação entre pares. Conceição Rôlo disse,

nomeadamente:

“Não há ninguém que ponha mão nisto?

Isto enfraquece o PS. Havia muita coisa mal feita, que era

preciso arrumar, como por exemplo a situação de

professores que estavam somente 12 horas na escola. Mas

isto já não é arrumar, é uma ministra a desacreditar um

batalhão de gente.

Isto enfraquece o PS.

O que é que vai acontecer ao PS um dia destes?

E depois, com quem poderemos dialogar?”

Conceição Rôlo mostrou a sua surpresa com o facto de a

DGIDC ter cortado o “link” do projecto Literatura &

Literacia, sendo alegada a extinção do Instituto de

Inovação Educacional em cujo site se encontrava alojado,

desde 2001.

Explicou que se tratava de um projecto teoricamente

fundamentado, 1º classificado a nível nacional no Sistema

de Incentivos à Qualidade da Educação, e escolhido, em

1998, pelo próprio Ministério da Educação, para integrar o

Programa Boa Esperança Boas Práticas, por sua vez ligado

à iniciativa Shcooling for Tomorrow dos Ministros da

Educação da OCDE.

Lamentou não estarem a ser aproveitadas – pelo Plano

Nacional de Leitura – muitas das propostas que este

projecto, pago em grande parte pelo erário público,

mostrou serem valiosas para o desenvolvimento da

competência leitora das crianças apoiadas pelas famílias

no seu esforço de aprender. Referiu que havia mais de cem

professores ligados a este projecto, cujo esforço a Civitas

procurou não perder para a tarefa de elevação dos níveis

de literacia, aliás proposto ao Governo socialista de então,

aquando da apresentação do Plan Nacional de Lectura da

Argentina, no II Encontro Internacional O Desafio de Ler

e Escrever. Leitura e Coesão Social (2001). Leu uma

passagem das respectivas Actas e fez a entrega de um

volume dos Diálogos com a Literacia, lançados pela

Civitas em 2005, no Auditório da Assembleia da

República, integrados neste plano.

Fez, ainda, questão de ler breves passagens do Relatório

PISA 2000 que mostra, com toda a evidência, uma

correlação positiva entre a leitura de literatura clássica e a

performance em compreensão da escrita. – OCDE (2001)

“Connaissances et compétances: des atouts pour la vie.

Premiers résultats de PISA 2000”, pp 156-159.

Salientou, igualmente, as vantagens em competência

leitora dos alunos que lêem mais de 30 minutos por dia,

por prazer, (op. cit. p. 142) completando esta informação

com a de um estudo inglês, do National Literacy Trust,

realizado em 2005, que comprovou que existe uma

tendência acentuada para o abandono das práticas de

leitura quando esta é exclusivamente associada aos usos

escolares.

Conceição Rôlo concluiu denunciado o facto de muitos

alunos do 2º ciclo terem apenas três horas de Língua

Portuguesa por semana, o que é manifestamente

insuficiente para o exercício da leitura e da escrita

necessário a uma boa aprendizagem.

Carmo Vieira denunciou o esvaziamento da maior parte

do texto literário da disciplina de Português, nos novos

programas, e a teimosia do Governo em implementar a

Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e

Secundário (TLEBS), mesmo se se diz que ela está

suspensa.

Denunciou, ainda, o processo de destruição da Escola

Pública – em total contradição com o seu voto no PS,

afirmando:

“Uma Comissão de Educação do PS não pode aceitar

isto.

São os mais medíocres que estão à frente das escolas.

A DREL pediu aos serviços da minha escola (Marquês de

Pombal) todas as minhas avaliações ao longo de 23 anos

de serviço e ainda disseram para não me avisarem, que eu

saberia depois o que me iriam fazer.

O objectivo é mesmo destruir a Escola Pública. A área de

projecto é uma treta.

Acabaram com a disciplina de Organização Política,

minimizam a História, a Filosofia e a Literatura… e

depois vêm falar de cidadania!

Isto é abjecto. E… está a fazer-se por toda a Europa. É

muito triste que um PS se deixe ir a reboque de uma

política tão pouco socialista.

Na minha escola, organizaram-se visitas de estudo ao

local onde se fazem as filmagens da telenovela

“Morangos com açúcar”. O cenário era um banco onde

estava escrita a frase – filhos da puta. É esta a Escola

Pública que querem fazer? Os titulares que aceitam estes

caminhos, sem sequer se indignarem, vão ser os broncos

da nossa escola. Sempre votei PS, mas sinto que não

posso voltar a votar. Sinto que os meus alunos estão a ser

enganados.

Não é correcto que o PS deixe achincalhar os mais

fracos.”

Luísa Cintrão referiu o facto de serem os professores mais

experientes e empenhados – normalmente, também, os que

mais se indignam ao ver o descaminho da Escola Pública

– que estão a ser discriminados e silenciados. Apelou à

responsabilidade do PS: “Muitos professores votaram no

PS. Não sei se a senhora ministra é do PS. Mas vocês,

deputados do PS, têm uma grande responsabilidade.

Há muita gente que sabe como é que se organiza uma

escola, como é que se seduzem alunos para aprender; já o

provaram, e estarão prontos a retomar esse trabalho para

a construção de uma escola democrática.”

Pelo seu lado, Maria da Luz Oliveira – uma das

responsáveis pelo texto sobre as Actividades de

Enriquecimento Curricular – referiu a discriminação

existente entre o calendário escolar dos educadores de

infância e os restantes professores do Ensino Básico.

Ao concluir-se este encontro o deputado Luís Duarte

Fagundes afirmou que era conhecedor do empenhamento

de muitos professores, através das suas visitas às escolas e

que naquela reunião se levantaram questões pertinentes,

tendo sido uma delas a da leitura.

E a este propósito levantou a hipótese de organizar uma

iniciativa que permitisse uma reunião conjunta de

professores da Comissão em Defesa da Escola Pública e

do Grupo Parlamentar do PS.

O objectivo do encontro seria o de divulgar as

experiências positivas já realizadas para através delas

indicar os possíveis caminhos de construção da Escola

Pública. Propunha que o encontro se realizasse em

Outubro e a CDEP escolheria os temas a debater,

propondo-se ele distribuir o Dossier entregue pela

delegação aos outros deputados da Comissão de Educação

do PS.

Face a esta proposta, vários elementos da Comissão em

Defesa da Escola Pública tomaram a palavra para mostrar

a sua concordância, ficando decidido que – assim que

possível – seria enviado para a Comissão de Educação do

PS da Assembleia da República um esboço do programa

de trabalhos para essa iniciativa.