quarta-feira, setembro 23, 2009

Carmelinda Pereira (CDEP) em resposta ao PASSA PALAVRA


Respostas ao questionário do jornal on-line PASSA PALAVRA


1ª pergunta - Em que pé se encontra aquilo a que se chamou o “movimento dos professores”, que mais de uma vez mobilizou grande parte da categoria profissional para enormes manifestações de rua? Os professores dividiram-se? – se sim, qual é a fractura? Desmobilizaram? – se sim, porquê? Desistiram de alguma coisa? se sim, até que ponto, seja em quantidade, seja em qualidade?


Responder a esta questão implica ver os professores como um grupo profissional que faz parte da classe trabalhadora no seu conjunto. E, como tal, a sua luta não pode estar senão num impasse, tal como está a luta de todos os trabalhadores portugueses, perante a ausência de uma perspectiva política que os ajude a centralizar todo o seu movimento e a derrotar o governo de Sócrates/União Europeia, impondo um Governo que adopte um plano de urgência para fazer sair o nosso país da situação em que se encontra, arrasado por mais de vinte anos de políticas da União Europeia.

Isto significa que o movimento dos professores e educadores, apesar de ter sofrido duros golpes não foi partido nem derrotado, mas também não derrotou o Governo.

Os golpes traduzem-se na aplicação de um Estatuto que sempre rejeitaram, com todas as suas consequências – em termos de condições de trabalho, de divisão em categorias artificiais, de redução do salário e de perseguições, conjugadas com a nova gestão centrada na figura do director e dos chefes nomeados.

Nesta guerra aberta do ME contra os professores e a Escola Pública, pode dizer-se que existe divisão, se considerarmos que os professores embarcaram, por falta de orientação ou mesmo por aconselhamento de direcções sindicais, na candidatura inicial a professor titular – aquilo que mais rejeitam e é a base de toda a restante ofensiva – tal como a maioria acabou por entregar os respectivos objectivos individuais, na avaliação do seu desempenho que sempre também rejeitaram, mesmo se o Ministério teve que simplificá-la ao máximo, temporariamente.

Mas, se partimos da vontade expressa pelos docentes de rejeitar todos os ataques; se partirmos das posições das direcções sindicais, continuando a recusar assinar qualquer acordo com o Governo sobre o ECD e sobre a avaliação dos docentes – mesmo se elas também são responsáveis por não ter havido uma acção unida com os outros trabalhadores da Função Pública; então, poderemos considerar que, nesta perspectiva, os professores continuam unidos.

É por isso que o movimento dos professores está num impasse, por razões subjectivas, que todos precisamos de ajudar a resolver: a recusa dos dirigentes que controlam a luta dos trabalhadores portugueses e, também, dos professores, em romperem, de vez, com a política do Governo.


2ª pergunta – Em que situação se encontra a relação dos movimentos autónomos com os sindicatos de professores?


Não sei qual é a situação em que se encontram os denominados “movimentos autónomos dos professores”, do ponto de vista da sua relação com as organizações sindicais.

O que se verifica é que pelo menos o que alguns defendem – aliás de forma muito parecida com o que defendem as direcções sindicais – aponta no sentido de fazer crer que vão ser as eleições legislativas que poderão responder positivamente aos professores.

“(…) reafirmou-se a disposição dos professores para prosseguirem a contestação já em Setembro, em concertação com os movimentos de professores APEDE e MUP, e para se envolverem, activamente, na promoção da penalização eleitoral deste PS de Sócrates” – Texto do Promova, adoptado no seu Encontro de 20 de Julho, em Vila Real.

Foi, de certa maneira, a posição expressa por Mário Nogueirana Manifestação de 30 de Maio – ao declarar que não exigia deste Governo a demissão da ministra da Educação, e que ela sairia de outra maneira. Isto quer dizer… com as eleições. E se for formado um governo do PSD (ou do PSD com a direcção do PS), os professorestal como os outros trabalhadoresvão, finalmente, ver satisfeitas as suas reivindicações e será apoiada efectivamente a Escola Pública?

Nesta conjuntura, há um facto positivo a assinalar. A nova Direcção do SPGLprincipal sindicato da FENPROF convidou a CDEP e os “Movimentos autónomos” para a sua tomada de posse, aquando das últimas eleições, realizadas também no passado mês de Maio. Este convite expressa a reafirmação do posicionamento desta Direcção de se dispor a fazer um trabalho em comum em defesa dos professores e educadores, no quadro da democracia.

A relação da CDEP com as organizações sindicais

A CDEP sempre pretendeu ser uma Comissão aberta, que não pode nem quer substituir-se a qualquer organização sindical ou partidária dos professores. Pauta-se por preservar a sua independência, perante as instituições do podernacionais e internacionaise em procurar contribuir para a unidade entre todos quantos defendem a Escola Pública e laica, balizada pelo que está consignado na Constituição Portuguesa. É uma aquisição de todos os membros da CDEP que esta será a única maneira de derrotar a ofensiva das instituições do capital, protagonizada pela União Europeia e os seus governos, como tem sido o caso do governo de Sócrates.

Não partilhamos as posições das direcções sindicais, nem dos “movimentos de professores” quando estes canalizam a mobilização dos professores para uma derrota do PS nas eleições, apesar da Direcção do PS ser o principal instrumentono conjunto dos dispositivos da União Europeiapara destruir a Escola pública e todos os direitos dos trabalhadores do ensino.

Mas a experiência também já mostrou que esta ofensiva só tem sido possível em consequência da política seguida pelas direcções sindicais. As mobilizações dos docentes – tal como as dos outros sectores dos trabalhadores puseram em causa a existência deste Governo e expressaram a necessidade de outro. Considero que é preciso, com urgência, a constituição de um Governo que responda aos professores, Governo que tem de começar por proibir os despedimentos e restabelecer o vínculo ao Estado dos trabalhadores da Função Pública, tal como tem que revogar o Código do Trabalho.

E, este Governo só poderá sair da luta, sendo os resultados eleitorais um produto dessa luta, e não o contrário.

Por isso assumo, com a CDEP, a necessidade da ligação da luta dos professores à de toda a Função Pública. Assumo também a posição desta Comissãoexpressa em várias reuniões de docentes, dos “movimentos” e, em Oeiras, com representantes do SPGL, da FNE e do SINDEP – de defesa da realização de uma Conferência Nacional de delegados eleitos a partir das escolas, para definir a forma de continuar a luta em defesa da Escola Pública e dos seus trabalhadores.

Uma tal Conferência tem que ser assumida, obrigatoriamente, pela Plataforma sindical dos professores, pois de outro modo não terá substância nem impacto efectivo.

É esta compreensão que levou alguns professores e educadores membros da CDEP a apoiarem, em Lisboa, a lista A para a direcção do SPGL/ FENPROF, para defender as reivindicações dos docentes, a independência política e organizacional do sindicato, e a sua ligação com todas as outras direcções sindicais do sector da Educação, com a Função Pública e com os “movimentos dos professores”.


3ª pergunta – Que repercussão têm tido, no movimento dos professores, as agendas dos partidos políticos, nomeadamente a pesada agenda eleitoral que já se iniciou com as eleições europeias?


Os partidos políticos têm certamente em conta a mobilização fortíssima dos professores, e procurarão contabilizá-la à conta do seu score eleitoral.

Por isso todos, com excepção do PS, se pronunciaram a favor das alterações à avaliação do desempenho docente imposta pelo Governo.

Resta saber que formas tomariam as políticas do PSD e do PP se conseguissem ser Governo, quando os seus compromissos são os mesmos de Sócrates – de subordinação à União Europeia e, em particular, à “Agenda de Lisboa”.

Por isso, a CDEP várias vezes afirmou que o movimento dos professores – ao defender um ECD com uma carreira única, a gestão democrática das escolas, e uma avaliação do seu desempenho justa e sem quotas,… - colocava, objectivamente, a necessidade da ruptura com as directivas da União Europeia.


4ª pergunta – Falou-se muito, no debate de 18 de Abril, da transposição da luta para as escolas. Há exemplos de realizações concretas em escolas? Pode falar sobre algum desses casos?


A luta só se poderia ter mantido e desenvolvido em cada escola, se houvesse uma perspectiva política que norteasse o conjunto dos professores e educadores. Em vez dessa perspectiva, os dirigentes sindicais deixaram-nos ilhados em cada Agrupamento ou Escola, sujeitos à “disciplina autonómica” dos respectivos directores executivos.


5ª pergunta – Que apoios têm os professores dos alunos e dos pais dos alunos? Existe ligação das escolas às comunidades locais em que estão inseridas? se sim, como se corporiza essa ligação? se não, considera que a luta dos professores se deixou encerrar em limites corporativos?


Houve, em várias Assembleias do Poder Local, moções de apoio à luta dos professores. Citemos o caso da Escola de Santo Onofre, nas Caldas da Rainha, na qual a própria vereação da autarquia participou na mobilização em conjunto com a FENPROF, com outros Conselhos Executivos e “Movimentos”, na defesa do Conselho Executivo arbitrariamente demitido pelo ME.

A direcção da Associação de Pais da escola-sede do Agrupamento de Miraflores/Oeiras, cuja Presidente é membro da CDEP, tomou sempre posições inequívocas ao lado da luta dos professores, recusando inclusive nomear ou ser nomeada para o Conselho Geral transitório, não querendo assim contribuir para a “eleição” da nova figura de gestão, por considerar que tal atitude seria caucionar uma farsa aviltante da democracia nas escolas. Quantos dos actuais representantes, nos Conselhos Gerais, dos pais e encarregados foram realmente eleitos democraticamente, como aliás indicava a nova Lei da gestão escolar?

Esta atitude valeu a esta direcção de Associação de Pais o afastamento, mediante um processo iniciado numa assembleia selvagem tomada de assalto pela própria presidente do Conselho Executivo e por um grupo de pais não associados, que votaram a seu bel-prazer, desrespeitando todas as normas democráticas de uma assembleia. Esta senhora tornou-se entretanto Directora, apoiada pela nova direcção da Associação de Pais, e na referida escola deixou, pura e simplesmente, de haver assembleias. Como se terá passado todo este processo noutras escolas?

Não considero que a luta dos professores se tenha deixado encerrar. As coisas são o que são. Se não houve a capacidade para impulsionar uma dinâmica mais forte, dentro das organizações sindicais, geradora de uma perspectiva unificadora da luta dos professores e restantes trabalhadores da Função Pública pelo vínculo público é necessário analisar também as perspectivas que não canalizaram os professores mais disponíveis para agir para dentro das organizações sindicais, preferindo situar-se em “movimentos autónomos”.

Por isso, como membro da CDEP, onde existem também outras opiniões, considero que o problema que está colocado é o de ajudar a criar condições para que os professores, os pais e os outros trabalhadores consigam impor a unificação do seu movimento, que leve à constituição de um Governo saído das forças políticas que se reclamam da defesa dos trabalhadores e do socialismo – um Governo que proíba os despedimentos e responda positivamente à luta dos professores: uma só carreira, uma avaliação justa, objectiva e sem quotas, o restabelecimento da democracia nas escolas.


6ª pergunta – O passapalavra.info tem publicado numerosos artigos, quase todos de professores e estudantes brasileiros, de reflexão sobre a natureza do sistema educativo universitário e secundário, seus limites e contradições, e sobre as lutas que se desenvolvem no seu seio. Tem lido esses artigos? se sim, que contributos lhe trouxeram para a sua reflexão pessoal? se não, em que espectro de ideias, em que círculos de debate vai fazendo a sua reflexão acerca do objecto da sua militância?


Não tenho organizado o meu tempo para conseguir ler, de forma atenta e assídua, o conteúdo do “Passa palavra”.

O meu círculo de debate tem-se situado no seio da Comissão Nacional pela Ruptura com a União Europeia, na batalha política para exigir ao Governo a proibição dos despedimentos, e na organização partidária a que pertenço: o POUS – IVª Internacional.


7ª perguntaNa sua opinião, o que pode fazer o passapalavra.info para contribuir para o reforço da vossa luta? Novos debates em directo, como o que fizemos em Abril? Abrir um espaço de discussão através de dossiês temáticos?


Considero muito positivo a organização dos debates em directo e parece-me que impulsionar acções que ajudem a pôr de pé uma Conferência Nacional em Defesa da Escola Pública seria prestar um excelente serviço à Escola Pública e à Democracia.

sábado, setembro 19, 2009

CDEP: Unidade em defesa da Escola Pública


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escolapublicablog@gmail.com


Unidade em defesa da Escola Pública


De acordo com os princípios que fundamentam a CDEP, os membros desta Comissão que estiverem presentes nas acções de mobilização e protesto, realizadas em Lisboa, no dia 19 de Setembro – por iniciativa dos Movimentos APEDE, MUP e PROmova – irão fazê-lo partilhando com os professores e educadores, e todos quantos defendem a Escola Pública, as legítimas exigências que nos unem, entre as quais destacamos:

- Colocação por concurso dos docentes e auxiliares da acção educativa necessários às escolas
- Restabelecimento da carreira única e de uma avaliação formativa e sem quotas
- Abolição da prova e ingresso na carreira
- Respeito pelas especificidades das crianças com necessidades educativas especiais
- Restabelecimento da gestão democrática das escolas
- Restabelecimento do vínculo ao Estado para todos os trabalhadores das escolas e restantes serviços públicos.

Realizando-se esta iniciativa em plena campanha eleitoral para a Assembleia da República, é legítimo que cada indivíduo defenda as posições político-partidárias que correspondem ao seu conceito de organização, ou gestão, da sociedade em que vivemos.
A mesma legitimidade se verifica dentro da CDEP, de acordo com a defesa do livre pensamento, respeitando naturalmente a independência desta Comissão que aposta na defesa de uma Escola pública, laica e gratuita.
No entanto, esta independência não se confunde com neutralidade, já que a defesa desta Escola Publica, de acordo com os ideais da República, não se coaduna com linhas partidárias decorrentes de conceitos político-filosóficos que defendem o ensino confessional, um ensino assente em escolas diferenciadas para ricos e para pobres, bem como a formação de elites.
Esta é a política que fez parte das orientações que Sócrates e Lurdes Rodrigues procuraram pôr em prática, em conjunto com o ataque brutal à vida profissional dos docentes, implementando as directivas e orientações da União Europeia, da Agenda de Lisboa e da Declaração de Bolonha. Uma política que provocou a mobilização histórica dos docentes de todo o país, onde a palavra de ordem principal foi: “Deixem-nos ser professores!”. Uma política que foi a continuação daquela que fizeram Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite e Durão Barroso.
A defesa da Escola Pública anda a par e passo com a defesa de todos os serviços públicos, como essência da democracia, com a defesa do trabalho com direitos, quer no sector público quer no sector privado, e, consequentemente, com a exigência da revogação do Código do Trabalho do governo de Durão Barroso, agravado pela “flexigurança”, da responsabilidade do governo de Sócrates.

A CDEP está convicta que será a mobilização unida dos professores, e de todos os outros sectores dos trabalhadores – em unidade com as suas organizações sindicais – que levará à criação das condições para a formação de um Governo que garanta uma Escola Pública de qualidade, e de todos os outros serviços públicos, bem como a questão central que é a da garantia de um posto de trabalho com direitos para cada cidadão, como o consigna a Constituição da República Portuguesa, nos seus artigos 58º e 59º.

Todos seremos imprescindíveis para a realização deste desígnio. No que cabe ao sector do ensino, a CDEP reitera o seu apoio à realização de uma Conferência Nacional de delegados, eleitos a partir das escolas – sob a responsabilidade das organizações que representam os professores e restantes trabalhadores do sector da Educação – para, democraticamente, ser debatida e aprovada uma “plataforma” com as propostas sobre a Escola que queremos, os caminhos para a construir e o lugar a ocupar por cada um nesse processo.


Lisboa, 18 de Setembro de 2009

quinta-feira, setembro 17, 2009

Convocatória - Reunião CDEP: sexta-feira, 18/Setembro, 18h, Escola de S. Julião da Barra (Oeiras)

Após a pausa de Verão, urge retomar a actividade da CDEP.

A Comissão de Defesa da Escola Pública (CDEP) realiza um encontro no próximo dia 18 de Setembro, pelas 18 horas , na Escola de S. Julião da Barra, em Oeiras.

Propomos que neste encontro se trate do seguintes pontos:

- Breve análise da situação

- Tomada de posição da CDEP, sobre as manifestações dos movimentos, a ter lugar no próximo dia 19.



SPZS - Comunicado de imprensa (abertura do ano lectivo)

COMUNICADO do SPZS sobre a abertura do ano lectivo

AO CONTRÁRIO DAS DECLARAÇÔES OFICIAIS, A DESORGANIZAÇÂO DO M.E. MARCA A ABERTURA DO ano lectivo 2009-2010

Dezenas de milhar de professores passaram as suas férias de Verão nas angústias, incertezas e trabalhos originados pelo concurso de colocação de pessoal docente. Com a fase de destacamentos entre 20 e 24 de Julho e a de DACL a decorrer entre 31 de Julho e 6 de Agosto, o M.E. não deixou ninguém descansar!

A manipulação dos números dos concursos, procurando mostrar uma (inexistente) generosidade do M.E. e do Governo, começou com a divulgação dos resultados da primeira fase de colocações em Julho: 396 novos ingressos de professores em lugares de quadro. Foram as primeiras entradas em quadro desde 2006!

A primeira conclusão a que chegámos após esta primeira fase de colocações, é que para o preenchimento das “necessidades transitórias” das escolas seriam precisos muitos mais professores em lugares de quadro!!

Este número baixíssimo de vagas de quadro preenchidas teve como resultado a colocação “perto de casa” de milhares de docentes dos extintos QZP’s que concorreram a DACL (o Destacamento por Ausência da Componente Lectiva).

Dadas as prioridades e regras deste concurso, milhares de professores com mais anos de serviço, candidatos a DCE (Destacamento por Condições Específicas) e DAR (Destacamento de Aproximação à Residência) foram “atirados” para longe de casa numa manifesta manobra de desestabilização do conceito da lista graduada.

A 28 de Agosto nada justificava a euforia do M.E., nesta segunda fase de colocações, obtiveram lugar 15125 professores contratados, num universo de 42319 candidatos “a contrato”. Ou seja, mantém-se um elevadíssimo número de docentes devidamente profissionalizados numa situação de desemprego, à espera de uma eventual colocação, temporária e, em muitos casos, em horários reduzidos.

E assim chegamos à primeira semana de Setembro para verificar, com espanto, que no Distrito de Portalegre, a poucos dias do começo das aulas, tivemos uma escola T.E.I.P. (“Intervenção Prioritária”!! …) na qual faltava colocar um grande número de professores, situação que só se resolveu após um grande esforço da escola!!

Ao contrário do pensamento lógico que às escolas T.E.I.P. deveria ser dada a possibilidade de afectar mais recursos abrindo vagas de quadro, o M.E. prefere recorrer à contratação.

Fica assim provado que só um concurso nacional é mais justo e expedito para a colocação de professores.

O concurso de colocação de docentes deste ano nas escola T.E.I.P. parece ter sido um ensaio para aquilo em que poderia vir a tornar-se o concurso nacional do pessoal docente.

Os professores e as escolas começam agora a acreditar que se a mesma equipa continuar à frente do M.E., seria esta metodologia de concursos, pouco transparente e falível, que adoptaria.

A situação no Ensino Especial não apresenta melhor cenário; não tendo o M.E. aberto vagas para o grupo 910, os docentes do E.E. viram-se assim obrigados a concorrer para o ensino regular, até que há poucos dias chegámos à situação absurda de ter professores deste grupo, já colocados noutras escolas e Agrupamentos, a receber telefonemas propondo-lhes a transferência para escolas onde a necessidade de docentes do Especial era crítica!

E é assim que se inicia o ano lectivo, “ sem problemas, na maior normalidade”, que o digam os professores e as Direcções das escolas e Agrupamentos que mal tiveram tempo para respirar! Mais uma vez: NÃO É AO TRABALHO DO M.E. QUE SE DEVE O ARRANQUE SERENO DO ANO LECTIVO PARA MILHARES DE ALUNOS DO NOSSO PAÍS, MAS SIM AO GRANDE ESFORÇO DOS PROFESSORES E DAS ESCOLAS!

Portalegre, 15 de Setembro de 2009

A Direcção do SPZS

Centrais Sindicais: o estado da contestação

Citação de:http://www.profblog.org/2009/09/centrais-sindicais-divergem-sobre.html

Centrais sindicais divergem sobre a contestação durante a campanha eleitoral

Os Secretários-gerais das duas Centrais Sindicais reconhecem que a contestação social vai aumentar no período eleitoral, mas assumem posições diferentes quanto aos seus objectivos políticos.
A abertura oficial da campanha eleitoral “coincidiu” com uma agenda que prevê pelo menos oito greves e nove manifestações nas próximas duas semanas, que deverão envolver vários milhares de trabalhadores dos sectores público e privado. Quase todas as paralisações foram convocadas por sindicatos da CGTP, assim como a maioria das manifestações.

O líder da UGT, João Proença considerou negativo que os sindicatos e os trabalhadores aproveitem o período eleitoral para protestar, alegando a existência de motivações político-partidárias, defendendo que "os sindicatos devem continuar a manter um certo distanciamento relativamente às intervenções político-partidárias" e considerando que "este ano há alguns sinais na marcação de greves que sugerem algumas intervenções político-partidárias".
Para João Proença, "a democracia política afirma-se pelo voto… ".

O secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, justifica o aumento da contestação dizendo que "Os governos sentem-se mais pressionados a ouvir os protestos dos trabalhadores em anos de eleições… e precisam de captar simpatias na população… não porque haja uma alteração de atitude conceptual e estratégica sobre os problemas".

Inclusão e Sucesso Educativo

Exmºs Senhores

A Lei Orgânica do Ministério da Educação, o Despacho nº 4/2008, de 6 de Junho de 2008 atribui à Equipa Multidisciplinar competências para a Inclusão e Sucesso Educativo, sendo uma delas a que abaixo cito.

«Promover a inclusão educativa e social, o acesso e o sucesso educativo, a autonomia, a estabilidade emocional, assim como a promoção da igualdade de oportunidades, a preparação e o prosseguimento de estudos ou para uma adequada preparação para a vida profissional e para uma transição da escola para o emprego de crianças e jovens com necessidades educativas especiais de carácter permanente»

Sou mãe do AFONSO, com 2 anos de idade, que tem paralisia cerebral, que o afecta a nível motor, sendo o seu grau de incapacidade motora de NOVENTA E CINCO POR CENTO (95%).

O Afonso foi acompanhado no ano lectivo 2008/2009 por uma educadora de intervenção precoce.

No Relatório Circunstanciado – Final do Ano Lectivo, de acordo com o artigo 13º do Decreto-lei 3/2008, APROVADO pelo Presidente do Conselho Pedagógico da escola de referência, Agrupamento de Escolas de Alfornelos, foram aprovadas as MEDIDAS A APLICAR NO PRÓXIMO ANO LECTIVO, uma vez mais de acordo com o Decreto-Lei 3/2008.

«…no mínimo 4 tempos por semana, por um docente de Educação Especial/Intervenção Precoce. Precisa de ter 1 adulto só para ele, para ajudar a interagir com os outros, a explorar as actividades, ajuda na higiene e alimentação.»

Assim, solicitei ao Conselho Pedagógico (presidente e vice-presidente do Conselho executivo), uma reunião com a educadora, para planeamento das actividades do Afonso.

A 8 de Setembro, recebi uma resposta via e-mail do Exmº Senhor Duarte Nuno Alão – Director, onde me informava «… que neste momento, ainda não se encontra colocada nenhuma educadora na Intervenção Precoce.»

Enviei então para o Exmº Senhor Nuno Correia, coordenador da Equipa de Apoio às Escolas dos Concelhos de Amadora e Oeiras, um mail onde para além da minha preocupação, pela a situação, lhe pedia para me informar quando seriam colocadas as educadoras.

Esperei por uma resposta, até hoje dia 16 de Setembro, uma vez que por despacho da Senhora Ministra, o ano lectivo deveria ter inicio entre 9 e 15 de Setembro, que infelizmente NÃO CHEGOU.

Obviamente, que esta é uma situação MUITO GRAVE, para crianças que necessitam de todo o apoio, para que possam ser integradas com sucesso e que as suas potencialidades sejam maximizadas de forma a adquirem a melhor autonomia possível.

Contudo, esta situação ganha contornos de escândalo, uma vez que no fim do ano lectivo 2008/2009, era do conhecimento do Conselho Pedagógico, da coordenação da Equipa de Apoio às escolas e consequentemente dos responsáveis, nesta área, do Ministério da Educação e da Vereação da Câmara Municipal da Amadora, que TODA A EQUIPA, composta por TRÊS educadoras, NÃO IRIA CONTINUAR A TRABALHAR, NESTE AGRUPAMENTO, o que foi transmitido aos pais e encarregados de educação.

A minha indignação é enorme!

O meu filho e tantas outras crianças, continuam a ver o seu futuro hipotecado, por pessoas que deviam zelar pelos seus interesses, cabendo a nós, pais, a missão de LUTAR, continuamente, dia após dia, com imenso desgaste emocional, físico e financeiro, para fazer cumprir os DIREITOS que a Legislação lhes confere.

Melhores cumprimentos

Dina Oliveira Mota

Colocações: FNE disponibiliza apoio jurídico

Apoio jurídico disponibilizado aos docentes
FNE denuncia problemas na colocação de professores

14.09.2009 - 14h08 Graça Barbosa Ribeiro

A Federação Nacional de Educação (FNE) disponibilizou-se hoje para prestar apoio jurídico aos docentes que se sintam prejudicados pelas alterações ao regime de concursos de colocação que, denuncia, estão “a provocar fortíssimo mal-estar” e fazem com que haja escolas onde há professores por colocar.


Num comunicado em que afirma que esta fase do ano lectivo está a ser “um tormento para milhares de docentes”, a direcção da FNE critica a forma como estão a decorrer os processos de colocação através da Bolsa de Recrutamento e das Ofertas de Escola. E insiste, principalmente, na exigência ao Ministério da Educação (ME) para que assegure, “em relação a cada escola e cada concurso”, o conhecimento das listas graduadas dos candidatos e a identificação do professor colocado.

Argumenta a federação de sindicatos que a não publicitação daquelas listas “leva a que os candidatos não tenham possibilidade de verificar se foram ou não ultrapassados”, não podendo, assim, na prática, usufruir da possibilidade legal de recurso hierárquico. “As colocações que agora estão a ser feitas através da Bolsa de Recrutamento contêm graves arbitrariedades, admitindo-se que em algumas circunstâncias se possam ter cometido ou venham a cometer ilegalidades”, acusa.

São criticadas, ainda, as alegadas consequências da decisão do ME, que concedeu o direito de abrir concurso às escolas e agrupamentos situados em Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) e às escolas com autonomia. Segundo a FNE, há professores que haviam sido colocados, através do concurso nacional, no final de Agosto, que agora concorrem a estas vagas, criando uma nova necessidade nas escolas que abandonam.

“Esta é uma situação arbitrária e injusta que tem ainda como consequência que muitas escolas ainda não tenham hoje colocado todos os docentes de que carecem para poderem funcionar”, critica a direcção da FNE, que acusa o ME de “incapacidade para determinar correctamente os quadros das escolas em função das necessidades permanentes para o seu funcionamento”.

CARTA REIVINDICATIVA DOS/AS PROFESSORES/AS E EDUCADORES(AS)


Carta Reivindicativa (
link)