Na reunião da CDEP que ocorreu hoje na Escola 2, 3 de S. Julião, no Alto da Barra (Oeiras) foram tomadas as seguintes resoluções:
- a Comissão de Defesa da Escola Pública propõe-se a dirigir uma Carta Aberta à senhora ministra da Educação, Isabel Alçada, no sentido de comunicar as principais reivindicações que têm animado as lutas dos professores;
- esta comissão desde sempre tem chamado a atenção para a necessidade premente da realização de uma Conferência Nacional onde todas as partes implicadas no processo educativo se possam juntar e discutir o actual estado da Escola Pública, o que ainda é possível preservar, que tipo de avaliação é considerada justa e com que finalidade. Neste sentido a CDEP vai continuar a reunir esforços para que a referida Conferência se possa vir a realizar;
- ficou acordado que o Blogue da CDEP terá um formato diferente, servindo como instrumento de comunicação das resoluções, documentos e informações que tenham mais directamente a ver com o funcionamento desta Comissão;
- será feita uma lista de discussão interna com a finalidade de coordenar os trabalhos desta comissão;
- foi agendado o calendário de reuniões da CDEP até ao final de 2009: as reuniões desta comissão passam a ser ordinariamente à terceira terça-feira de cada mês, num horário pós-laboral (entre as 21h e as 23h) regularmente na Escola 2,3 de S. Julião do Alto da Barra, em Oeiras, a fim de facilitar a participação de todos.
Calendário das próximas reuniões:
- 17/Novembro, 21h-23h, Escola 2,3 de S. Julião do Alto da Barra (Oeiras);
- 15/Dezembro, 21h-23h, Escola 2,3 de S. Julião do Alto da Barra (Oeiras).
Qualquer esclarecimento adicional poderá ser enviado para o seguinte mail:
Na próxima quarta-feira, dia 28 de Outubro, pelas 18h 30m - na Escola Básica 2,3 de S. Julião da Barra, em Oeiras - vai realizar-se uma reunião da CDEP, para a qual é proposta a seguinte ordem de trabalhos:
1.Informações
2.Iniciativa da CDEP, perante a nova Ministra da Educação
Sector profissional imprescindível na manutenção e construção de uma sociedade de homens e mulheres livres, qualificados e cultos
Platão advertia que para formar um escravo era preciso pouco tempo. E acrescentava: instruir e esclarecer homens livres é outra coisa.
Sim, instruir e esclarecer, formar para a liberdade, para o desenvolvimento e para a democracia, implica recursos, tempo e vivências democráticas. Implica o reconhecimento da dignidade da função docente, implica respeito pelos professores e educadores.
Foram estas exigências que as recentes mobilizações históricas dos docentes portugueses expressaram na palavra de ordem: “Deixem-nos ser professores!”.
Com esta atitude, que extravasou largamente o seu grupo profissional, os professores exigiram, de forma inequívoca, a defesa de uma Escola Pública ao serviço da liberdade e da democracia.
Os professores e educadores mobilizaram-se com as suas organizações sindicais e movimentos, para defender os princípios orientadores e as condições materiais de funcionamento da Escola democrática, perante a ofensiva, sem precedentes, do Governo ao serviço das instituições do grande capital, que hoje impõe o desemprego, a precariedade e os horários de trabalho inconcebíveis, não deixando sequer, à maioria da população trabalhadora, tempo para reflectir e para intervir na transformação da sociedade em que vive.
A mobilização dos docentes contribuiu, decididamente, para a modificação da composição da Assembleia da República, penalizando o PS em menos 500 mil votos, como expressão da rejeição da política do governo de Sócrates /Maria de Lurdes Rodrigues ao serviço da União Europeia.
São mais do que justas as palavras do Secretário-Geral da FENPROF, proferidas na Conferência de Imprensa do passado dia 2 de Outubro, quando afirmou: «Para os professores, torna-se indispensável um primeiro e claro sinal donovo Governo e/ou da Assembleia da República que constitua um inequívoco indicador de mudança. Esse sinal passa, de imediato, por suspender o actual modelo de avaliação, sendo salvaguardados todos os direitos dos docentes (fora de questão está uma eventual aceitação do actual regime de avaliação, ainda que simplificado); e por garantir o fim da divisão da carreira docente.»
Tal como a FNE, que afirma num comunicado de 28/9: «É essencial que esta legislatura acabe com a actual divisão da carreira docente, e que retire a carga burocrática inútil que tanto desgasta hoje os docentes portugueses. (…) A avaliação de desempenho deve ser substituída por uma outra que resulte de diálogo e negociação.»
Exigência semelhante fazem todos os movimentos de professores.
É este o caminho de unidade para conseguir:
- A colocação por concurso dos docentes e auxiliares da acção educativa necessários às escolas
- O restabelecimento da carreira única e de uma avaliação formativa e sem quotas
- A abolição da prova e ingresso na carreira
- O respeito pelas especificidades das crianças com necessidades educativas especiais
- O restabelecimento da gestão democrática das escolas
- O restabelecimento do vínculo ao Estado para todos os trabalhadores das escolas e restantes serviços públicos.
Trata-se de exigências que fizeram – e deverão continuar a fazer – a unidade de todos os docentes, e que estes impuseram a todas as suas organizações, impedindo que o Governo pudesse vangloriar-se de contar, nem que fosse apenas com uma delas, como apoio da sua política de destruição da Escola Pública.
Agora, é de novo de unidade que se trata, para reconstruir a Escola, numa situação em que – para além da retirada dos ataques – é necessário responder aos desafios que estão colocados, perante as mudanças que se operam na sociedade, onde a combinação de múltiplos factores contraditórios se reflectem nas escolas, de forma por vezes explosiva.
Só o profissionalismo dos docentes – ligado à consciência de que muitas crianças e adolescentes só na Escola encontram alguém que os reconheça em toda a sua condição humana – tem permitido que as escolas portuguesas, apesar de todas as dificuldades e da profunda ofensiva contra os seus professores e educadores, se mantenham ainda como espaço de tranquilidade, de liberdade e de humanismo.
Parabéns aos seus profissionais e à sua luta!
É com esta compreensão que a CDEP reiterao seu apoio à realização de uma Conferência Nacional de delegados, eleitos a partir das escolas – sob a responsabilidade das organizações que representam os professores e restantes trabalhadores do sector da Educação – para, democraticamente, ser debatida e aprovada uma “plataforma” com as propostas sobre a Escola que queremos, os caminhos para a construir e o lugar a ocupar por cada um nesse processo.
Lisboa, 5 de Outubro de 2009
No dia 5 de Outubro (esta segunda-feira), Dia Mundial do Professor, em sessão pública a realizar a partir das 15.30 horas, no auditório da Escola Secundária de Camões (Praça José Fontana, em Lisboa), a FENPROF, pela voz do seu Secretário-Geral, Mário Nogueira, tornará públicas a apreciação política que faz do novo quadro parlamentar saído das eleições de 27 de Setembro e as decisões tomadas pelo Secretariado Nacional da FENPROF, que esteve reunido nos dias 1 e 2 de Outubro, na Fialho de Almeida, em Lisboa. Na sessão pública de 5 de Outubro, participará o Professor Doutor António Nóvoa, Reitor da Universidade de Lisboa (UL), personalidade que a FENPROF convidou para intervir tendo em consideração a elevadíssima qualidade do trabalho académico que vem desenvolvendo em torno da profissão de professor e da sua profissionalidade. No mesmo local,decorrerá ainda a apresentação pública da exposição subordinada ao tema "Dignificar a profissão, valorizar a escola pública: a luta dos professores portugueses". Esta exposição inclui 22 painéis e será depois apresentada em diferentes regiões do País.
A Comissão de Defesa da Escola Pública, Democrática e de qualidade (CDEP), posta de pé em 1998 e reconstituída em Maio de 2002, agrupa um conjunto de cidadãos, professores, educadores, auxiliares de acção educativa, pais e estudantes, unidos em torno do mesmo objectivo: defender uma Escola pública, democrática e de qualidade, como um espaço de liberdade e crescimento, cuja finalidade central seja a formação do Homem e, só depois, do trabalhador. Tais objectivos pressupõem a demarcação em relação a todas as instituições do imperialismo (desde o Banco Mundial, ao FMI, à OCDE, e à UE e suas directivas). Não pretendemos substituir-nos a qualquer organização, seja ela de carácter sindical, partidário ou associativo em geral, mas sim contribuir para o desenvolvimento de um quadro de unidade entre todos os movimentos que leve à sobrevivência e construção desta escola.
Reunião de Professores e Educadores, BMO, 09/01/2009, 18:30
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AGENDA
6 de Janeiro Encontro entre movimentos e sindicatos de professores (apenas para os representantes designados) Lisboa, 21h, sede da Fenprof
7 de Janeiro Reunião de Professores e Educadores de Cascais, Sintra e Oeiras 18h, Auditório da Escola Salesiana de Manique
8 de Janeiro Votação, na Assembleia da República, dos projectos-lei do PSD, BE e PP para a suspensão deste modelo de avaliação de professores
9 de Janeiro Reunião de professores e educadores de Oeiras e Cascais
18h 30m, Auditório da Biblioteca Municipal de Oeiras
9 de Janeiro 2º encontro de professores e educadores de Loures e Odivelas 21h, salão do Centro Paroquial da Ramada
10 de Janeiro Encontro de Presidentes dos Conselhos Executivos contra as intimidações do governo Vê aqui mais informação
13 de Janeiro Jornada Nacional de Reflexão e Luta, marcada pela Plataforma Sindical, com tomadas de posição nas escolas contra a participação neste modelo de avaliação
19 de Janeiro Greve Nacional de Professores e Manifestação em frente à Presidência da República
Entrevista publicada nas «Informations Ouvrières» (França) a Isabel Pires (dirigente sindical SPGL)